sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Como o Natal nos tece

Natus est nobis Salvador Mundi!

Como o Natal nos tece

Diz-se Natal como poema, 
com versos novos que vão nascendo, 
diz-se como criança
que em nós vai crescendo, 
claridade e saudade, 
esperança de Nova Idade. 
Diz-se Natal como caminho 
por onde vamos, 
como versos que habitamos,
como poema que nos tece.
E se tão claro é o dia
que nos acontece,
é eterno o tempo
que hoje nos aquece.

José Valle de Figueiredo

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Nossa Senhora da Conceição: Padroeira e Rainha de Portugal

«A existência de Portugal é, em si mesma, um milagre, quer na sua fundação por Afonso Henriques, quer no contexto histórico da Península Ibérica ao longo dos séculos. Desde logo, a dedicação do Infante Afonso à Virgem Maria pelo milagre de Nossa Senhora de Cárquere, depois da vitória de Ourique (1139) na qual se levantou a aparição de Jesus Cristo ao rei Fundador. O brasão de Portugal nas suas cinco quinas disso manifesta sinal. Podemos dizer que nesta Terra de Santa Maria, sempre a Virgem foi medianeira excelsa da edificação nacional, da conservação e da recuperação da Independência, enfim, da esperança do Reino dos Céus.»

 Carlos Aurélio em Ó Glória da Nossa Terra

A 8 de Dezembro os portugueses celebram o Dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal. Trata-se de uma data especial que, durante muito tempo, foi também associada às mães portuguesas. Por esse motivo, existem ainda muitas famílias que comemoram o Dia da Mãe nesta data. 
Se a relação do nosso Povo com a Virgem remonta a tempos pré-fundacionais, não podemos esquecer o modo como essa devoção e afinidade se desenvolveram desde os períodos mais remotos da nossa História. Entre nós, a ligação a Nossa Senhora foi sempre tão forte que podemos mesmo afirmar que o dogma da Imaculada Conceição era já dogma entre os portugueses antes que a própria Igreja se posicionasse definitivamente sobre esta matéria.       
A 25 de Março de 1646, D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, com o propósito de agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência. O monarca português foi até a igreja de Nossa Senhora da Conceição, depositando a sua coroa aos pés de Nossa Senhora, aclamando-a padroeira e Rainha de Portugal. Desde então, mais nenhum rei português voltou a usar coroa, reservando esse privilégio apenas para à Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
Em Setembro último, o pintor e pensador Carlos Aurélio publicou através da Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição um livro intitulado Ó Glória da Nossa Terra. Tendo como objectivo criar um pequeno guia para o Santuário de Vila Viçosa, o autor não pôde deixar de fazer alguns apontamentos sobre esta relação sagrada entre Portugal e a Mãe de Deus. Trata-se de um livro não só importante, como fundamental para a compreensão da História Sagrada de Portugal.
Recorda-se que esta obra tem um custo de apenas 10 euros, sendo que a totalidade do dinheiro reverte para a compra de um paramenteiro que se destina a guardar e conservar as roupas da imagem do Santuário de Vila Viçosa. Os interessados poderão encomendar esta obra através do seguinte endereço de correio-electrónico: regiaconfrariansraconceicao@sapo.pt

Capa do livro.

Temos tudo quando temos Portugal!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade

«Como luar de um sol brilhante, a saudade recebe a magia do amor unitivo e transmite-a a seus componentes, que não são passivos, mas rebeldes, porque, desejo e lembrança, de per si, têm sentidos opostos e são origem de divergentes sistemas interpretativos da vida e do conhecimento.»

Afonso Botelho em Saudade, regresso à origem

Durante a próxima semana, entre 16 e 18 de Dezembro, realiza-se o VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade. À semelhança de outros anos, este encontro nasce do trabalho e esforço do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, Universidade do Porto, Universidade de Santiago de Compostela, Centro Português de Vigo, MIL - Movimento Internacional Lusófono e a revista Nova Águia.
Em virtude das condicionantes a que estamos sujeitos este ano, a edição de 2020 deste encontro de cultura e pensamento será realizada através da plataforma Zoom. Para consultarem o programa e obterem mais informações basta visitar a página do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira.
Recordamos que este Colóquio da Saudade homenageará o pensador galego Carlos Baliñas Fernández e evocará o centenário da revista "Nós", fundada por Vicente Risco, autor da "Teoria do Nacionalismo Galego". Não percam.

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Programa do Colóquio

16 de Dezembro

16h30 | Sessão de Abertura  
- António Braz Teixeira (Instituto de Filosofia Luso-Brasileira) 
- Marcelino Agís Villaverde (Universidade de Santiago de Compostela) 
- Maria Celeste Natário (Universidade do Porto) 
- Jorge Teixeira da Cunha (Universidade Católica Portuguesa) 
- Bernardino Crego Cervantes (Centro Português de Vigo) 
- Renato Epifânio (MIL - Movimento Internacional Lusófono & Revista Nova Águia) 

17h15 | Conferência de Abertura  
- António Braz Teixeira | Introdução ao pensamento filosófico de Vicente Risco 

18h00 | Painel I 
- Rocío Carolo | Tres xeracións vencelladas pola saudade 
- Paulo Samuel | “Renascença Portuguesa” e a revista 'Nós'
- Luis Martinez-Risco | Vicente Risco e a xeração 'Nós' 
- Uxío Breogán Diéguez Cequiel | O imaginário colectivo galego e a revista 'Nós': o celtismo e a saudade  
- Renato Epifânio | Nos 100 anos da Teoria do Nacionalismo Galego de Vicente Risco 


17 de Dezembro

14h30 | Painel II 
- António Braz Teixeira | A reflexão sobre a saudade na revista 'Nós' 
- Luís Lóia | 'Nós' e o habitar: Do Marão à Finisterra
- Duarte Braga | A Saudade em Goa 
- José Almeida | O Mistério da Saudade 
- Samuel Dimas | A Metafísica panteísta da Saudade em Daniel Cortezón 

16h15 | Painel III 
- Paula Oleiro | A temática da saudade na lírica portuguesa 
- Joaquim Pinto | A saudade como sentimento de (In)vastidão – uma leitura a partir de Mariana Alcoforado 
- Isabel Ponce de Leão | Ai que saudades de tudo!... (a propósito de Camilo Pessanha) 
- Rui Lopo | “A religião da saudade”: Wenceslau de Morais 
- Manuel Curado | A Saudade da Ventura em João da Rocha (1868-1921)  

18h00 | Painel IV 
- Alexandre Teixeira Mendes | Leonardo Coimbra: da colaboração na 'Nós' à Galiza reencontrada 
- Alipio Santiago | A saudade de Bernardo Soares (F. Pessoa) xulgada dende o criterio ético do xuíz Wilhelm (S. Kierkegaard) 
- Luísa Borges | Do referencial da Saudade no Saudosismo de Mário Beirão 
- Artur Manso | Miguel Torga e a dorida saudade de um Portugal futurante 
- César Tomé | Divagações em torno do ser poético-filosófico saudoso a propósito dos ritmos bergsonianos de António Telmo


18 de Dezembro

14h30 | Painel V 
- Luís G. Soto | A saudade e as sombras 
- José Catanga | A saudade e o rural 
- Miguel Ángel Martínez Quintanar | Saudade e aprendizaxe  
- Maria Celeste Natário | Tantas saudades… 
- Maruxa Baliñas | El Seminario de Estudos Galegos y la conmemoración del Centenario de la muerte de Beethoven 

16h15 | Conferência de Encerramento 
- Marcelino Agís Villaverde | Carlos Baliñas Fernández : a busca dun novo paradigma hermenêutico 

17h00 | Sessão de Encerramento

domingo, 6 de dezembro de 2020

Ó Glória da Nossa Terra

Aproxima-se mais um 8 de Dezembro e Portugal prepara-se para prestar a sua homenagem e devoção à sua Rainha e Padroeira. Afinal, Nossa Senhora da Conceição é, desde o reinado de D. João IV, a legítima Rainha de Portugal. Uma consagração que veio perpetuar, definitivamente, a íntima relação do nosso Povo com a Virgem Maria, Mãe de Deus. 
A edição da passada Sexta-Feira do semanário O Diabo veio relembrar os portugueses disso mesmo, publicando uma interessante recensão de Joaquim Domingues à obra "Ó Glória da Nossa Terra", da autoria do artista e pensador Carlos Aurélio. Vale a pena ler. 

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