«Pela via de sempre cada passo é novo.»
Rodrigo Sobral Cunha em Visitação dos sóis.
Quando a arte e o talento se aliam ao Amor todas as barreiras e fronteiras parecem esbater-se. Os mundos aproximam-se, até os contíguos, e desta cumplicidade nascem sonhos com um espírito de permanente comunhão, criando-se pontes até ao infinito. Enceta-se assim um caminho para a sublimação e superação da própria individualidade, através do qual a Verdade se manifesta pela seguinte tetralogia portuguesa: Saudade, Paixão, Amor e Glória. De resto, isto foi o que aconteceu com a ilustradora brasileira
Haylane Rodrigues que, desde a sua aproximação da cultura portuguesa, em finais de 2013, se viu abraçar com a atávica paixão de quem, por intermédio do espírito e do coração, regressa à sua matriz primordial, redescobrindo-se.
Nascida em 1990, Haylane Rodrigues é natural do Estado da Paraíba, no Nordeste do Brasil. Apesar da precocidade com que se manifestou o seu talento, nunca equacionou a possibilidade de um dia poder enveredar por uma carreira artística. Autodidacta de formação, bebeu fortes influências nos domínios da Filosofia, História, Literatura, Poesia, Mitologia, Zoologia e tradições populares. Fortemente enraizada na tradição nordestina e na ideia de um Sertão ideal, através do qual recebeu claros ecos da cultura clássica e portuguesa, consagrou sempre o seu coração e a sua arte ao mais elevado e puro sentido da beleza. A sua arte, “bela, moral e armorial”, reaviva a centelha da tradição e da virtude incluída naquela simplicidade natural, apenas característica entre os que possuem o talento de bem-fazer.
Entre 2014 e o presente ano, Haylane Rodrigues tem vindo a realizar uma série de trabalhos votados à cultura portuguesa, em particular no âmbito do retrato, revisitando personalidades como Sampaio Bruno, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Dalila Pereira da Costa, Carlos Eduardo de Soveral, entre outras. A sua notoriedade em Portugal advém desde logo das colaborações regulares com algumas publicações periódicas como, por exemplo, os jornais
O Diabo e
Diário do Minho, ou a revista
Nova Águia, onde tem publicado alguns dos seus trabalhos. Tendo já ilustrado dois títulos do catálogo das
Edições Réquila, as suas criações têm também figurado em inúmeros cartazes e convites para encontros ou eventos relacionados com a cultura portuguesa, ou o diálogo filosófico-cultural luso-brasileiro.
O crescente interesse desta artista pela cultura portuguesa, correspondido no interesse dos portugueses pela sua arte, abriu a possibilidade de expor a sua obra em Portugal, ainda durante este ano através da realização de duas exposições diferentes, previstas para as cidades do Porto e Lisboa. Até lá, poderemos acompanhar o trabalho de Haylane Rodrigues ou fazer encomendas, através do blogue do seu projecto Pseudalopex, visitável em
http://pseuda-lopex.blogspot.com.
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Templo de Diana, aguarela (2015). |
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Sampaio Bruno, ilustração com arranjo gráfico de André Henriques (2014). |
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Teixeira de Pascoaes junto à Fonte dos Golfinhos, desenho a lápis (2014). |
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Fernando Pessoa, retrato em aguarela (2015). |
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Dalila Pereira da Costa, retrato em aguarela (2015). |
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Carlos Eduardo Soveral, retrato em aguarela (2015). |
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Mariana Alcoforado, retrato inacabado a lápis (2014). |
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José Almeida, retrato em esferográfica (2014). |
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