As razões e condicionantes que levaram à génese de Portugal constituem um dos maiores mistérios da historiografia portuguesa. Desde a publicação da obra De Antiquitatibus Lusitaniae, de André de Resende, em 1593, até meados do século XIX, os lusitanos foram sempre vistos e encarados como os mais directos antepassados dos portugueses e o seu território o embrião do Portugal que hoje conhecemos. A primeira grande oposição a esta perspectiva histórica inicial deu-se em 1846, quando Alexandre Herculano publicou o primeiro volume da sua História de Portugal, uma obra que, infelizmente, nunca viria a terminar. O desenvolvimento da historiografia portuguesa entrou nesse período numa fase de profundo desenvolvimento, a par de outras importantes ciências sociais, permitindo catapultar esta questão para o centro de grandes debates. Da discussão não nasceu a luz, contudo, vários caminhos ficaram expostos à luminosidade do intelecto de investigadores como Martins Sarmento, Leite de Vasconcelos, Ferraz de Macedo, Oliveira Martins, Teófilo Braga, Mendes Corrêa, António Sardinha, Alfredo Pimenta, Jaime Cortesão, Torquato Soares, Orlando Ribeiro, Amorim Girão, Luís Schwalbach, entre variadíssimos outros magistralmente compilados e sintetizados por Damião Peres em Como nasceu Portugal, uma obra obrigatória para uma melhor compreensão da génese da Nação Portuguesa.
Nessa obra de 1938, uma das perspectivas divulgadas era a da influência do antigo aparelho administrativo romano, sob a forma dos seus conventos jurídicos que, posteriormente, deram lugar à organização diocesana. Porém, a historiografia portuguesa, longe de estar estagnada, prosseguiu no estudo e análise deste e outros problemas da nossa História. Na mais recente História de Portugal, da autoria de Bernardo Vasconcelos e Sousa, Nuno Gonçalo Monteiro e Rui Ramos que também a coordena, este problema ,da influência romana na formação do território português sobre a forma de uma herança jurídico-administrativa, volta a ser questionado.
Nessa obra de 1938, uma das perspectivas divulgadas era a da influência do antigo aparelho administrativo romano, sob a forma dos seus conventos jurídicos que, posteriormente, deram lugar à organização diocesana. Porém, a historiografia portuguesa, longe de estar estagnada, prosseguiu no estudo e análise deste e outros problemas da nossa História. Na mais recente História de Portugal, da autoria de Bernardo Vasconcelos e Sousa, Nuno Gonçalo Monteiro e Rui Ramos que também a coordena, este problema ,da influência romana na formação do território português sobre a forma de uma herança jurídico-administrativa, volta a ser questionado.
«Os romanos, chegados à Península em 218 a. C., instalaram-se, de início, sobretudo no Sul (actuais Alentejo e Algarve, no que respeita ao futuro território português), através de acordos, mais do que pela violência bélica. Já nas regiões situadas entre o Tejo e o Douro, as populações autóctones, sobretudo os lusitanos, resistiram aos romanos durante cerca de cem anos, de meados do século II a. C. a meados do séc. I a. C. Vencida esta resistência, por volta de 25 a. C. o domínio romano abrangia todo o futuro território português. Poucos anos depois, entre 13 e 16 a. C., sob o imperador Augusto, a Península foi divida em três províncias (Terraconense, Bética e Lusitânia), mas no final do século III existiam cinco (além das três anteriores, também a Cartaginense e a Galécia). O que viria a ser Portugal jamais coincidiu, nos seus limites territoriais, com alguma destas províncias. A Lusitânia não abrangia a zona norte do Douro (integrada na Galécia) e abarcava uma vasta área da actual Estremadura espanhola, tendo mesmo a sua capital em Emerita Augusta (Mérida).»
Em História de Portugal de Rui Ramos (coord.).
Divisão da Hispania romana na época do Imperador Augusto (séc. I a. C.). |
A divisão da Península Ibérica pelos romanos já em finais do séc. III. |
Se gostar de conhecer, visite a nossa página sobre a Lusitânia.
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Muito obrigado pela visita e pela sugestão.
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