sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Evocação de Sampaio Bruno

«A sabedoria foi a qualidade suprema de Sampaio Bruno, que se torna assim numa figura quase religiosa, intérprete dos sonhos do homem, enviada à nossa dolorosíssima ansiedade.»
Teixeira de Pascoaes em A Águia, vol. VIII. 

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Vulto maior da cultura nacional e autor de importantes obras como O Brasil MentalA Ideia de DeusO EncobertoPlano de Um Livro a Fazer (Os Cavaleiros do Amor ou A Religião da Razão)Teoria Nova da Antiguidade, entre outras, Sampaio Bruno foi, juntamente com Guerra Junqueiro, nos anos que marcaram a transição do século XIX para o XX, uma das personalidades intelectuais dominantes na cidade do Porto e no país.
Prestes a entrarmos no ano que antecede o centenário do seu desaparecimento, o MIL Norte anuncia uma evocação à memória deste importante intelectual português, a ter lugar na sua sede do Porto, já no próximo dia 4 de Dezembro, pelas 21h. O orador convidado será Afonso Rocha, autor da obra A Gnose de Sampaio Brunopublicada em 2009 pela editora Zéfiro
A entrada é livre!

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Um olhar sobre o Portugal dos anos 1950

Portugal é apresentado neste filme de divulgação turística da primeira metade dos anos 1950 como um país que sobreviveu intocado aos horrores da II Guerra Mundial. Num breve registo documental são mostradas algumas cidades como Lisboa, Nazaré e Porto, assim como algumas actividades económicas, outrora fortes e importantes para o desenvolvimento do nosso país, lado a lado com alguns aspectos culturais e etnográficos.
Depois de assistirmos a estas belas imagens de um outro Portugal que urge recuperar, ficam retidas na nossa memória as palavras do narrador que, a certo momento, se refere à nossa Pátria, descrevendo-a: «An orderly and exceptionally clean nation!» Vale a pena ver e relembrar, pois recordar também é viver!

Vídeo de propaganda turística de Portugal utilizado promover
o país nos anos 1950.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Amadeo de Souza-Cardoso: retrato de um modernista

«O singular percurso artístico de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) e a sua participação activa na legitimação das vanguardas internacionais da sua época faz dele, nacional e internacionalmente, um "caso de estudo" particularmente fértil. Essa participação traçou-se naturalmente e à medida que expunha as suas obras nos mais importantes acontecimentos artísticos que marcaram o modernismo europeu,...»
Catarina Alfaro em Amadeo de Souza-Cardoso


Celebra-se hoje o 126.º aniversário do nascimento de Amadeo de Souza-Cardoso, um dos principais pintores do nosso modernismo. Activo durante um período de aproximadamente 14 anos, a sua obra acabou por marcar a pintura portuguesa e europeia do século XX. Apesar de ter viajado pelo mundo e frequentado os ciclos parisienses, onde privou de perto com a vanguarda artística europeia, Amadeo jamais perdeu a sua matriz, ou esqueceu as suas raízes, conseguindo um perfeito equilíbrio entre a tradição e o modernismo.
Fecundadas pelas outrora milagrosas águas do Tâmega, as terras amarantinas foram berço de inúmeras personalidades ligadas à nossa pintura, música, literatura, poesia, fotografia e pensamento filosófico. António Cândido, Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, Acácio Lino, Eduardo Teixeira Pinto, ou Agustina Bessa-Luís, são apenas algumas das figuras ilustrativas do génio criador português, que nasceram em terras de S. Gonçalo, numa região então pouco urbanizada e fortemente voltada para a terra e o seu trabalho.
Amadeo de Souza-Cardoso foi outra dessas personalidades naturais daquela região, tendo nascido em Manhufe, concelho de Amarante, a 14 de Novembro de 1887. Apesar de oriundo de um meio pequeno, a condição dos seus pais como reconhecidos produtores vinícolas permitiu-lhe estudar e alimentar a sua precoce vocação artística, inicialmente associada à caricatura. Uma arte que desenvolveu durante as estadias em Espinho, durante a época balnear, onde conheceu Manuel Laranjeira, com quem haveria de travar uma amizade bastante forte e duradoura.
A sua formação artística levou-o até Lisboa em 1905, onde frequentou o curso preparatório de desenho na Real Academia de Belas-Artes. Um ano depois, no dia em que perfez 19 anos, o jovem Amadeo partiu para Paris, com intenção de estudar arquitectura na École des Beaux-Arts, iniciando assim uma das mais brilhantes e fascinantes carreiras artísticas da arte portuguesa do século XX.

Retrato de Amadeo de Souza-Cardoso.

A internacionalização
O seu primeiro contacto internacional dá-se com a chegada a Paris, onde se instalou em Montparnasse, juntamente com um outro jovem artista que o acompanhou desde Portugal – Francis Smith. De imediato Amadeo passou a frequentar ateliers de pintura, bem como exposições e locais de convívio entre artistas, desbloqueando e estimulando a sua crescente criatividade. Sentindo uma constante necessidade de descoberta e experimentação, este artista português começou a explorar outras formas de expressão para além da caricatura, destacando-se também na ilustração e, obviamente, na pintura.
Colocando de parte qualquer intenção de estudar arquitectura, Amadeo abraça definitivamente a sua carreira artística em meados de 1908. O mesmo ano em que conhece em Paris Lucie Meynardi Pecetto, sua eterna companheira, com quem haveria de casar-se anos mais tarde na cidade do Porto. A partir de 1910, ano em que “Le Figaro” publicou o “Manifesto Futurista” de Marinetti, Amadeo começou a estabelecer ralações de grande amizade com alguns artistas como Amedeo Modigliani, Constantin Brancusi e Alexander Archipenko. As suas exposições vão-se sucedendo, assim como as suas viagens, levando a que o nome de Amadeo de Souza-Cardoso fosse ficando cada vez mais conhecido entre os círculos artístico-culturais europeus.

Amadeo e Lucie no atelier da Rue Ernest Cresson, n.º 20, em Paris (1913).

A recepção da sua obra
Em 1911, foi inaugurada uma exposição de Amadeo e Modigliani, no próprio ateliê do artista português, situado nas imediações de Quai d’Orsay, iniciando-se um período bastante activo no que concerne a mostras do seu trabalho e respectivo reconhecimento junto dos críticos e do público internacional. Amadeo passou a expor em França, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos da América e Portugal. Bastante apreciados, os seus quadros eram igualmente muito procurados pelos coleccionadores de arte, o que indicia bem o seu sucesso.
Não obstante a vasta aclamação internacional, a sua obra foi repudiada pelo público português, valendo-lhe uma série de apupos e insultos nas exposições que realizou nas cidades do Porto e Lisboa, assim como uma agressão que o deixou incapacitado por algumas semanas. Durante esse período, animado pelo apoio recebido por personalidades como Teixeira de Pascoaes e Almada Negreiros, Amadeo continuou a criar a partir do isolamento do seu atelier, entre as montanhas de Manhufe.
Impossibilitado de regressar a Paris durante o período da I Guerra Mundial, Amadeo envolveu-se em alguns projectos editoriais com Almada Negreiros, intercalando os momentos de criação artística com os habituais passeios a cavalo e a caça.

Retrato de Amadeo de Souza Cardoso junto da sua avó
materna e de Lucie Meynardi Pecetto.

A imortalidade conquistada
Amadeo de Souza-Cardoso faleceu precocemente a 25 de Outubro de 1918, vítima da malfadada gripe espanhola, contando apenas 30 anos de idade. Mas essas três décadas de vida revelaram-se suficientes para deixar uma extensa obra e conquistar um lugar na História.
Apesar de nunca ter pertencido oficialmente ao Orpheu, ficou para sempre associado àquele grupo e a nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Santa-Rita Pintor, Luís de Montalvão, Raul Leal, Armando Côrtes Rodrigues, ou António Ferro, em virtude da sua colaboração com um desenho feito para o terceiro número daquela revista, entretanto não publicado.
Os seus trabalhos integravam na generalidade os motivos tradicionais nas diversas gramáticas modernistas perfilhadas por si, revelando uma originalidade sem precedentes na história da nossa pintura. O reconhecimento de Amadeo em Portugal, como em tantos outros casos, acabou por chegar tarde, já após o seu desaparecimento. Neste caso, deve-se ao SNI a sua entronização cultural, que tomou uma série de medidas destinadas a celebrar a obra deste importante artista nacional. Repondo-se assim a justiça, a sua marca nos panoramas culturais nacional e internacional acabaria por coroar a memória deste insigne artista português, tão admirado e respeitado hoje, aquém e além-fronteiras.

Canção Popular - a Russa e o Fígaro (1916).

Menina dos cravos (1913).

Trou de la serrure - parto da viola Bon Ménage - Fraise
avant garde
(1916).

Zinc (1917).

Caixa registadora (1917)

A máscara de olho verde (1915).

 Sem título (1917).

Brut 300 TSF (1917).

Cozinha da casa de Manhufe (1913).

Ponte (1914).

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O regresso da Banda do Casaco

Banda do Casaco em meados de 1978.

A lendária Banda do Casaco está de regresso e com ela três novas edições de luxo que celebram os 40 anos da sua fundação. Assim, no próximo dia 25 de Novembro chegará às lojas uma compilação com 16 dos grandes êxitos do grupo, intitulada 40 Anos de Som, bem como duas caixas onde se poderá encontrar a discografia integral da Banda do Casaco, contendo os seus sete álbuns, remasterizados este ano por José Fortes; faixas extras e inéditas; o DVD Banda do Casaco ao Vivo, com gravações de concertos em 1975, 1977 e 1984; telediscos e actuações na televisão; e ainda o CD Origens, com gravações de outros projectos como os Musica Novarum, Daphene, ou Family Fair que antecederam a criação da própria Banda do Casaco. 
A compilação com o melhor da Banda do Casaco contará com um alinhamento onde figuram temas célebres como: A Cavalo Dado, Morgadinha dos Canibais, País: Portugal, Malfamagrifana, Estranha Força, Salvé Maravilha, Alcateia II, Consilação, Dono da Noite, entre outros. Quanto ao trabalho trabalho gráfico desta edição, é desde já sabido que a capa contará com uma ilustração da autoria do incontornável Carlos Zíngaro.
Formados em 1974 por António Pinho, Luís Linhares, Nuno Rodrigues e Celso de Carvalho, este grupo foi responsável pela gravação de importantes trabalhos como Dos Benefícios dum Vendido no Reino dos Bonifácios (1975) ou Hoje Há Conquilhas, Amanhã Não Sabemos (1977). O carácter seminal da Banda do Casado, um dos mais brilhantes e originais projectos do seu tempo, será certamente um motivo mais do que suficiente para atrair atenção de qualquer apreciador de música portuguesa, constituindo estas edições uma oportunidade soberana para reunir todos estes importantes documentos, ilustrativos de um dos últimos grandes períodos criativos da nossa cultura popular. A não perder!

Teledisco do tema Enterro do Tostão.

domingo, 3 de novembro de 2013

A Guerra em Portugal na Idade Média

A Idade Média foi, para muitos historiadores, uma época de glória e acção genésica para a nossa História. Um período de invulgar fulgor no qual se assistiu à construção de um reino que, em pouco tempo, acabaria por transformar-se no primeiro Império à escala mundial. O imaginário que ainda hoje anima a memória dessa época é por demais vasto e rico. Contudo, entre a cor, a música, a arquitectura, os costumes, vida ou modos de pensar, a guerra e a fantasia belicista destacam-se naquele período enquanto principais factores de sedução face a investigadores e público em geral.  
Durante o dia de amanhã e a manhã de Terça-Feira, dias 4 e 5 de Novembro, terá lugar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), na sala do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM), um seminário organizado pelo Grupo Informal de História Medieval (GIHM), subordinado ao tema: A Guerra em Portugal na Idade Média. Os três painéis constituintes deste encontro serão formados por Mário Barroca, Miguel Gomes Martins e Luís Miguel Duarte.
Este seminário é de entrada livre, estando aberto a toda a comunidade. 

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sábado, 2 de novembro de 2013

Parque de Monserrate vence o European Garden Award

Foi ontem anunciado que o Parque de Monserrate venceu o European Garden Award deste ano! Este importante galardão foi entregue na Alemanha aos representantes dos Parques de Sintra pela European Garden Heritage Network e a Schloss Dyck Foundation, em nome de um júri constituído por elementos de 10 países europeus. Os critérios de selecção prenderam-se com a inovação, a sustentabilidade, qualidade do restauro e manutenção do espaço, bem como o envolvimento da comunidade em que o mesmo se encontra inserido. 
A distinção internacional em causa premeia, uma vez mais, a beleza e a excelência que caracteriza o nosso património, do qual muito nos devemos orgulhar. A Nova Casa Portuguesa regozija-se assim desta conquista, esperando que a mesma consciencialize os nossos governantes para a necessidade vital de recuperar e preservar o nosso património.
Dada a beleza e singularidade do local, não poderíamos deixar de partilhar algumas fotografias, na esperança que as mesmas justifiquem aos olhos de todos a justiça deste prémio.
Para mais informações sobre o European Garden Award de 2013, consulte-se a seguinte ligação do sítio oficial dos Parques de Sintra: www.parquesdesintra.pt/index.aspx/index.aspx?p=newsDetail&NewsId=566.









segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Kardinal, o novo EP de M-PeX!

M-PeX é o nome do projecto a solo de Marco Miranda. Uma mente criativa que busca a sua inspiração algures entre a ciência e a tradição, numa experiência materializada musicalmente através de um harmonioso casamento entre a electrónica e o fado. Exímio virtuoso da guitarra portuguesa, instrumento que aprendeu desde cedo a tocar com o seu avô, conta já com uma longa carreira, preenchida com concertos, gravações de álbuns e diversos EP, bem como produções, remisturas e outras colaborações várias.    
O seu mais recente EP - Kardinal -, mescla uma vez mais a tradição portuguesa com a música electrónica, num encontro que congrega também outras sonoridades como o nu-jazz, ou o hip-hop. Produzido pelo próprio Marco Miranda, este trabalho contou ainda com as participações de André Coelho, no baixo, e do DJ X-Acto, tendo o grafismo ficado a cargo de Marco Madruga.
Esta edição pode ser descarregada gratuitamente através da editora digital Enough Records. A não perder!

Vídeo de apresentação de Kardinal.

domingo, 27 de outubro de 2013

Comer o que se cultiva

A maquinação da presente crise económica precipitou a falência do paradigma consumista e tecnológico, definidor do chamado mundo moderno. A época do consumo em massa e das ilusões cosméticas, capazes de travestir a felicidade num mero sinónimo de abundância, parece estar, finalmente, a chegar ao fim. Porém, numa sociedade tendencialmente urbana e à espera da sua queda, urge preparar as nossas comunidades para o regresso à terra.
De alguns anos a esta parte têm surgido diversas comunidades e publicações que defendem e promovem um regresso sustentado à terra, apontando alternativas às artificiais tendências “industrializadoras” das políticas agro-alimentares. O desrespeito pela natureza, em nome dos mais obscuros interesses económicos, por norma encapotados por facciosos “estudos científicos” e uma nociva noção de “progresso”, têm paulatinamente “persuadido” vários governos mundiais a conceder uma primazia sobre o uso dos transgénicos, incluindo a manipulação e patenteação de sementes por parte de várias empresas, numa crescente e turbulenta espiral de loucura, coroada pela privatização de outros recursos naturais, tão fundamentais como, por exemplo, a água. Já no século XIX, um célebre livro denunciava o domínio sobre a fome, como um instrumento fundamental para o controlo do poder sobre as massas. Nessa medida, dada a inexistência de uma auto-suficiência alimentar em países como Portugal, estimular a produção de uma forma natural e sustentada equivale a um reassumir da liberdade, ou a uma nova presúria, lembrando as sapientes palavras de Adriano Moreira, proferidas a 28 de Maio de 2012 na Faculdade de Letras da Universidade do Porto: «Terra que não cultivamos e que não pisamos não nos pertence.»
Teorizações à parte, o livro Faça a sua horta biológica de Gayla Trail, recentemente publicado pelo Círculo de Leitores, revela-se um interessante manual prático de introdução à horticultura biológica, abordando de um modo simples e esclarecedor a simplicidade da permacultura, bem como da possibilidade do seu incremento em pequenos espaços urbanos. Na verdade, este livro, aparentemente inocente, pode ser de igual modo tomado como um manual de sobrevivência e reaprendizagem para o homem urbano, cada vez mais consciencializado para a necessidade do regresso ao campo. A sua autora, responsável pelo conhecido sítio de Internet yougrowgirl.com e colaboradora de alguns periódicos como o New York Times, Newsweek, Budget Living e Ready Made, é, há mais de uma década, uma entusiasta da horticultura biológica desenvolvida nos espaços urbanos, estimulando não só a auto-suficiência, mas também a criatividade.

Gayla Trail, autora da obra.

Profusamente ilustrada, esta obra contém não só dicas práticas quanto ao cultivo e manutenção da terra e respectivas sementes, como avança com algumas explicações primárias, mas absolutamente indispensáveis, para quem nunca plantou qualquer tipo de plantas, sejam elas legumes, frutos, ervas aromáticas ou flores comestíveis. Outro aspecto curioso que não foi esquecido pela autora prende-se com o problema do armazenamento e conservação dos produtos após a sua colheita, ou as considerações que a mesma teceu quanto ao modo de confeccionar determinados pratos, recorrendo apenas ao que se cultivou na exiguidade das actuais habitações urbanas.
A publicação de Faça a sua horta biológica segundo o novo acordo ortográfico revela-se o único ponto negativo deste livro que, caso seja lido com o devido cuidado, poderá finalmente impelir muitos dos seus leitores ao início de uma actividade auto-sustentável, a partir dos pequenos espaços das suas casas, sem que haja sequer necessidade da existência de um quintal. O terraço, a varanda, o telhado, o alpendre, o parapeito da janela, ou a simples floreira são aqui apresentados como verdadeiras hortas biológicas em potência. Para além da rentabilização económica, deve-se ainda considerar os vários benefícios para a saúde resultantes das práticas abordadas nesta obra que, definitivamente, reaproximam o homem da terra, das suas raízes e, consequentemente, da sua própria natureza.

Capa do livro Faça a sua horta biológica.

sábado, 26 de outubro de 2013

Liberdade para Hugo Ernano!

Num tempo de revolta contra a ditadura progressista, fartos da corja usurpadora do poder feita a partir de bolo fecal sub-humano, não podíamos deixar passar em claro um dos mais abjectos acontecimentos que preenchem a nossa actualidade. Um daqueles casos que apenas podem acontecer numa sociedade, democrática, degenerada e decadente, como esta em que nos afogam diariamente. Só num mundo preso aos ditames do marxismo cultural é que se aceita de bom grado a perversão da própria Natureza, adulterando todos os princípios básicos da civilização e da saudável convivência humana. Só num lugar doente como este é que as vítimas são tratadas como agressores e estes como vítimas. Cansam-nos as constantes atitudes anti-vida, anti-natureza e anti-humanidade defendidas por esta cloaca!
A história de Hugo Ernano, militar da GNR, é muito simples. Um cigano cadastrado, a monte do estabelecimento prisional onde se encontrava detido, decidiu fazer um assalto levando consigo o filho de apenas 13 anos, juntamente, com o resto da quadrilha. Um agente de autoridade intercepta-os, mas eles resistem à detenção e tentam a fuga. São disparados tiros e o filho deste criminoso de etnia cigana morre. Preso e levado a tribunal, este indigente recebe uma pena de 2 anos de prisão e 80000 euros de indemnização pela morte do filho. Em contrapartida, o militar Hugo Ernano é condenado a 9 anos de prisão por mero cumprimento do seu dever.
Assim decidiu uma 'Meritíssima Juíza', fazendo cumprir a lei do actual Estado Português! Uma lei que, cada vez mais, privilegia os criminosos face aos aos cidadãos de bem! A Nova Casa Portuguesa, não pactuando com a crescente espiral de loucura que parece ter-se instalado em todo o mundo ocidental, mostra-se solidária com o militar injustiçado, convidando todos os seus leitores a assinar a seguinte petição, destinada a pedir a revogação da sentença aplicada a este herói, traído pelas nossas Instituições: http://goo.gl/Dko2gt


Peça noticiosa transmitida no passado dia 24 de Outubro pela SIC.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Bibliotecas portuguesas entre as mais espectaculares do mundo

O artigo foi recentemente divulgado no sítio oficial do jornal The Telegraph, transformando-se de imediato num fenómeno de popularidade nas redes-sociais. Nele consta uma lista elaborada por aquele periódico, contendo fotografias e breves descrições de 16 das mais espectaculares bibliotecas do mundo. Entre elas encontram-se duas bibliotecas portuguesas: a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra e a Biblioteca do Palácio Real de Mafra.
O motivo de orgulho, não sendo de minimizar, deverá servir para consciencializar a nossa comunidade para a beleza, excelência e imperiosa importância do nosso património, tantas vezes negligenciado e esquecido por uma questão de mera incultura.
Temos tudo quando temos Portugal!

(Clicar na imagem para aceder ao artigo na página oficial do The Telegraph.)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Fado, Saudade e Mistério

«No fado os Deuses regressam legítimos e longínquos. É esse o segredo sentido da figura de El-Rei D. Sebastião.»
Fernando Pessoa em Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional

O Fado e a Saudade constituem dois elementos identificadores da Alma Portuguesa. Não estando obrigatoriamente relacionados, o casamento entre ambos os sentimentos, ou categorias do Ser, incorporam uma parte importante da nossa cultura. A sua origem perde-se na alvorada dos tempos, alimentando as arcanas raízes da nossa personalidade colectiva, contribuindo definitivamente para o animar do grande e misterioso génio português. 
Como o próprio nome indica, o mais recente livro de Rémi Boyer, intitulado Fado Saudade & Mystery e prefaciado por Kátia Guerreiro, aborda exactamente esta problemática, associando-a ao Amor de Portugal. A sua apresentação será feita hoje, dia 24 de Outubro, pelas 18:30, na FNAC do Colombo, em Lisboa. Esta sessão de lançamento contará com a presença do autor e dos seus editores, cabendo as honras de apresentação a Rodrigo Sobral Cunha.
A entrada é livre.

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

2.º Seminário sobre "Redenção e Escatologia no Pensamento Português"

O Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal do Instituto de Filosofia (IF) da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e o Centro de Estudos de Filosofia (CEFi) da Universidade Católica Portuguesa - Lisboa organizam amanhã, dia 24 de Outubro, pelas 14h00, no Anfiteatro Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o 2.º Seminário sobre Redenção e Escatologia no Pensamento Português.
Este encontro integra-se num projecto que tem como objectivo a investigação dos temas da "redenção" e da "escatologia" na Cultura Portuguesa, ao nível da reflexão filosófico-religiosa e da representação artístico-literária, desde o período que antecedeu a formação da nacionalidade até à contemporaneidade. Os objectivos passam ainda por identificar e apresentar sinopticamente alguns dos temas e autores mais significativos do pensamento, da espiritualidade e do imaginário português no âmbito dos temas escatológicos do juízo final, da salvação, da redenção, do inferno e do paraíso.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

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:: Programa ::

14h00 - Sessão de abertura

14h20 - I Painel: Filosofia e Espiritualidade
Moderador: Samuel Dimas

- Justino Maciel - Representações do 'Paradeisos' na Antiguidade: "quod significat" e "quod significatur"
- Paula Oliveira e Silva - «Finis Saecula" - As doutrinas de Orósio e Apríngio sobre o fim do mundo em confronto
- Manuel Lázaro Pulido - Redenção e Escatologia na Apocalipsis Nova do Beato Amadeu da Silva
- Gonçalo de Figueiredo - Horas derradeiras do Relógio da Fé de André do Prado

15h40 - Debate

15h50 - Pausa para café

16h00 - II Painel: Literatura hagiográfica
Moderador: José Carlos Ribeiro Miranda

- Ana Maria Machado - Diálogos entre a terra e o céu na hagiografia crúzia e alcobacence 
- Mariana Soares da Cunha Leite - Os fins e os princípios dos tempos: processos de escatologia e redenção política na General Estória de Afonso X
- Maria do Rosário Ferreira - Hagiografia política: obra de D. Pedro Afonso, conde de Barcelos 
- Ana Sofia Laranjinha - Viagens ao Outro Mundo e Visões do Além: origens, estrutura, reconfigurações
- Filipe Moreira - Escatologia, Redenção e Memória no "Tratado da Vida do Infante D. Fernando" e na "Crónica de D. Afonso Henriques"

18h20 - Debate

18h30 - 18h45 - Apresentação de obras e lançamento do 12.º número da Revista Nova Águia, por Renato Epifânio

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Evocação de António José de Brito

Recentemente desaparecido, António José de Brito, filósofo e antigo professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), será alvo de uma evocação na próxima Quarta-Feira, dia 23 de Outubro, pelas 21h, na sede do MIL Norte, localizada na cidade do Porto, na rua do Monte Cativo, n.º 324 – R/C. 
Bruno Oliveira Santos e Alberto Corrêa de Barros serão os oradores nesta justa homenagem ao saudoso mestre e doutrinador político, tão importante para sucessivas gerações de portugueses, e um dos últimos titãs da nossa alta cultura.
Durante esta sessão será igualmente apresentado por Renato Epifânio o 12.º número da revista de referência Nova Águia. Um número dedicado a António Quadros, outra importante personalidade ligada ao pensamento filosófico nacional e à Cultura Portuguesa.
Para além da revista, estarão à venda alguns livros da autoria de António José de Brito, editados pelas Edições Réquila. Este evento é de entrada livre, sendo aberto a toda a comunidade.

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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Uma mensagem no 3.º aniversário da Nova Casa Portuguesa

A Nova Casa Portuguesa completa hoje o seu 3.º aniversário!
Ultrapassadas já as 100 mil visitas, a nossa missão permanece inabalável - celebrar Portugal e a Cultura Portuguesa. Uma vez mais renovamos os votos de agradecimento a todos aqueles que nos têm seguido e apoiado com toda a fidelidade. A esses e a todos os verdadeiros portugueses, aqueles que o são de corpo e espírito, gostaríamos de relembrar a nossa velha máxima, fundamental à sobrevivência nestes dias de nevoeiro: «Temos tudo quando temos Portugal!»

lustração da autoria de Raul Lino extraída do livro A Nossa Casa.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Celebrar Agustina Bessa-Luís no seu 91.º aniversário

Hoje, dia 15 de Outubro de 2013, Agustina Bessa-Luís, uma das mais importantes escritoras portuguesas do século XX, cumpre 91 anos de idade. Apesar de encontrar-se agora arredada das lides culturais por motivos de saúde, Agustina continua a ser uma fonte de vida no enorme deserto em que se tem vindo a transformar o panorama literário português. Nascida em Vila Meã no ano de 1922, a nossa escritora integra-se no grupo dos filhos pródigos de Amarante, figurando ao lado de nomes como Teixeira de Pascoaes, Amadeo de Souza-Cardoso, ou António Carneiro. 
De modo a celebrar a sua vida e obra, a Nova Casa Portuguesa decidiu partilhar o documentário Agustina Bessa-Luís: Nasci Adulta - Morrerei Criança, realizado por António José de Almeida. 

Agustina Bessa-Luís: Nasci Adulta - Morrerei Criança (2005).

sábado, 12 de outubro de 2013

Noemas de Filosofia Portuguesa

«Mas a todos os que sabem que o noema é possível, a Filosofia Portuguesa saúda fraternalmente e reafirma: todo o noema é vidência ou audiência, em suma, acto da consciência dado pela Graça Divina. Não se alcança pela Vontade, mas recebe-se pelo Amor.»
João Seabra Botelho no prefácio ao livro Noemas de Filosofia Portuguesa

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A operatividade da Filosofia Portuguesa é tantas vezes contestada, como a sua própria existência. No entanto, engana-se quem desdenhosamente questiona a nossa tradição filosófica, remetendo-a, como que complexadamente, para uma falsa condição de “parente pobre da Filosofia”. Denunciando esta situação, Miguel Bruno Duarte demonstra de que forma nomes como Leonardo Coimbra, Álvaro Ribeiro, ou Orlando Vitorino, representaram uma linhagem filosófica nacional, absolutamente coadunável com as necessidades políticas e identitárias do Portugal contemporâneo.
Recentemente publicado no Brasil, através da editora É Realizações, Noemas de Filosofia Portuguesa é o primeiro livro de Miguel Bruno Duarte, um dos mais acérrimos defensores da Filosofia Portuguesa da actualidade. Nesta obra, assistimos a uma pertinente revisitação do velho problema da Universidade em Portugal. Uma instituição que, segundo o autor, se transformou durante o período pombalino no «maior inimigo da Cultura Lusíada», tornando-se num foco de infiltração de correntes estrangeiradas contrárias à nossa tradição, tais como o iluminismo, o positivismo e o socialismo.
Advogando a tese de Álvaro Ribeiro, segundo a qual Deus, Filosofia Portuguesa, escola portuguesa e política portuguesa constituem realidades que se devem interligar entre si, Miguel Bruno Duarte confia a sua esperança no futuro nacional a Aristóteles e à tradição portuguesa. Desse modo, abraça a Filosofia Portuguesa como uma porta para a vida e para o espírito, invocando o aristotelismo de inspiração arábica de Pedro Hispano, o pensamento neoescolástico conimbricense, ou os princípios filosóficos patentes em obras como a Arte de Filosofar de Álvaro Ribeiro. Dividida em duas partes distintas – Queda Vertical e Esperança – a obra de Miguel Bruno Duarte comprova a operatividade da Filosofia Portuguesa, questionando a «cultura inculta dos poderes institucionalizados», denunciando a planificação do ensino em Portugal, nomeadamente, da Filosofia. Esse ramo do saber sem o qual «a razão humana decai, numa primeira instância, no vício positivista para, finalmente, sucumbir perante as destruições morais, políticas e económicas do socialismo».
O autor, assumindo-se como um discípulo do nosso saudoso filósofo Orlando Vitorino, mantém-se fiel a uma linha combativa, dura e militante, incapaz de permitir qualquer concessão ao inimigo por detrás da sua linha de fogo. Ao longo da leitura desta obra, é notório o valor da coragem e da intransigência no espírito guerreiro do seu autor, revelados pela forma como este não se compadece face aos adversários e detractores da Cultura Lusíada. Detentor de uma prosa à qual os alinhados pelo sistema apelidam de "politicamente incorrecta", ele não cede jamais à ideologia dominante, nem a qualquer tipo de preconceitos e estereótipos históricos, filosóficos, ou políticos, advindos daquilo a que Orlando Vitorino chamou um dia de «cultura triunfante».
Actual e incisivo nas críticas e soluções que aponta, este livro desvenda caminhos, propondo algumas orientações práticas para o reerguer de Portugal, tendo por base o reencontro com a nossa tradição. Assim, a sua leitura estabelece-se como essencial num contexto de luta contra o pensamento materialista e o marxismo cultural.
Publicada com a ortografia brasileira, esta obra não tem ainda distribuição no nosso país, pelo que se impõe, urgentemente, uma edição portuguesa.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Biblioteca

O nome Biblioteca poderia remeter-nos, como seria de esperar, para uma colecção de livros ou manuscritos; para a sala, ou edifício onde se conservam essas colecções; ou simplesmente para um conjunto de estantes e armários ocupados por esses mesmos objectos, fontes inesgotáveis do saber e do conhecimento. Contudo, Bruno Oliveira Santos conseguiu acrescentar a esse vocábulo um outro significado. Biblioteca passou a ser também o nome pelo qual ficará conhecido o seu novo espaço na blogosfera.
Despretensiosa e absolutamente pertinente, a escolha deste nome para o blogue coaduna-se com o perfil e personalidade do seu autor. Bruno Oliveira Santos, autor de livros como Nova Frente e Histórias Secretas da PIDE/DGS, co-autor de Linhas de Fogo - Manifesto da Cultura Lusíada para o Terceiro Milénio, colaborador dos jornais Ofensiva, Agora e O Diabo, reúne um profundo conhecimento e erudição, transversais a diversas áreas do saber. Dono de uma escrita tão brilhante quanto feroz e sedutora, Bruno Oliveira Santos, tal como uma biblioteca,  não só conserva a sabedoria, como a transmite, descomprometidamente, sem usura!    
Após tantos anos desligados da blogosfera, onde foi particularmente activo entre 2003 e 2009, espera-se que este regresso se revele definitivo!


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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Daft Punk, Portugal e o Fascismo

«Guillaume Emmanuel "Guy-Manuel" de Homem-Christo (Paris, 8 de Fevereiro de 1974) é um músico francês, celebrizado enquanto elemento dos Daft Punk, juntamente com Thomas Bangalter. É bisneto do escritor português Francisco Manuel Homem Cristo (Lisboa, 5 de Março de 1892 — Roma, 12 de Junho de 1928), mais conhecido por Homem Cristo Filho. Notável intelectual do seu tempo, foi um grande defensor das correntes nacionalistas que conduziram ao fascismo italiano, do qual era fervoroso admirador. Numa entrevista à revista Rolling Stone, Guy-Manuel afirmou que o seu bisavô é descrito pelos historiadores como "o primeiro autêntico e indisputável fascista português" e um amigo pessoal de Benito Mussolini. "Conheço-o apenas de algumas fotografias, naturalmente". Homem Cristo Filho faleceu na sequência de um acidente de automóvel às portas de Roma. Mussolini prestou-lhe um funeral com todas as honras, mandando erigir um pequeno monumento com o epitáfio: "Cidadão de Roma, no espírito e na fé".»
Texto originalmente publicado em Dissidente.Info.


Há já algum tempo que o nome de um dos elementos pertencentes aos mundialmente aclamados Daft Punk levantava algumas suspeitas acerca da sua descendência. Conhecendo-se as raízes portuguesas de Guy-Manuel de Homem-Christo, faltava-nos confirmar se o seu apelido provinha de facto de uma descendência do nosso escritor, polemista e pensador - Homem Cristo Filho. Precocemente desaparecido em 1928, num acidente de viação, este conhecido precursor do fascismo em Portugal, amigo pessoal de Benito Mussolini, foi mesmo, segundo confirmou a equipa do Dissidente.Info através de uma entrevista dada pelo próprio Guy-Manuel de Homem Christo à revista Rolling Stone, seu bisavô.
Esta é apenas uma curiosidade, nada mais do que isso, mas que poderá contribuir para o reavivar da memória de um importante vulto do nosso modernismo que, infelizmente, como quis o destino, partiu cedo demais.


Vídeo do tema Around The World, um clássico dos Daft Punk retirado
do álbum Homework, lançado em Janeiro de 1997. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Filosofia e Culturas de Língua Portuguesa VI

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O Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal do Instituto de Filosofia da FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto) organiza amanhã, pelas 15:00, na sala 203 daquela faculdade, a sexta sessão do Seminário Permanente dedicado à Filosofia e Culturas de Língua Portuguesa. 
Este encontro terá como intervenientes Renato Epifânio, Elias Torres Feijó e Pedro Serra. As suas respectivas comunicações têm os seguintes títulos: Afinidades Luso-GalaicasCalculando Desafios e Possibilidades da Galiza no Quadro Peninsular: História, Presente e Algum Indício Futuro; e O Estilo Tardio em Adorno: Entradas nas Culturas Ibérica e Latino-americana.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

60 anos da História de Portugal em Cromos

«O seu ilustrador é Carlos Alberto Santos, hoje um reputado pintor especializado em temas históricos, estando representado em colecções privadas e museus em Portugal e no estrangeiro. Nascido em 1933, começou o seu percurso artístico muito jovem como desenhador. Em 1953, após três anos de trabalho, completou a História de Portugal para a Agência Portuguesa de Revistas. A publicação constituiu o maior êxito da conhecida editora no campo do cromo e tem hoje um estatuto mítico nas memórias dos que a coleccionaram durante os 20 anos em que foi vendida.»
Excerto do texto de apresentação da mostra dedicada aos
60 anos da História de Portugal em cromos.


Estará patente ao público entre os próximos dias 3 e 31 de Outubro, na Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), em Lisboa, uma mostra comemorativa dos 60 anos da primeira edição da História de Portugal em Cromos. Uma colecção de 203 cromos com desenhos do Mestre Carlos Alberto Santos, responsável por dar a conhecer a nossa História a muitas gerações de portugueses ao longo de sucessivas edições, todas de grande sucesso.
A organização desta exibição ficou a cargo de Leonardo de Sá, especialista em banda desenhada e ilustração, e João Manuel Mimoso, coleccionador de cadernetas de cromos. A mostra será acompanhada por um catálogo publicado em formato digital e incluirá um encontro com os seus organizadores e o próprio Carlos Alberto Santos, a decorrer no dia 18 de Outubro.
Trata-se de uma oportunidade única para conhecer um dos grandes Mestres da nossa pintura, desenho e ilustração. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

Capa da 1.ª edição da caderneta História de Portugal,
impressa pela Fotogravura Nacional, em Outubro de 1953

domingo, 8 de setembro de 2013

Temos tudo quando temos Portugal!


100 000

A Nova Casa Portuguesa alcançou hoje a bonita marca das 100 000 visitas. Gostaríamos de agradecer a todos aqueles que nos têm acompanhado ao longo deste tempo, prometendo continuar a trabalhar com amor, afinco e dedicação na divulgação de Portugal e da Cultura Lusíada. 
Ajude-nos a crescer ainda mais aderindo à nossa página de Facebook e sugerindo-a aos seus amigos.
Temos tudo quando temos Portugal!

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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

D. Miguel, o Rei que reforjou a espada

D. Miguel é um dos mais controversos monarcas portugueses. Amado e odiado, foi ao longo dos tempos maltratado por uma historiografia comprometida com os mesmos ideais liberais que acabariam por ditar o fim da Monarquia Portuguesa. Manuel Rezende, jovem historiador e campeão da velha Causa Miguelista, é o autor do texto desta semana publicado no semanário O Diabo, na rubrica estival dedicada aos Reis de Portugal.
Trata-se de mais um interessante texto acerca da nossa História, para ler e reflectir.  

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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

D. Sebastião: o herói que combateu pelo proveito da Pátria

O Diabo do passado dia 20 de Agosto trouxe-nos um excelente texto de Humberto Nuno de Oliveira acerca de el-Rei D. Sebastião. Num registo completamente diferente ao que estamos habituados quando se trata deste monarca, o autor revalorizou o génio estratégico-militar, dando também a conhecer o amor a Portugal que sempre o moveu. Deixando de lado considerações mais místicas e esotéricas habitualmente tecidas em relação ao nosso Desejado, Humberto Nuno de Oliveira recordou, e bem, o lado mais humano de um rei a quem o destino histórico traiu.
A um artigo a ler com atenção.      

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

D. Manuel I: O Rei que herdou um Império

D. Manuel I foi o único rei no mundo a ver o seu nome associado a um estilo decorativo próprio – o manuelino. Chamado por António Quadros de barroco atlântico, este estilo decorativo é muito significativo dos pontos de vista simbólico e material, representando um elemento fundamental para a definição histórico-identitária do nosso povo e da nossa gesta. Neste estilo encontram-se também sintetizadas a força e o poder de um rei que soube cobrir-se a si e ao seu povo com as maiores glórias.
O Diabo desta semana apresenta um texto da autoria de José Almeida sobre D. Manuel I, convidando-nos a fazer uma leitura situada algures entre o monarca histórico e os seus símbolos anistóricos. 

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sábado, 10 de agosto de 2013

Os nossos "dias do lixo"

«Dias em que todos sabemos o que é preciso fazer, dias em que o que é preciso fazer ganha uma urgência enorme, dias em que todos os que podiam fazer alguma coisa se obstinam em fazer exactamente o contrário do que deviam, perante a indignação, a impotência, o desespero dos cidadãos. Dias em que já nem sequer se pode falar de irresponsabilidade, mas de perversidade.»

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“Dias do lixo” foi a expressão cunhada por José Pacheco Pereira para descrever a actualidade político-social de um Portugal circunscrito e limitado à pequenez estéril da sua presente classe política. Uma expressão que, além de integrar o título do seu último livro – Crónicas dos dias do lixo –, reflecte um julgamento crítico e acusatório do autor face ao gradual processo de destruição nacional levado a cabo durante o final da governação de José Sócrates e a suposta era “refundadora” de Pedro Passos Coelho.
Logo nas primeiras páginas do seu livro, José Pacheco Pereira explica de forma simples e concisa a escolha do título: «Dias do lixo, para não usar uma expressão mais forte, porque é o que eles são.» Publicada pela Temas e Debates / Círculo de Leitores, esta obra colige um conjunto de textos e de crónicas publicadas entre 2010 e os inícios de 2013 no jornal Público, na revista Sábado e no blogue Abrupto, bem como alguns inéditos só agora divulgados publicamente.
O autor destas crónicas dispensa apresentações. Assumindo-se hoje como um ex-político, outrora deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, o bibliómano, também professor do ISCTE, é hoje um reconhecido cronista e “opinion maker” na nossa imprensa escrita e televisão. Facto que, conhecendo-se a essência da sociedade massemediatizada do espectáculo, o coloca numa posição de proa na hierarquia política contemporânea. Assim, não nos equivocamos ao olhar as reflexões apresentadas nesta obra como parte integrante de um acto político levado a cena semana após semana, crónica após crónica.
Efectivamente, não obstante a natureza diversificada dos textos que integram o corpo constituinte deste livro, abordando temáticas ligadas à sociedade, economia e cultura, numa perspectiva nacional e internacional, é indiscutível o fundo político que estes encerram. Crónica panfletária, maquiavelismo político, “agit prop”, ou mero “realpolitik”? Caberá ao leitor ditar a melhor classificação deste olhar sobre os nossos “dias do lixo” que, estando longe de ter tido a sua génese durante o período de governação de José Sócrates, não conhecerão, infelizmente, o seu fim com a actual experiência governativa de Pedro Passos Coelho. Afinal, conforme nos adverte José Pacheco Pereira, com os portugueses em morte cerebral, esses filhos de um Portugal que mais parece um Weimarzinho, estamos condenados a um rotativismo político crónico, absolutamente compatível com a nossa condição de protectorado face à União Europeia.
Por último, não podemos deixar de fazer uma referência à nota introdutória do autor, concernente à ortografia em que a obra foi publicada. Conhecido pela sua convicta oposição face ao AO90, não deixa de nos chocar a missiva com que termina a sua introdução às Crónicas dos dias do lixo, pedindo desculpa aos leitores pela “bizarra ortografia em que vão ler estas palavras”, assumindo essa concessão aos editores pelo mérito de terem “aceitado publicar este livro no árido deserto editorial destes dias.”
Obra de inquestionável valor e interesse, reveladora no seu conteúdo de uma consistente liberdade política e intelectual, merecia na sua ortografia evidenciar também a tão louvável consciência e independência do seu autor.