sexta-feira, 22 de maio de 2015

Da Guerra de África ao 25 de Abril

«O Poder caiu na rua de onde foi dirigido pelo PCP (única força organizada que sabia o que andava a fazer), e demais forças de esquerda e toda a sorte de arruaceiros.
Entrou-se numa espiral de loucura e desagregação com os resultados já mencionados a nível militar e nas parcelas espalhadas pelo mundo.
Observadores estrangeiros mais atentos classificavam o país de "manicómio em auto-gestão". Não estiveram longe da verdade.
»

Hoje, durante o lançamento no Porto do livro Guerra d'África 1961-1974 - Estava a Guerra Perdida?, tanto os autores Humberto Nuno de OliveiraBrandão Ferreira, como o apresentador da obra, Alexandre Lafayette, levantaram o véu da vergonha que procura ocultar uma das maiores traições e demissões patrióticas da História. Lembrando que a nossa Guerra de África assentava na defesa do território português e das suas populações contra as agressões internacionalistas lideradas pela União Soviética e os EUA, os interlocutores desconstruíram factualmente a visão histórico-retórica do regime abrilista, confrontando e aniquilando o delírio dos traidores da Pátria com uma lição de História imbuída de um elevado sentido patriótico. Afinal, para além de justa e legítima aos olhos da História e da política internacional, a guerra estava ganha e os territórios ultramarinos controlados, não tivesse esta missão de mobilização nacional sido usada e manipulada politicamente pelos opositores do regime e os habituais detractores dos interesses pátrios.
Reflectindo-se acerca da natureza e missão das Forças Armadas, concluiu-se que quem envereda por uma carreira de armas abraça desde logo um modo de morrer. Porém, confrontando esses princípios com o papel das Forças Armadas no desfecho da Guerra de África e do golpe de 1974, somos obrigados a constatar que muitos dos que na altura fizeram juramento de bandeira fizeram-no com reservas mentais, abraçando a carreira militar como um modo de vida. Daí à traição de 25 de Abril foi apenas um pequeno salto.
De facto, pegando nas palavras de Brandão Ferreira, a guerra é uma coisa horrível, mas perdê-la é ainda pior. Sobretudo quando a perdemos intramuros, sub-repticiamente, no Terreiro do Paço, em Lisboa, na capital do Império Português, por falta de fé na vitória. Assim, aos militares de Abril devemos imputar os crimes de traição à Pátria e de genocídio levado a cabo contra as populações portuguesas espalhadas pelos diversos cenários de guerra. Independentemente das suas raças e credos, estas foram abandonadas por quem tinha a obrigação sagrada de as proteger, importando por isso encontrar-se os culpados para que estes possam ser julgados à luz da História.
Com a vitória desta guerra nas mãos, Portugal viu-se traído, perdendo de uma só vez 95% do seu território e 60% da sua população. Há quem ainda hoje, deslumbrado pela voz dos que apunhalaram a Pátria, insista em falar nos “ventos da história” e na inevitabilidade de uma outra ficção chamada descolonização. Ora, são exactamente essas vozes “politicamente correctas” que devemos silenciar, mostrando às novas gerações, obreiras de um Portugal a fazer, o que realmente aconteceu nessas tristes páginas da História de Portugal. Só assim poderemos evitar o branqueamento histórico e o esquecimento das nossas vítimas, dos nossos mártires, dos nossos heróis e das nossas gentes.

Sessão de apresentação da obra Guerra d'África 1961-1974 - Estava a Guerra
Perdida?
, decorrida no Palácio dos Viscondes de Balsemão (Porto), com as
presenças de Alexandre Lafayette, Humberto Nuno de Oliveira e Brandão Ferreira.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A propósito das celebrações do 1.º de Maio

Da pena afiada de Amado Estriga nasceu mais uma interessante e demolidora reflexão. Publicada  na edição desta semana do periódico Dica, esta crónica derrubou, sem grande dificuldade, vários lugares comuns de uma moderna sociedade que, paulatinamente, tem vindo a ocupar o substrato vital da nossa comunidade. Conforme é assaz sabido, os perigosos filo-judaísmo e sionismo, escondidos por detrás de várias máscaras, representam duas das principais ameaças à integridade e sobrevivência de Portugal e da tradição portuguesa. Presentemente, a manutenção de feriados maçónico-internacionalistas como o 25 de Abril e o 1.º de Maio, em detrimento de importantes datas da nossa História e tradição como o dia do Corpo de Deus, Todos os Santos, ou o 1.º de Dezembro, são prova de uma vil maquinação que procura, a partir do controlo da (in)consciência das massas, assenhorar-se da consciência pessoal de cada indivíduo, pervertendo-a.
Felizmente, apesar de haver agendas destruidoras contra as quais nos querem impedir e proibir de lutar, há ainda quem se afoite e não se deixe dominar. É caso para dizer que, de facto, alguns portugueses não se rendem! 

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quarta-feira, 13 de maio de 2015

As Aparições de Fátima: Uma entrevista com José Carvalho

Ao longo dos últimos anos o profícuo historiador José Carvalho tem vindo a dedicar grande parte do seu trabalho e da sua investigação à História da Igreja em Portugal. Dando particular atenção ao século XX, o fenómeno de Fátima ecoa em várias das obras que escreveu. A perspectiva católica e monárquica que perfilha enfatiza a grandeza de uma das mais importantes manifestações do sagrado de que há registo na Idade Contemporânea, contrariando as forças de dissolução que, ano após ano, procuram denegrir e profanar a sagrada natureza e mensagem das Aparições de Fátima.
Este ano, por ocasião de mais um mês de Maio - mês de Maria -, José Carvalho publicou, através da Prime Books, o livro Nossa Senhora de Fátima: História das Aparições. Uma obra propósito da qual foi entrevistado pelo semanário O Diabo. Recomendamos a leitura das suas palavras. 

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terça-feira, 12 de maio de 2015

La vita plurale di Fernando Pessoa

«La gloria di Fernando Pessoa risiede in egual misura nell'opera da lui lasciata conclusa e in quella che non ha potuto o saputo terminare (...) È per questo che, in più di un'occasione, ho cercato di spiegare la prima con la seconda, nei limiti del possibile.»

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No próximo Sábado, dia 16 de Maio, pelas 16:30, no Ateneu Comercial do Porto, terá lugar a apresentação do livro La vita plurale di Fernando Pessoa, da autoria do espanhol Ángel Crespo. Esta segunda edição italiana de uma das mais completas e intemporais biografias de Fernando Pessoa, agora revista, actualizada e aumentada, será apresentada por José Almeida, Paulo Samuel e Brunello Natale De Cusatis, ilustre lusitanista e especialista em Fernando Pessoa, tradutor, editor e comentador deste trabalho.
Esta sessão organizada pelo MIL (Movimento Internacional Lusófono) e a revista Nova Águia, em parceria com a editora Bietti e o Ateneu Comercial do Porto, contará ainda com a participação especial dos Maldizentes que farão a leitura poética de alguns textos de Fernando Pessoa e seus heterónimos.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Pseudalopex: Arte e inspirações de Haylane Rodrigues

«Pela via de sempre cada passo é novo.»
Rodrigo Sobral Cunha em Visitação dos sóis

Quando a arte e o talento se aliam ao Amor todas as barreiras e fronteiras parecem esbater-se. Os mundos aproximam-se, até os contíguos, e desta cumplicidade nascem sonhos com um espírito de permanente comunhão, criando-se pontes até ao infinito. Enceta-se assim um caminho para a sublimação e superação da própria individualidade, através do qual a Verdade se manifesta pela seguinte tetralogia portuguesa: Saudade, Paixão, Amor e Glória. De resto, isto foi o que aconteceu com a ilustradora brasileira Haylane Rodrigues que, desde a sua aproximação da cultura portuguesa, em finais de 2013, se viu abraçar com a atávica paixão de quem, por intermédio do espírito e do coração, regressa à sua matriz primordial, redescobrindo-se.
Nascida em 1990, Haylane Rodrigues é natural do Estado da Paraíba, no Nordeste do Brasil. Apesar da precocidade com que se manifestou o seu talento, nunca equacionou a possibilidade de um dia poder enveredar por uma carreira artística. Autodidacta de formação, bebeu fortes influências nos domínios da Filosofia, História, Literatura, Poesia, Mitologia, Zoologia e tradições populares. Fortemente enraizada na tradição nordestina e na ideia de um Sertão ideal, através do qual recebeu claros ecos da cultura clássica e portuguesa, consagrou sempre o seu coração e a sua arte ao mais elevado e puro sentido da beleza. A sua arte, “bela, moral e armorial”, reaviva a centelha da tradição e da virtude incluída naquela simplicidade natural, apenas característica entre os que possuem o talento de bem-fazer.
Entre 2014 e o presente ano, Haylane Rodrigues tem vindo a realizar uma série de trabalhos votados à cultura portuguesa, em particular no âmbito do retrato, revisitando personalidades como Sampaio Bruno, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Dalila Pereira da Costa, Carlos Eduardo de Soveral, entre outras. A sua notoriedade em Portugal advém desde logo das colaborações regulares com algumas publicações periódicas como, por exemplo, os jornais O Diabo e Diário do Minho, ou a revista Nova Águia, onde tem publicado alguns dos seus trabalhos. Tendo já ilustrado dois títulos do catálogo das Edições Réquila, as suas criações têm também figurado em inúmeros cartazes e convites para encontros ou eventos relacionados com a cultura portuguesa, ou o diálogo filosófico-cultural luso-brasileiro.
O crescente interesse desta artista pela cultura portuguesa, correspondido no interesse dos portugueses pela sua arte, abriu a possibilidade de expor a sua obra em Portugal, ainda durante este ano através da realização de duas exposições diferentes, previstas para as cidades do Porto e Lisboa. Até lá, poderemos acompanhar o trabalho de Haylane Rodrigues ou fazer encomendas, através do blogue do seu projecto Pseudalopex, visitável em http://pseuda-lopex.blogspot.com.

Templo de Diana, aguarela (2015). 

Sampaio Bruno, ilustração com arranjo gráfico de André Henriques (2014).

Teixeira de Pascoaes junto à Fonte dos Golfinhos, desenho a lápis (2014).

Fernando Pessoa, retrato em aguarela (2015).

Dalila Pereira da Costa, retrato em aguarela (2015).

Carlos Eduardo Soveral, retrato em aguarela (2015).


Mariana Alcoforado, retrato inacabado a lápis (2014). 

José Almeida, retrato em esferográfica (2014).

domingo, 10 de maio de 2015

Mesmo por entre o mais denso nevoeiro se avista o nosso sol!

Guilherme de Faria (1907-1929).

Manhã de Nevoeiro

Manhã de Nevoeiro... A névoa apaga
E cega o meu olhar...

Mas doce, a minha voz rompe a cantar,
E sobe, da toada branda e vaga,
À exaltação da profecia:

A névoa apaga e cega o meu olhar...
Mas para além, é o sol dum novo Dia.

Guilherme de Faria em Desencanto (1929).

sábado, 9 de maio de 2015

Cristiano Ronaldo, um exemplo desportivo e cívico!

A fama e o prestígio de Cristiano Ronaldo há muito que o acompanham dentro e fora das quatro linhas. Para além de ser, unanimemente, considerado como o melhor jogador do mundo, o atleta português é também conhecido pelo seu envolvimento em acções e causas solidárias. Em particular aquelas que envolvem a ajuda de crianças necessitadas. Para além de dar a cara por muitas destas acções, tanto em Portugal como no estrangeiro, Cristiano Ronaldo tem também colaborado monetariamente com elas e de uma forma bastante generosa.  
Segundo a página de informação desportiva francesa So Foot e o jornal italiano Il Primato Nazionale, a última grande doação da estrela portuguesa do Real Madrid rondará os 7 milhões de euros. Esta avultada verba foi canalizada para o apoio às crianças vítimas do terrível terramoto que assolou há poucas semanas o Nepal. Passando das palavras aos actos, Cristiano Ronaldo demonstra bem a têmpera, o voluntarismo e a virtude que caracterizam um verdadeiro campeão.

Depois de sensibilizar os seus seguidores no Facebook para a
 necessidade de ajudar as crianças afectadas pelo terramoto
no Nepal, o craque português passou das palavras aos actos.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

48 horas no Porto com a Mercedes-Benz

A cidade do Porto e toda a envolvente da sua área metropolitana têm vindo a suscitar o interesse de muitos estrangeiros. Atraídos pelo carácter e beleza histórica da cidade Património da Humanidade, os visitantes do Porto encontram na capital do Norte de Portugal uma síntese harmoniosa entre a tradição e a modernidade. A elegância dos seus espaços públicos, sejam eles de natureza cultural ou comercial, exercem um charme sedutor perante os seus visitantes e utilizadores, tornando esta cidade portuguesa num dos destinos europeus mais apetecíveis para visitar, ou até mesmo habitar.  
Ciente desta realidade, a Mercedes-Benz escolheu a cidade do Porto para rodar um vídeo promocional de aproximadamente três minutos, intitulado 48 hours in Porto with the Mercedes-Benz SL. Com uma produção e realização bastante interessantes, este vídeo mostra várias panorâmicas da cidade aflorando alguns aspectos particulares do burgo portuense e localidades limítrofes como, por exemplo, Leça da Palmeira. Vale a pena fazer esta viagem.

Vídeo promocional da Mercedes-Benz.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

João Ameal: Reflexões em torno do seu tempo e do nosso!

Não será nenhuma novidade, mas passamos hoje por tempos bastante conturbados e obscuros. Vivemos aquilo a que muitos chamam de "dias do fim". Passadas quatro décadas desde que findou a última estação do Império Português, vivemos cada vez mais de um modo individualista e egocêntrico sem que, aparentemente, qualquer desígnio maior se manifeste para, por ele, podermos entregar-lhe a nossa vida. Seja por sacrifício, ou mera fidelidade e espiritual dedicação.
A acomodação das últimas gerações, o domínio sobre estas imposto através do controlo da sua força genésica e o arrefecimento do sangue quente aburguesaram, padronizadamente, a nossa juventude. Alienada e sujeitada às evidências em que a obrigam a acreditar, ela resigna-se, deixando-se sobreviver, contentando-se com o pouco que lhe é garantido como seguro. Neste cenário terrível, muitos são os que, entre os mais esclarecidos, acabam também por resignar-se ou soçobrar. A solidão e a desolação são fortes inimigos que, tal como a cegueira dos simples e pobres de espírito, nos empurram a todos para a desistência, o desânimo e, consequentemente, para a mediocridade, fazendo esquecer que viver é afinal um sinónimo de lutar. 
O tempo presente é para cada indivíduo o seu espaço de criação, conquista, amor e paixão. Não devemos por isso de fugir ao nosso destino de soldados, procurando saídas fáceis ou confortáveis. Sejamos heróis, ainda que em sacrifício de nós mesmos, mas nunca desertores ou delatores. Não estando livre de errar, reside no indivíduo a escolha de querer viver no erro, ou de ultrapassá-lo, superando-o com heróica e elegante grandeza.          
No fundo, esta foi uma das intemporais mensagens que João Ameal perpetuou, em 1942, no seu livro Rumo da Juventude. Importa conhecer as suas palavras, carregadas de uma enorme actualidade e amor por uma vida verdadeira:
«Quis a Providência que viéssemos numa hora crítica e ardente, cheia de angústias, de problemas, de conflitos. Será por fazer parte duma geração que já principiou a viver dentro desta atmosfera intensa? Será por não ter chegado a gozar os moles benefícios e as suaves apatias da vida de há cinquenta anos? O certo é que me parece dever a Deus uma graça inestimável por me haver feito conhecer este grande momento da História - em que se abrem caminhos novos e se sentem germinar as seguras promessas de um mundo diferente. 
(...) 
Como não há-de, pois, entristecer-me o saudosismo desses espíritos fracos que lamentam não ter nascido cinquenta anos mais cedo?...Quanto a mim, se me fosse dado a escolher, escolheria ter nascido quando nasci - no limiar deste século agitado, convulso, dramático, renovador. Escolheria assim, justamente por ser um campo de batalha em que todos os homens conscientes se vêem obrigados a defender a sua trincheira. Já o adivinhava Ernesto Hello (e note-se: em plena atmosfera equívoca do liberalismo declinante), ao traçar a frase profética: - "A sociedade em que vivemos obrigará cada homem a definir-se, a pronunciar-se, a ser, mesmo involuntariamente, soldado..." 
(...) 
A vida é luta sem fim. O futuro sai, modelado por nossas mãos, da ígnea tormenta das batalhas. Pobres dos que não sabem afrontar este viril imperativo do Destino!»
João Ameal (1902-1982). 

terça-feira, 5 de maio de 2015

Urgente é a Poesia

«A poesia tem um mistério - e esse é, para a maioria das pessoas sensíveis o próprio encantamento da sensitividade, pelo qual se lhes revela o mundo encantado da imaginação.»
Eudoro de Sousa em Origem da Poesia e da Mitologia 
e outros ensaios dispersos.

A civilização portuguesa, apesar de única e singular, integra-se também na grande tradição europeia. Se pensarmos na nossa raiz matricial, tomámos consciência do poder e da força criadora da poesia. Cantando o mito - esse substantivo sinónimo de origem -, a poesia cumpre de igual modo uma função regenerativa, religando cada comunidade com a sua tradição primordial, de modo a poder-se construir um futuro coeso e integral. 
Desperta para esta realidade e necessidade, a cidade do Porto interage com os seus habitantes como um organismo vivo, obrigando-os a vivê-la enquanto parte desse cenário de reencontro com o primordial canto. Assim, ao longo da presente semana, entre esta Terça-Feira e a próxima Sexta, os finais de tarde de quatro livrarias portuenses serão animados por leituras de poesia. A primeira livraria a receber estes encontros informais será a Leitura Bulhosa, com a participação do actor Nuno Meireles, seguindo-se a Poetria, com  o poeta João Luís Barreto, o alfarrabista Lumière, com a presença do diseur Isaque Ferreira e, por fim, a loja da Imprensa Nacional - Casa da Moeda, onde poderemos contar com a intervenção de José Valle de Figueiredo. 
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.   

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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Portugal Razão e Mistério: Encontrada a terceira parte de uma das principais obras de António Quadros

«Só peço a Deus que me dê tempo, força e cabeça para concluir as obras que tenho projectadas. O terceiro e quarto volume de Portugal Razão e Mistério; um livro sobre a filosofia portuguesa, de Bruno a Orlando; um outro livro, sobre O Primeiro Modernismo Português (…) e ainda outros que tenho na cabeça.»
Excerto de uma carta de António Quadros para 
António Telmo, datada de Janeiro de 1987. 

Capas da primeira edição dos dois primeiros volumes de Portugal Razão e Mistério.

Publicados através da chancela da Guimarães, os dois volumes de Portugal Razão e Mistério são considerados pela vasta maioria dos conhecedores e hermeneutas da obra de António Quadros como a sua obra-prima. Pensada para quatro volumes, apenas dois foram publicados ainda em vida do filósofo português, sabendo-se que um terceiro estaria praticamente terminado nas vésperas da sua morte. 
De resto, este foi um dos temas debatido com mais interesse no colóquio internacional António Quadros: Vida, Obra e Contextos que decorreu em Lisboa e Rio de Janeiro, em Maio e Junho de 2013. Nessa altura, António Braz Teixeira e Pinharanda Gomes partilharam, com os participantes desse encontro nas sessões de Lisboa, as conversas que mantiveram com António Quadros a propósito da terceira parte dessa obra. Falou-se na certeza da sua existência, apesar da incerteza quanto ao seu paradeiro. 
Desaparecida desde a morte de António Quadros, a terceira parte da obra Portugal Razão e Mistério terá sido recentemente localizada e identificada no espólio da Fundação António Quadros. Esta notícia foi avançada através da revista Nova Águia, onde esta descoberta foi descrita como «um raio de luz nestes tempos sombrios...» Efectivamente, a tetralogia iniciada por António Quadros propunha-se a realizar uma importante síntese e reflexão em torno de Portugal, da natureza teleológica da nossa História, cultura, espírito e tradição. 
Os derradeiros anos de António Quadros foram férteis em projectos editoriais, sendo que muitos deles acabaram, lamentavelmente, por nunca se realizar. A morte, reclamando-o cedo demais, fez com que a sua partida nos impossibilitasse de alcançar um maior domínio em matéria do conhecimento relativo à nossa Espiritualidade Pátria. Esperemos que com a recente redescoberta e futura publicação do terceiro volume de Portugal Razão e Mistério possamos, finalmente, desvendar um pouco mais do pensamento de António Quadros, mergulhando mais fundo nas misteriosas e matriciais raízes da nossa Pátria. 

sábado, 2 de maio de 2015

Torre de Belém, a guardiã do porto de Lisboa

Dedicado ao tema L'Univers Esthétique des Européens, o convénio do passado dia 25 de Abril, organizado em Paris pelo Institut Iliade, contou com a presença de Duarte Branquinho, director do semanário O Diabo. Responsável pela representação portuguesa num dos mais importantes e aguardados encontros de reflexão cultural, estética e filosófica em torno do ideal de Europa, o luso mensageiro participou neste encontro num painel dividido com o italiano Adriano Scianca, fazendo uma apresentação intitulada Haut-lieu de l'Europe, La Tour de Belém, gardienne du port de Lisbonne
O vídeo desta conferência foi agora disponibilizado pelo Institut Iliade, podendo e devendo ser visualizado através da sua página de YouTube. A não perder!

(Clicar na imagem para aceder ao vídeo da conferência.)