sábado, 31 de dezembro de 2011

Reflexão final de 2011

Na ressaca de um final de ano marcado pelo desgaste causado em todos nós, eis a altura de erguermos de novo a cabeça, olhando para o futuro sobre as ruínas, com aquele vislumbre de justos e dignos vencedores. 
2011 não foi um ano particularmente fácil para Portugal e os portugueses. Desapareceram importantes nomes da nossa cultura, salientando-se algumas personalidades como Jorge Lima Barreto, Ângelo de Sousa, Júlio Resende, João Maria Tudella ou Zé Leonel.
O (des)acordo ortográfico pareceu ganhar força após ser adoptado pelos organismos de Estado e infestado o nosso mercado livreiro, corrompendo a nossa língua e, consequentemente, a nossa cultura. Felizmente, a esperança num volte-face que passe pela revogação desta asneira-atentado, nado de mais um hediondo acto legislativo pseudo-democrático, mantém-se viva por mérito da acção de alguns intelectuais portugueses e vários grupos de cidadãos anónimos que procuram combater e reverter como podem esta situação, mostrando deste modo a vitalidade do nosso Povo, assim como a vontade subterrânea, telúrica e profunda de garantir a manutenção vital de Portugal.
A subserviência do Estado Português ao Fundo Monetário Internacional e a crescente ingerência da União Europeia da rainha das salsichas nos nossos assuntos internos constituem outras das afrontas que fomos obrigados a superar ao longo de 2011, revelando uma vez mais a realidade de um Portugal a saque, traído pelos bastardos do sistema.
Quando as boas novas que nos tentam apresentar passam pela venda à China de empresas nacionais ligadas a sectores estrategicamente nucleares para a nossa economia e soberania, ou pela elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, amputando-os um dos traços mais tradicionais e característicos da nossa cultura, transformando-o em mais um mero produto turístico-comercial globalizado, é sinal de que algo vai bastante mal nesta estreita mas perene faixa de território geograficamente localizada no extremo ocidente europeu. 
Ainda assim, o peso da nossa História e a importância da nossa Missão desperta a audácia e o espírito combativo e vencedor encerrado na nossa memória colectiva. Queiram ou não os detractores da cultura lusíada, o nosso fado é vencer! Afinal de contas, temos tudo quando temos Portugal!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Vimos dar as Boas Festas!

A Nova Casa Portuguesa deseja um Santo e Feliz Natal a todos os seus amigos e leitores.

Vimos dar as Boas Festas, tema retirado do álbum Canto Maior
de Maio Moço.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Oração para a Ceia de Natal

Porque nesta noite se celebra, com a família, o Mistério do Natal do Salvador.

Natividade da autoria do mestre
Grão Vasco (c. 1501). 
Menino Jesus: 
Ajuda-nos a viver com toda a nossa alma 
o mistério profundo do teu Natal.  
Põe no coração de todos nós
essa paz que, às vezes, procuramos 
tão duramente e que só Tu podes dar.  
Ajuda-nos a conhecer-Te melhor 
e a viver fraternalmente 
como membros de uma só família.  
Mostra-nos a tua beleza. 
Desperta em nossos corações 
sentimentos de gratidão pela tua infinita bondade.  
Guia-nos pela tua estrela para Te levarmos aos outros. 
Une-nos a todos na tua caridade 
e dá-nos a tua paz. 
Ámen.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Matanças: Anno IV

«Se em 2010 "três foi a conta que o Diabo fez", em 2011, preparando o apocalipse anunciado para o ano vindouro, o Matanças ultrapassa o demoníaco algarismo da trindade, chegando à sua quarta edição.»
Retirado da nota de imprensa da IV Edição do Festival Matanças. 

(Clicar na imagem para ampliar.)

Apesar de rimar com Andanças, o Matanças encontra-se nos antípodas do seu congénere festival dedicado aos vulgarmente designados "sons do mundo". Voltado para as sonoridades cacofónicas mais extremas e lascivas da música de vanguarda, este festival que, celebra o caos e semeia a confusão, assiste este ano à sua 4ª edição, realiza-se, como sempre, segundo a melhor tradição pré-natalícia, nas vésperas das vésperas do Natal, durante os dias 22 e 23 de Dezembro.
A edição deste ano conta com várias intervenções de música bruta a cargo de HHY, Tendagruta, Cova, H.O.M.O., T34, Banana Metalúrgica, Paião Amanhã, Hellcharge, Black Pigs, ps e Amp, havendo ainda lugar para mostras gastronómicas intragáveis, mercado cultural, performances endemoniadas e conferências não conformes. 
Com uma organização a cargo da Soopa, Latrina do Chifrudo e Let's Go To War, o Festival Matanças decorre na cidade do Porto, na Casa Viva, sendo a entrada livre durante os dois dias em que se realiza. A não perder!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

André Henriques: 12 anos de fotografia!

Num Portugal cuja sociedade negligencia tantas vezes os seus maiores, entre pensadores, artistas e criativos, convém destacar a tenacidade destes na forma como de um modo altruísta e desinteressando, desempenham as suas actividades, estimulando criativamente as massas e as elites, contribuindo para a manutenção da memória histórica, tal como para o desenvolvimento positivo das próprias comunidades em que estão inseridos. Assinando como ah!PHOTO, André Henriques é um desses talentos que ao longo dos anos se tem vindo a destacar pelo profissionalismo e qualidade dos seus trabalhos.
Tendo começado cedo a destacar-se como fotógrafo dentro dos circuitos mais marginais e alternativos da cena musical portuguesa, ele é hoje um reputado nome do fotojornalismo nacional. Colaborador activo em várias publicações periódicas nacionais e internacionais, tem participado em várias exposições individuais e colectivas, tanto em Portugal, como no estrangeiro. As suas colaborações no mundo da música estendem-se hoje a diversas bandas e individualidades de renome internacional, tendo efectuado inúmeras sessões fotográficas oficiais.
Não obstante o sucesso e reconhecimento do seu trabalho, as suas criações não se circunscrevem exclusivamente ao fotojornalismo musical, alargando-se a outro tipo de áreas, desenvolvidas tanto a nível pessoal como profissional. Salienta-se ainda as suas criações e produções na qualidade de designer gráfico, desenvolvidas tanto em nome individual como através da empresa Wisecode.
De forma a evidenciar e homenagear o trabalho deste fotógrafo português, optou-se pela selecção de alguns momentos captados e imortalizadas através das suas objectivas, concernentes a alguns espectáculos de bandas e artistas portugueses.
Para mais informações sobre André Henriques e respectivos trabalhos visite-se o seu domínio oficial em www.ahphoto.pt.vu.
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Colóquio José Marinho: Do Espírito ao Insubstancial Substante

«Cheguei à filosofia não pelo caminho da ciência, mas pelo da religião e da poesia. São bons, creio todos os caminhos que levam à filosofia, se a ela verdadeiramente levam, mas a mim próprio era mais adequado o que segui. Poderia mostrar, mediante exemplos históricos, que o caminho da ciência, do que os modernos chamam ciência, deixa sempre um vinco do qual é muito difícil sair.»
José Marinho em Aforismos sobre o que mais importa.

José Marinho (1904-1975).

Realiza-se no próximo dia 20 de Dezembro, na Sala Anf. III das instalações da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), o Colóquio José Marinho: Do Espírito ao Insubstancial Substante
Com uma comissão organizadora constituída por Paulo Borges, Dirk-Michael Hennrich e Jorge Croce Rivera, este colóquio realiza-se por altura do cinquentenário da obra Teoria do Ser e da Verdade do filósofo português José Marinho. Para além dos membros da comissão organizadora, poder-se-ão ouvir neste encontro as comunicações de Pinharanda Gomes, António Braz Teixeira, Mafalda Faria Blanc, Rui Lopo, Afonso Rocha, Joaquim Costa Macedo, Renato Epifânio, Diogo Ferrer, Manuel Cândido, Bruno Beú, Carlos Silva, Cristina Marinho, Luísa Couto Soares e Paulo Santos.
As sessões de trabalho decorrerão entre as 9:15 e as 20:00, sendo a entrada livre e aberta a toda a comunidade.

(Clicar na imagem para ampliar o programa.)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Porque Olivença é Portugal!

O corrente mês de Dezembro parece ter iniciado com uma série de afrontas à identidade e soberania portuguesa. O primeiro desses ataques, perpetrado uma vez mais pelos culpados do costume, resolveu extinguir as celebrações do 1.º de Dezembro, enquanto feriado nacional, optando-se pela manutenção de outros dias "festivos" como o 25 de Abril, 1 de Maio e o 5 de Outubro, perpetrando e evocando quase religiosamente a nossa própria decadência, degeneração e gradual aniquilação. 
Entretanto, o Professor Humberto Nuno de Oliveira denunciou, na edição de 6 de Dezembro do semanário O Diabo, a vontade do poder local do território português de Olivença, ocupado ilegitimamente pela coroa espanhola desde as Guerras Peninsulares do séc. XIX, realizar uma reconstituição histórica da campanha que originou a tomada daquela pequena parcela de território, usando figurantes nacionais e espanhóis. O caricato da situação não poderia chegar a um ponto mais ridículo se pensarmos nos objectivos desta acção, conforme avançados pelos espanhóis. A resposta de Humberto Nuno de Oliveira, enquanto português consciente, não poderia ser mais assertiva e oportuna, pelo partilhamos aqui o seu pequeno texto dirigido às autoridades espanholas.

(Clicar na imagem para ampliar.)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O 103.º aniversário de Manoel de Oliveira

O realizador Manoel de Oliveira, verdadeira e genuína encarnação do génio cinematográfico português cumpriu ontem o seu 103.º aniversário, pelo que não poderíamos deixar de o lembrar e homenagear uma vez mais neste espaço.
A ele, os votos de muitas felicidades e de continuação de uma longa vida, sempre fecunda e profícua.  

Excerto do filme A Caça de Manoel de Oliveira.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ciclo Internacional de Conferências «Pessoa na Actualidade»

«ALBERTO CAEIRO
RICARDO REIS
ÁLVARO DE CAMPOS
FERNANDO PESSOA
...Que nomes portugueses tão sonoros!
»
John Wain em Reflexões sobre o Sr. Pessoa.


A Casa Fernando Pessoa promove durante o presente mês de Dezembro e o próximo mês de Janeiro o Ciclo Internacional de Conferências «Pessoa na Actualidade». Organizado por Paulo Borges, Nuno Ribeiro e Cláudia Souza, este ciclo de encontros visa levar à Casa Fernando Pessoa alguns jovens investigadores pessoanos, nacionais e estrangeiros, dando deste modo a conhecer o estado da arte face ao estudo do pensamento e obra do poeta, escritor e pensador português.
Todas as sessões tem início às 18:30, sendo a entrada livre a todos os potenciais interessados.

Programa das sessões de 14, 15 e 16 de Dezembro de 2011

14 de Dezembro (Palestras inaugurais a cargo dos membros da Organização) 
- Paulo Borges (Portugal) - A «alma [...] divina», o «mar sem fim» e a «eterna calma»: comentário do poema "Padrão" de Mensagem 
- Cláudia Souza (Brasil) - Pantaleão e a Política 
- Nuno Ribeiro (Portugal) - Fernando Pessoa e Nietzsche: escrita, sujeito e pluralidade 

15 de Dezembro 
- Fabrizio Boscaglia (Itália) - Fernando Pessoa e a civilização arábico-islâmica: algumas considerações introdutórias. 
- Giancarlo de Aguiar (Brasil) - Processo de Individuação em Fernando Pessoa: Uma Análise da Personificação de Heterónimos. 
- Raquel Nobre Guerra (Portugal) - Saudade evocativa e saudade do futuro em Álvaro de Campos 

16 de Dezembro 
- Júlia Dieguez (Espanha) - Fernando Pessoa: Una Odisea a través del Caos 
- Pablo Javier Pérez Lópes (Espanha) - O grupo civilizacional ibérico no seio da refundação mítica da existência de Fernando Pessoa.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Mais um 'Natal chique' e desumanizado?

Natal Chique

Percorro o dia, que esmorece
nas ruas cheias de rumor; 
minha alma vã desaparece
na muita pressa e pouco amor.

Hoje é Natal. Comprei um anjo, 
dos que anunciavam no jornal; 
mas houve um etéreo desarranjo
e o efeito em casa saiu mal.

Valeu-me um príncipe esfarrapado
a quem são coroas no meio disto,
um moço doente, desanimado...
Só esse pobre me pareceu Cristo.

Vitorino Nemésio em O Pão e a Culpa.

Há muito que o consumismo do mundo moderno colocou em xeque a beleza e simplicidade espiritual da quadra natalícia. O problema não vem de agora, conforme podemos concluir ao ler o poema de Vitorino Nemésio intitulado Noite Chique, publicado em 1955. Hoje, que a crise imposta pelo paradigma especulativo e esclavagista do mundo democrático ocidental parece fazer a sociedade consumista agonizar pela asfixia da morte a crédito, percepcionamos nas pessoas uma maior necessidade de consumir. O diz-me o que tens, dir-te-ei quem és da actual sociedade contemporânea, alimentada pela falsa ideia de conquista da felicidade por via do consumo, transmitida e inspirada pelas fantasias alienantes do mundo mediatizado capitalista, acabam por fragilizar o estado anímico das massas, perdidas numa exaustiva corrida cuja meta estão longe de conhecer.
A impossibilidade do Homem viver num mundo que padece da ausência do mito, numa concepção arcaica e primordial do termo, conforme sugeriu Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa, Dalila L. Pereira da Costa, António Quadros, entre outros pensadores nacionais ou estrangeiros, como Carl Gustav Jung, Henry Corbin ou Mircea Eliade, é hoje mais evidente do que nunca. O êxtase da modernidade é algo permanente e despojado de todo e qualquer contorno místico-meditativo, aprisionando o ser humano na sua condição material e parasitária, em detrimento da sua libertação corpórea e material, responsável pela sua elevação em espírito e pensamento.
A alienação provocada pela natureza consumista, aliada ao sentimento de posse obsessivo-compulsivo, acaba por contribuir de igual modo para a própria desumanização da sociedade, na qual o Homem ocupa, cada vez mais, um lugar dúbio situado algures entre a máquina e a besta.
Chega-se assim ao tempo da redescoberta interior e do realento da alma e do espírito. A necessidade de sacralização do sacro e do despojamento dos interesses materialistas provam por si só o anseio do Homem por um sentimento e vivência de uma liberdade real. Importa por isso não desmobilizar e prosseguir com a disseminação, cultural-espiritual do verdadeiro sentido do Natal... que independentemente do que for festejado, deve sempre celebrar três pontos fundamentais: a sacralidade família, a renovação espiritual e comunhão do espírito! 

A presente foto, publicada na edição de 8 de Dezembro de 2009 do jornal Público,
 ilustra bem o significado da quadra natalícia para o malfadado mundo moderno,
mesmo durante um grave período de crise como o que hoje atravessamos. 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A força da palavra e da desilusão da ilusão

Numa época de confusão e nevoeiro, na qual a desacreditada e descredibilizada palavra do Homem pouco nos parece valer, convém retermos o seguinte aviso:
«Não te deixes iludir porque pequenas palavras podem ter a sombra de grandes. Provavelmente, o movimento dessa força, que julgas imensa, é ainda quase inexistente.»
Maria Gabriela Llansol em Lisboaleipzig 1:
o encontro inesperado do diverso

Maria Gabriela Llansol.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Undara ao vivo n'A Filantrópica

Realiza-se no próximo Sábado, dia 10 de Dezembro, pelas 22:00, na Póvoa do Varzim, mais uma apresentação do projecto musical Undara. O espectáculo terá lugar na cooperativa A Filantrópica, convidando todos os presentes a uma viagem introspectiva e meditativa aos domínios do onírico e do sagrado, mergulhando também nos mais profundos e arcanos recantos da psique humana, através de uma mistura entre a música electrónica, guitarra eléctrica e os sons ancestrais da percussão hipnótica e primitiva, flautas e didgeridoo.
A entrada tem um custo de 3€, um preço bastante acessível para se assistir ao concerto de um dos mais interessantes projectos nacionais ligados ao panorama da música ambiental. A não perder! 

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um outro 1.º de Dezembro

«O Porto albergava os mestres desesperançados da República. Necessário se tornava proclamar outra República. O acto dos mestres solicitava a reacção das novas gerações e, com efeito, tudo foi possível, num temporal que é lícito situar entre 1910 e 1930, pois o espírito da "Renascença Portuguesa" sobreviveu, ainda que que alguns autores pretendam situar o termo final em 1915. (...) Profunda e conscientemente nacional, o movimento da "Renascença Portuguesa" teve a dupla expressão poética e filosófica.»
Pinharanda Gomes em  A "Renascença Portuguesa" - Teixeira Rêgo

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Num 1.º de Dezembro como o deste ano, marcado pela triste notícia de ser a última vez que os portugueses celebram enquanto feriado nacional esta importante data da sua história, convém recordar o tempo em que alguns dos mais importantes intelectuais do nosso século XX se uniram em torno da manutenção e promoção de uma cultura portuguesa, após a implantação da infame e criminosa I República, através da criação da revista A Águia, órgão oficial de expressão do Movimento da Renascença Portuguesa. 
Cientes da importância e peso da data 1.º de Dezembro no imaginário histórico-cultural nacional, sinónimo de Liberdade, Independência, Restauração e Renascença, os criadores do movimento, escolheram esse dia para o fundar, no ano de 1910, decorrido pouquíssimo tempo após a implantação da República. Devemos por isso lembrar essa geração, assim como o móbil da sua actuação, ou seja, a mesma decadência moral e degenerativa da III República imposta após Abril, directamente herdada da I República. Deste modo, tal como em 1910, torna-se hoje urgente e necessária a reemergência de uma ideia ou ideal poético-histórico-filosófico e sociopolítico nacional, capaz de preservar a nossa memória, cultura e tradição, defendendo deste modo o futuro da portugalidade e de todos os que a constituem e abraçam. Lembrar a Renascença Portuguesa é revitalizar o sonho de um melhor Portugal, pleno de esperança, liberto das pseudo-elites estrangeiradas, criminosas, oportunistas e decadentes.
Resta-nos por isso aguardar por uma renovada Renascença Portuguesa.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fernando Pessoa no 76.º aniversário da sua morte

«I know not what tomorrow will bring.»
Última frase escrita por Fernando Pessoa antes da sua morte. 

Passam hoje 76 anos sobre a morte de Fernando Pessoa, personagem icónica e incontornável da cultura portuguesa. Imortal graças à sua própria mitificação e universal pela imensa obra que legou, Pessoa é hoje alvo do interesse de uma grande variedade de investigadores, oriundos dos quatro cantos do mundo. O próprio interesse suscitado junto do grande público torna-o num dos mais traduzidos autores portugueses, assim como um dos grandes atractivos turístico-culturais da cidade de Lisboa.
De forma a marcar esta efeméride, partilhamos neste espaço um interessante documentário intitulado Fernando Pessoa: O Poeta Fingidor, produzido pelo grupo brasileiro Globo. Mostrando várias facetas de autor português, destaca-se neste documentário a inclusão de algumas imagens registadas em vídeo de Ofélia Queiroz, o seu grande amor. Uma outra forma de conhecermos um pouco mais acerca da vida de Fernando Pessoa.

Fernando Pessoa: O Poeta Fingidor. Documentário brasileiro com a 
chancela da Editora Globo.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Encontro Pessoa/Cioran

«A missão imperial a que têm que obedecer as duas nações que formam o Império Português encontra-se estabelecida nas seguintes origens: (a) como memória e tradição, a fundação da civilização universal moderna pelo Infante D. Henrique, (b) como propósito e utopia, a criação, pelos Sebastianistas, da ideia de um Império Português, designado como o Quinto Império, e formado em bases diversas das de todos os impérios passados, (c) como tipo de acção, a concentração em uma unidade espiritual, a criar progressivamente, da tradição em que assenta a razão histórica do Quinto Império, e da esperança em que reside a razão religiosa d'ele.»
Fernando Pessoa num inédito sobre O Grémio da Cultura Portugueza
«Só agimos sob o fascínio do impossível: o mesmo é dizer que uma sociedade incapaz de dar à luz uma utopia e de se lhe entregar se encontra de esclerose e ruína.» 
Emil Cioran em História e Utopia.

(Clicar na imagem para ampliar.)

Decorrerá no próximo dia 30 de Novembro, pelas 17:00, nas instalações da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), o Encontro Pessoa/Cioran, promovido pelo Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e Cultura em Portugal. Com o objectivo de lembrar o 76.º aniversário da morte de Fernando Pessoa, no ano em que se comemoram os 100 anos do nascimento de Emil Cioran, este evento contará com as intervenções de Paulo Borges, Costa Macedo, José Almeida e Elsa Cerqueira.
No final da sessão, haverá ainda espaço para a apresentação do 3.º número da revista Cultura Entre Culturas, dedicado a Fernando Pessoa, assim como da mais recente obra de Paulo Borges, intitulada Teatro da vacuidade ou a impossibilidade de ser eu.  
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O panorama europeu em revista no Méridien Zéro

Hoje, pelas 22 horas portuguesas, será emitido mais um programa do Méridien Zéro, cuja temática estará subordinada à análise do panorama actual europeu. Conduzido pelo Lt. Sturm e auxiliado por PGL, esta emissão contará com a participação especial do nosso caríssimo amigo Duarte Branquinho, presidente da Terra e Povo e director do semanário O Diabo, bem como dos conhecidos Pierre Vial, presidente da Terre et Peuple, Gabriele Adinolfi, director do Centro Studi Polaris, e Georges Feltin-Tracol, responsável pelo Europe Maxima.
Este programa ficará também disponível, através de podcast, no site oficial do programa Méridien Zéro. A não perder.

(Clicar na imagem para aceder à página do podcast.)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Homenagem a Pinharanda Gomes

«Enquanto a Nação se move, a Pátria está imóvel, imutável, permanece como o Sol enquanto a Nação caminha segundo os fusos das noites e dos dias. A Nação transporta móveis e trastes, corruptíveis ou destrutíveis. A Pátria é cordial e mental: o que é do coração e da mente não pesa, não incomoda, não é, nem corruptível, nem destrutível.»
Pinharanda  Gomes em Anamnese da ideia de Pátria

(Clicar para ampliar.)

O Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) atribuirá, no próximo dia 19 de Novembro, a "Medalha de Mérito Cultural" a Jesué Pinharanda Gomes, um dos mais importantes nomes vivos da Filosofia Portuguesa. A cerimónia de homenagem realiza-se pelas 19:00 na Sociedade da Língua Portuguesa (SLP), em Lisboa. A entrada é livre.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Glosas nº4

A revista Glosas é uma publicação semestral da responsabilidade do mpmp (Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa), uma associação sem fins lucrativos que visa a dinamização e revitalização do património musical nacional. O número 4 desta revista especializada em música erudita de origem portuguesa foi dado a conhecer no passado dia 5 de Novembro, na Biblioteca Nacional de Portugal, numa apresentação-concerto que contou com a presença do Quarteto Lopes-Graça e do homenageado desta edição, António Victorino d'Almeida. Apesar do seu público-alvo se constituir essencialmente por músicos, compositores e musicólogos, esta publicação interessará certamente a todos os apaixonados pela música e cultura portuguesa. Assumindo-se como um espaço de divulgação cultural e musical caracterizado pelo rigor e qualidade, a Glosas poderá ser facilmente adquirida através da página oficial do mpmp, por apenas 4€ por exemplar. 

Capa do 4º número da revista Glosas.

Alguns conteúdos da Glosas nº4

Debaixo de olho: o que está a acontecer na música portuguesa / agenda de concertos
- Manuela Paraíso

Entrevista e homenagem a António Victorino d'Almeida (com a participação de Eurico Carrapatoso, Sérgio Azevedo, Carla Seixas, Mário Zambujal, José Fortes, Fernando Rocha, Mariana Calado, Nuno Brito e Júlio Pomar)

Entrevista a Jorge Salgueiro
- Mónica Brito

Efemérides: Dom Diniz e David Perez
- Manuel Pedro Ferreira e João Paulo Janeiro

Joly Braga Santos e Jorge Peixinho: uma amizade invulgar?
- Piedade Braga Santos

Canto de Amor e de Morte de Lopes-Graça
- José Eduardo Martins

Salões Musicais em Lisboa nos sécs. XIX-XX 
- Idalete Giga

A música para piano de Manuel Faria
- André Vaz Pereira

Música nos Açores
- Antero Ávila, Duarte Gonçalves-Rosa e Luís Henriques

Cosmopolitismo na Cidade da Horta; Compositores a Descobrir: Tomás Borba

Glosando: uma peça inédita

Entre outros...

sábado, 5 de novembro de 2011

Paradoxos do Ponto de Partida da Filosofia - Seminário livre com António José de Brito

«Não se pode filosofar (nem exercer qualquer actividade proficuamente) sem se saber o que se está a fazer. Logo, é preciso que quem se pretende filósofo, ou aprendiz de filósofo, possa delimitar e circunscrever o domínio da filosofia face àquilo que não é ela mesma, ou seja, face a outros sectores do real. Numa palavra: torna-se necessário definir filosofia.»
António José de Brito em Para uma Filosofia

(Clicar na imagem para ampliar.)

O Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto promove, nos próximos dias 9 e 23 de Novembro e no dia 17 de Dezembro, um seminário livre realizado pelo Professor António José de Brito, subordinado ao tema Paradoxos do Ponto de Partida da Filosofia. Todas as sessões terão início pelas 17:30, na Sala do Departamento de Filosofia, nas instalações da FLUP. A entrada é livre.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Enterrar o (des)acordo ortográfico no dia dos Fiéis Defuntos

«Sou favorável ao Acordo Ortográfico de 1945, com críticas a opções de pormenor, mas não aos seus princípios gerais. Não sou favorável a um Acordo publicitado como "uma das medidas mais urgentes para a unificação da língua portuguesa", como afirmou Solange Parvaux, em 2004, na Fundação Calouste Gulbenkian , esquecendo que as divergências morfossintácticas e lexicais impedem tal projecto, no mínimo, megalómano. Sou favorável a uma reforma ortográfica que dignifique a minha língua e não a qualquer documento nem a qualquer processo que se baseie exclusivamente em relações de poder, em questões que envolvam "locomotivas" e "inevitabilidade", quando as razões da ortografia são linguísticas, devendo estas ser escutadas e analisadas por quem de direito e não ofuscadas por luzes que do rigor há muito se afastaram.»
Francisco Miguel Valada  no artigo Os ii do Acordo Ortográfico, ponto por ponto,
publicado na edição de 7 de Janeiro de 2010 do Público.

Francisco Miguel Valada, autor da obra Demanda,
Deriva, Desastre – os três dês do Acordo
Ortográfico
, publicada  pela Textiverso.

No dia em que Portugal e todo o mundo católico celebra os Fiéis Defuntos, não poderíamos deixar de lembrar algo que qualquer bom português deveria querer enterrar, não com tristeza, mas com uma enorme alegria. Estamos a falar, como não poderia deixar de ser, do malfadado (des)acordo ortográfico que nos últimos tempos tem vindo a contaminar, tal erva daninha a alastrar, o nosso mercado livreiro e editorial, as nossas Instituições, incluindo o nosso sistema educativo, corroendo e destruindo a Língua e Cultura Portuguesa, a partir de dentro, como se de um cancro se tratasse.
Abraçado pelos obscuros interesses financeiros e comerciais, vendido por uma classe política corrupta e comprometida, como um fruto da inevitabilidade dos tempos modernos, impõe-se agora, mais do que nunca, aos verdadeiros portugueses a revolta contra o culturicídio imposto por estas forças antagonistas dos nossos interesses culturais, patrimoniais e patrióticos, consumado na implantação deste sinistro (des)acordo. É por isso necessário matá-lo e enterrá-lo democraticamente em parte incerta, para que no futuro não possam, os abjectos detractores da nossa Magna Língua, procurar ressuscitá-lo.
E já que o dia é dos finados, correndo um cheiro a morte com a húmida brisa deste chuvoso Outono, aproveitámos a ocasião para divulgar o blogue pessoal de Francisco Miguel Valada, autor do livro Demanda, Deriva, Desastre – os três dês do Acordo Ortográfico, carrasco assumido e declarado da infâmia imposta à nossa Língua-Mãe. No seu blogue, http://fmvalada.blogs.sapo.pt, podemos acompanhar os vários artigos que o autor tem vindo a publicar na imprensa nacional, subordinados à questão do (des)acordo ortográfico. Trata-se de mais uma posição firme, lúcida e consciente, que convidamos a conhecer em prol da Língua Portuguesa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O bom soberano segundo D. Frei Amador Arrais

Numa época tão confusa como esta em que vivemos perdemos por vezes o Norte, impedindo-nos de tomar o rumo que o destino nos traçou até à glória do porvir. A sociedade da (des)informação mantém-nos ocupados através de inúmeras mensagens de alerta e das infundadas acusações subliminares dos crimes que não cometemos, mas pelos quais todos os dias somos condenados às mãos dos verdadeiros criminosos. A maioria das pessoas, alienadas e enganadas, procedem à sua auto-culpabilização, permitindo cegamente à criminosa classe política contemporânea continuadamente roubar e despojar a Pátria em nome de duas formas de tirania institucionalizadas, a república e a democracia.
Talvez por isso seja hoje tão oportuno relembrar e sintetizar as máximas de D. Frei Amador Arrais que, ainda no século XVI, procurou descrever o bom soberano, traçando um retrato idílico, intemporal e, por isso mesmo, tão actual, do perfeito governante:  
- o bom rei dá atenção a todos os seus vassalos;
- o bom rei trata todos os seus vassalos como iguais;
- o bom rei premeia apenas os vassalos que têm mérito individual;
- o bom rei favorece a cultura dos seus vassalos;
- o bom rei vela pelo bom funcionamento das suas instituições;
- o bom rei é justo e piedoso;
- o bom rei favorece o enriquecimento dos seus vassalos;
- o bom rei minimiza a carga fiscal;
- o bom rei acode aos vassalos mais necessitados;
- o bom rei favorece a paz;
- o bom rei procura ter somente conflitos de natureza diplomática;
- o bom rei é imagem, porque a boa imagem é aquela que reflecte o que existe.
A resposta para aos problemas de Portugal não está para lá das nossas fronteiras, pelo contrário, encontra-se encerrada no nosso espírito e na nossa tradição. Portugal, temos a força, falta-nos apenas a vontade de soltar as amarras e quebrar os grilhões da tirania.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

IV Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade

«A saudade só morre na morte (porque aí, realizando-se de todo, se anula, por consumação): quando as camadas terrestres do fruto forem destruídas pela força total consumidora do Espírito, até ao cerne, à semente eterna do ser, que ela protege e envolve (e alimenta) - como polpa de vida e tempo, ou vida no tempo.
A saudade é sempre a passagem, como processo em vias de se fazer, em incessante perfectibilidade, do tempo à eternidade. A saudade é sempre a passagem, como processo em vias de se fazer, em incessante perfectibilidade, do tempo à eternidade.»
Dalila L. Pereira da Costa em  Introdução à Saudade.

Com a chegada dos primeiros dias de Outono discute-se e medita-se sobre o enraizamento da Saudade, através da realização do IV Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade. Este decorrerá durante os próximos dias 4 e 5 de Novembro, numa organização do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal), em parceria com o Centro de Estudos do Pensamento Português - Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa e o Instituto de Filosofia Luso-Brasileira. O programa deste colóquio encontra-se dividido em quatro painéis sequenciais, espalhados pelas instalações da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Universidade Católica Portuguesa (Porto), Biblioteca Municipal de Viana do Castelo e Biblioteca Albano Sardoeira em Amarante. A entrada é livre.

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Programa do Colóquio 

4 de Novembro Sessão I - Faculdade de Letras da Universidade do Porto: Anfiteatro II 

09h30
- Sessão de Abertura com Maria Celeste Natário, Arnaldo Pinho, José Esteves Pereira e António Braz Teixeira.

10h00 
- Manuel Ferreira Patrício - Mitologia, Fenomenologia, Ontologia da Saudade - Um Itinerário Ascendente e Aprofundante 
- José Pedro Angélico - Criação, Esperança e Saudade. Breves apontamentos teológicos 
- Teresa Noronha - Desejo e Saudade. Do Caos a Conatus 
- António Cândido Franco - Em torno duma mitologia da saudade  

11h30
- Paulo Ferreira da Cunha - Poderá Haver “Saudades do Futuro”? 
- Helena Filipa Lourenço - "Velai o Reino da Saudade": A representação da Saudade em algumas obras da Literatura Portuguesa 
- Maria De Lourdes Sirgado Ganho - Saudade: Afonso Botelho Leitor De D. Duarte 
- Maria Celeste Natário - Física e Metafísica da Saudade em Pascoaes 

13h00
- Intervalo Para Almoço 


Sessão II - Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa 

14h30
- António Braz Teixeira - Da possibilidade de pensar a Saudade a partir da filosofia espanhola contemporânea 
- Joam Evans - A Saudade galego-portuguesa no quadro mitológico europeu: uma interpretação antropológica do messianismo atlântico 
- Luís Garcia Soto - Saudades galegas 
- Dirk Hennrich - Cinco princípios para uma fenomenologia da Saudade 

16h00
- Paulo Borges - Saudade e Saúde. Saudar e Salvar
- Ricardo Ventura - Paráfrase e alegoria n'as saudades da terra de Gaspar Frutuoso 
- Bruno Béu de Carvalho - Saudade evocativa e saudade absoluta em Vergílio Ferreir
- Rui Lopo - O Sopesamento Não Saudosista Da Saudade: O Contributo Filosófico De José Barata-Moura 

17h30
- Manuel Cândido Pimentel - Vieira e a Saudade 
- Duarte Drumond Braga - Saudade e “Índia Nova” no jovem Pessoa 
- Raquel Nobre Guerra - Para uma leitura da Saudade em Álvaro de Campos 
- Luís Araújo - Aspectos do Saudosismo em Pascoaes 


5 De Novembro Sessão III - Viana do Castelo: Biblioteca Municipal 

10h30
- Rodrigo Sobral Cunha - O ritmo da Saudade 
- Samuel Dimas - A Saudade metafísica do mistério 
- Margarida Simões - A Saudade: uma heterodoxia identitária
- Pedro Baptista - Da Saudade ao paraíso do futuro
- Miguel Real - A teoria da Saudade em António Braz Teixeira e Paulo Borges
- Renato Epifânio - As não Saudades de Agostinho da Silva 

12h30
- Intervalo Para Almoço 


Sessão IV - Amarante: Biblioteca Albano Sardoeira 

16h00
- José Carlos Seabra Pereira - Outras visões da Saudade 
- Luísa Malato - Energia, outro nome da Saudade: o teatro crítico do Padre Feijoo 

17h00
- Lançamentos - Revista Nova Águia Nº 8: O Pensamento da Cultura de Língua Portuguesa; Vários Autores, A Águia & a República: 100 anos depois; Maria Celeste Natário, Teixeira De Pascoaes: Saudade, Física e Metafísica 

18h00 
- Sessão de Encerramento 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Amar ou Odiar

Fausto Guedes Teixeira em 1894.

Amar ou odiar 
Ou tudo ou nada 
 O meio termo é que não pode ser 
 A alma tem de estar sobressaltada 
 Para o nosso barro sentir, viver 
 Não é uma Cruz que não se queira pesada 
 Metade de um prazer, não é um prazer! 
 E quem quiser a vida sossegada 
 Fuja da vida e deixe-se morrer! 
 Vive-se tanto mais quanto se sente 
 Todo o valor está no que sofremos 
 Que nenhum homem seja indiferente! 
 Amemos muito como odiamos já! 
 A verdade está sempre nos extremos 
 Pois é no sentimento que ela está.

Fausto Guedes Teixeira.

Amar ou Odiar de Fausto Guedes Teixeira, dito por João Villaret.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

D. Dinis, o rei trovador revisitado na Biblioteca Nacional

«D. Dinis é um dos autores representado nos Cancioneiros com maior número de composições: são da sua autoria 137 textos, nos vários géneros. Nasceu em Lisboa em 1261, tendo falecido em Santarém, em 1325. É filho de D. Afonso III de Portugal e de D. Beatriz de Castela, sendo neto, por via materna de Afonso X, de quem terá herdado o génio poético. O pai Afonso III, por outro lado, traz consigo a influência da corte borgonhesa, e o gosto pela literatura cavaleiresca, o que terá criado um ambiente favorável a que, na corte  de D. Dinis, que terá tido perceptores de origem provençal como Domingos Jardo, a cultura tivesse encontrado um momento de grande florescimento. A ele se deve a fundação dos Estudos Gerais de Lisboa, embrião da Universidade portuguesa. Também pelo casamento com Isabel de Aragão, a literatura em langue d'oc viu a sua presença reforçada na corte dionisina. Há, na linguagem de D. Dinis, um retomar de muitas fórmulas e lugares comuns da poesia medieval. Tal facto não deve surpreender, já que o conceito de originalidade é algo que não faz parte desta literatura. Não quer isto dizer que não possamos reconhecer elementos próprios e originais, nomeadamente a afirmação da sua arte poética, assim como o reflexo da sua condição real no modo como desenvolve alguns aspectos das Cantigas de Amigo.»
Nuno Júdice em D. Dinis - Cancioneiro.

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Prosseguem, um pouco por todo o país, as celebrações dos 750 anos do nascimento de D. Dinis, multiplicando-se os eventos de homenagem ao nosso sábio rei lavrador. 
Assim, no próximo dia 28 de Outubro, pelas 18:00, no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal, poder-se-á assistir a duas conferências de Ângela Correia e Manuel Pedro Ferreira, subordinadas ao tema Dom Dinis, Trovador, seguindo-se a apresentação do Projecto Littera, a cargo da investigadora Graça Videira Lopes. Este evento terminará com um concerto do grupo Vozes Alfonsinas que tratará de executar algumas das cantigas medievais de Dom Dinis e seus contemporâneos. A entrada é livre.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ponto de partida, lugar de encontro! Uma exposição sobre Orlando Ribeiro!

«Em um século, portugueses e espanhóis fecharam um circuito marítimo que passou a fazer-se com a regularidade de um fenómeno natural; as suas datas extremes são a conquista de Ceuta (1415), primeira cidade africana ocupada por um povo europeu, e a primeira viagem de circum-navegação começada por Magalhães e terminada por El Cano, numa estreita colaboração dos dois estados peninsulares (1517). (...) Em um século apenas mudou o futuro do mundo e, pela primeira vez, a história tomou dimensão universal. A Europa entra em contacto directo com todas as grandes sociedades ou civilizações históricas ainda vivas, na África, no Índico, no Pacífico, na América.»
Orlando Ribeiro em  Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico.
  
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O impressionante percurso e contributo de Orlando Ribeiro para o desenvolvimento científico e humano foi já aqui abordado neste espaço, tendo-se enfatizado sobretudo o seu trabalho de fotografo, paralelo à sua actividade sobranceira de geógrafo e investigador. Uma vida dedicada ao progresso da ciência, às humanidades e à arte da fotografia fizeram de Orlando Ribeiro um importante vulto da cultura portuguesa do século XX.
Nesse sentido, de forma a celebrar os 100 anos do nascimento de Orlando Ribeiro, a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), conjuntamente com o Centro de Estudos Geográficos (IGOT, Universidade de Lisboa), organiza uma exposição intitulada Orlando Ribeiro (1911-1997): Ponto de partida, lugar de encontro. Esta ficará patente na BNP até 18 de Fevereiro de 2012. A sua inauguração ocorrerá no próximo dia 26 de Outubro, sendo precedida de um pequeno colóquio sobre Orlando Ribeiro que contará com o seguinte programa: 

17h00 - Testemunhos sobre Orlando Ribeiro; 
18h00 - Entrega do Prémio Nacional de Geografia Orlando Ribeiro, atribuído pela Associação Portuguesa de Geógrafos;
18h30 - Inauguração da Exposição.

domingo, 23 de outubro de 2011

Cultura Entre Culturas n.º 4

Realiza-se na próxima Terça-Feira, dia 25 de Outubro, pelas 18:30, o lançamento do nº 4 da revista Cultura Entre Culturas, dedicado ao poeta surrealista António Ramos Rosa. Este número contém um caderno especial de 60 páginas com poemas e desenhos inéditos do poeta, bem como diversos estudos e testemunhos de figuras destacadas da nossa Cultura. 
A apresentação será feita por Maria Teresa Dias Furtado (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e António Cândido Franco (Universidade de Évora), estando também presentes o director da revista, Paulo Borges, o director de arte, Luiz Pires dos Reys, assim como o editor Baptista Lopes (Âncora Editora).
A sessão de apresentação terá lugar na actual morada do poeta, situada na Residência Faria Mantero, Praça de Dio, n.º 3 - 1400-102 Lisboa. A entrada é livre.

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Lista de conteúdos

EDITORIAL 

ENSAIOS philo- sophia | sophemas

Dirk Hennrich
- Alguns aforismos sobre filosofia e poesia (em homenagem a José Marinho) 
Paulo Borges
- Grãos de areia 
Fátima Valverde
- Ministério da estética: para uma consciência social do belo 
Carlos Silva
- Pessoa Pluralidade possível -­ encenação de uma leitura temporã e de permeio 
Luiz Pires dos Reys
- Nascer do dia frag : mentos do ermo a esmo

POESIA photo grafia | rte 

José Valle de Figueiredo 
- 5 poemas inéditos
António Cândido Franco
- Leonor Teles
- Retrato de Francisco Palma Dias
João Raposo
- Hora de Névoa
Ethel Feldman 
- Esperei-te em silêncio
- Benjamin 
Fátima Vale 
- Êxtase-ganapatyas 
- Eclipse 
- Da árvore que caiu da folha
- Tens danças adiadas no salão de uma estrela 
Agripina Costa Marques
- Voo - vaivém entre diferentes planos 
- O primeiro sinal emanou da montanha
Donis de Frol Guilhade
- Dois poemas de Uroboros ou o Vaticinador de Chirico
- Paz: majestado sereníssimo 
Dom Diniz 
- Duas cantigas de mestria (nos 750 anos do seu nascimento) 
Bruno Miguel Resende 
- 4 imagéticas 
Rui Miguel Félix
- 4 fotografias | 2 poemas

DOSSIER ANTÓNIO RAMOS ROSA

Ana Paula Coutinho Mendes
- António Ramos Rosa ou a respiração poética do mundo
António Ramos Rosa 
- Poemas inéditos (ou quase éditos) e outros menos

Testemunhos

Agripina Costa Marques
- Louvam o sol com seus cantos
Casimiro de Brito 
- Eros e Thanatos
Maria João Fernandes 
- Lettera amorosa 
Maria Teresa Dias Furtado
- As palavras que António me deu 
Paulo Borges 
- Do imediato, da palavra, do silêncio e do vazio em António Ramos Rosa 
Gonçalo Salvado 
- Desenho 
Maria do Sameiro Barroso 
- A palavra tributaria e solar 
Fernando Esteves Pinto 
- Para António Ramos Rosa 
Gisela Ramos Rosa 
- Duas fotografias | Um poema 
- Os ramos do seu nome (um testemunho) 
José Machado Pais 
- Rosalume 
José Bivar 
- A mão que canta os pássaros 
Luís Filipe Pereira
- Como leitor de António Ramos Rosa, esta impressão breve não será mais que a fantasia de um pássaro/preso na ténue rede das palavras oblíquas
Manuela Justino
- Osquestração 
João Pedro Silva
- António Ramos Rosa, a poesia desenhada 
João Rui de Sousa 
- O relógio da amizade 
Tiago Nené 
- O bom poeta 
Donis de Frol Guilhade
- Cal: alquimia espiral do sol’o

Bibliografia [in]completa de António Ramos Rosa 

VOZES D’OUTRO NENHURES 

Stephen Batchelor
- Mitologias paralelas
- Tédio Baudelaire 

COLABORADORES ENTRE notas biobibliográficas