terça-feira, 14 de dezembro de 2010

À memória do Presidente-Rei

Bilhete postal ilustrado representando o assassinato do Presidente Sidónio Pais,
em 14 de Dezembro de 1918.

(...)

Se o amor crê que a Morte mente
Quando a quem quer leva de novo,
Quão mais crê o Rei ainda existe
O amor de um povo!


Quem ele foi sabe-o a Sorte, 
Sabe-o o Mistério e a sua lei.
A Vida fê-lo herói, e a Morte
O sagrou Rei!

(...)

Até que Deus o laço solte

Que prende à terra a asa que somos,
E a curva novamente volte
Ao que já fomos,

E no ar de bruma que estremece
(Clarim longínquo matinal!)
O DESEJADO enfim regresse
A Portugal!

Excerto de À memória do Presidente-Rei Sidónio Paes de Fernando Pessoa.

1 comentário:

  1. Hoje não se vislumbra o regresso de um presidente-rei, mas cada vez mais se recorre à "sopa do Sidónio".

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