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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

"Saudade" eleita como a palavra do ano em Portugal

Inesperadamente, "Saudade" foi eleita como a palavra do ano pelo habitual inquérito realizado pela Porto Editora. Esta palavra tão portuguesa que encerra em si um mistério tremendo, desafiador da História e do próprio tempo, tem uma origem que remonta à génese da nossa língua. Intraduzível noutros idiomas, destaca-se como um elemento definidor do ethos nacional. Por isso mesmo, continua a intrigar pensadores nacionais e estrangeiros que se debruçam sobre o estudo das suas diferentes manifestações, vivências, planos e significações. 
A Nova Casa Portuguesa congratula esta escolha que revela o facto de Portugal estar a querer voltar-se para a busca de si.
Conforme tivemos oportunidade de anunciar, em 2020 realizou-se o VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade que congregou durante três dias inúmeros participantes, tendo ainda havido, em Julho, uma edição do programa Extremo Ocidente, da Radio Bandiera Nera, dedicada a esse tema. Em jeito de celebração, pensando naqueles que ainda não tiveram oportunidade de ouvir esse episódio em que José Almeida fez uma breve exposição sobre a Saudade, aproveitamos para deixar-vos a ligação para o respectivo podcast.    
Temos tudo quando temos Portugal!

Clicar na imagem para aceder ao podcast.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade

«Como luar de um sol brilhante, a saudade recebe a magia do amor unitivo e transmite-a a seus componentes, que não são passivos, mas rebeldes, porque, desejo e lembrança, de per si, têm sentidos opostos e são origem de divergentes sistemas interpretativos da vida e do conhecimento.»

Afonso Botelho em Saudade, regresso à origem

Durante a próxima semana, entre 16 e 18 de Dezembro, realiza-se o VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade. À semelhança de outros anos, este encontro nasce do trabalho e esforço do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, Universidade do Porto, Universidade de Santiago de Compostela, Centro Português de Vigo, MIL - Movimento Internacional Lusófono e a revista Nova Águia.
Em virtude das condicionantes a que estamos sujeitos este ano, a edição de 2020 deste encontro de cultura e pensamento será realizada através da plataforma Zoom. Para consultarem o programa e obterem mais informações basta visitar a página do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira.
Recordamos que este Colóquio da Saudade homenageará o pensador galego Carlos Baliñas Fernández e evocará o centenário da revista "Nós", fundada por Vicente Risco, autor da "Teoria do Nacionalismo Galego". Não percam.

(Clicar na imagem para ampliar.)


Programa do Colóquio

16 de Dezembro

16h30 | Sessão de Abertura  
- António Braz Teixeira (Instituto de Filosofia Luso-Brasileira) 
- Marcelino Agís Villaverde (Universidade de Santiago de Compostela) 
- Maria Celeste Natário (Universidade do Porto) 
- Jorge Teixeira da Cunha (Universidade Católica Portuguesa) 
- Bernardino Crego Cervantes (Centro Português de Vigo) 
- Renato Epifânio (MIL - Movimento Internacional Lusófono & Revista Nova Águia) 

17h15 | Conferência de Abertura  
- António Braz Teixeira | Introdução ao pensamento filosófico de Vicente Risco 

18h00 | Painel I 
- Rocío Carolo | Tres xeracións vencelladas pola saudade 
- Paulo Samuel | “Renascença Portuguesa” e a revista 'Nós'
- Luis Martinez-Risco | Vicente Risco e a xeração 'Nós' 
- Uxío Breogán Diéguez Cequiel | O imaginário colectivo galego e a revista 'Nós': o celtismo e a saudade  
- Renato Epifânio | Nos 100 anos da Teoria do Nacionalismo Galego de Vicente Risco 


17 de Dezembro

14h30 | Painel II 
- António Braz Teixeira | A reflexão sobre a saudade na revista 'Nós' 
- Luís Lóia | 'Nós' e o habitar: Do Marão à Finisterra
- Duarte Braga | A Saudade em Goa 
- José Almeida | O Mistério da Saudade 
- Samuel Dimas | A Metafísica panteísta da Saudade em Daniel Cortezón 

16h15 | Painel III 
- Paula Oleiro | A temática da saudade na lírica portuguesa 
- Joaquim Pinto | A saudade como sentimento de (In)vastidão – uma leitura a partir de Mariana Alcoforado 
- Isabel Ponce de Leão | Ai que saudades de tudo!... (a propósito de Camilo Pessanha) 
- Rui Lopo | “A religião da saudade”: Wenceslau de Morais 
- Manuel Curado | A Saudade da Ventura em João da Rocha (1868-1921)  

18h00 | Painel IV 
- Alexandre Teixeira Mendes | Leonardo Coimbra: da colaboração na 'Nós' à Galiza reencontrada 
- Alipio Santiago | A saudade de Bernardo Soares (F. Pessoa) xulgada dende o criterio ético do xuíz Wilhelm (S. Kierkegaard) 
- Luísa Borges | Do referencial da Saudade no Saudosismo de Mário Beirão 
- Artur Manso | Miguel Torga e a dorida saudade de um Portugal futurante 
- César Tomé | Divagações em torno do ser poético-filosófico saudoso a propósito dos ritmos bergsonianos de António Telmo


18 de Dezembro

14h30 | Painel V 
- Luís G. Soto | A saudade e as sombras 
- José Catanga | A saudade e o rural 
- Miguel Ángel Martínez Quintanar | Saudade e aprendizaxe  
- Maria Celeste Natário | Tantas saudades… 
- Maruxa Baliñas | El Seminario de Estudos Galegos y la conmemoración del Centenario de la muerte de Beethoven 

16h15 | Conferência de Encerramento 
- Marcelino Agís Villaverde | Carlos Baliñas Fernández : a busca dun novo paradigma hermenêutico 

17h00 | Sessão de Encerramento

segunda-feira, 27 de julho de 2020

A herança de António de Oliveira Salazar

Neste dia, há 50 anos, a alma de António de Oliveira Salazar repatriava-se em Deus. Para trás deixou-nos um impressionante trabalho de restauração nacional, concretizado graças a um esforço assente em três grandes pilares: inteligência, integridade e dedicação. Último chefe providencial da velha Europa, recuperou a respeitabilidade internacional da Nação Portuguesa, recuperou a contas públicas, industrializou o país, desenvolveu a Saúde e a Educação, criou inúmeras infra-estruturas públicas, desenvolveu as várias redes de transportes, possibilitou o regresso da cultura nacional aos lugares cimeiros das elites europeias, entre inúmeros outras concretizações. Figura incontornável e inexcedível da nossa História, legou-nos, para além da sua obra política, um pensamento pleno de actualidade, do qual qualquer governante contemporâneo poderá ainda hoje retirar os melhores exemplos e ensinamentos.     
A edição da passada Sexta-Feira do semanário O Diabo trouxe um excelente artigo de Marcos Pinho de Escobar no qual o investigador analisou, criteriosamente, o legado, material e espiritual, de António de Oliveira Salazar. Um bonita evocação, autêntica, corajosa e descomplexada, capaz de levar a luz da verdade às trevas originárias das mentiras dos delatores hodiernos. 

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terça-feira, 14 de julho de 2020

António Quadros faria hoje 97 anos

Conforme várias vezes referido, António Quadros foi, provavelmente, o rosto mais visível da Filosofia Portuguesa. Terá pesado para isso, não a sua ascendência familiar, sendo filho de António Ferro e Fernanda de Castro, mas sim a sua obra e legado, o seu carisma, dom para a comunicação, afável personalidade e extrema generosidade. 
Privou entre os maiores do seu tempo e com eles contribuiu para o aprofundamento e divulgação da  nossa História, Cultura e Filosofia. No campo dos estudos pessoanos foi, juntamente com Dalila Pereira da Costa, o principal hermeneuta do nosso poeta modernista, co-organizando com a autora de O Esoterismo de Fernando Pessoa a monumental edição de Obras Completas de Fernando Pessoa, publicada em três volumes de papel bíblia pela Lello Editores. Era um homem extremamente activo do ponto de vista intelectual, abraçando a sua obra com a maravilhosa predisposição de um missionário. Assumia que escrevia para aprender e que aprendia escrevendo. A sua singularidade tornou-o, à hora da sua morte, num homem insubstituível, amado e, por isso mesmo, saudoso. 
Em 2020, ano em que se publicou a primeira edição integral da sua obra Portugal, Razão e Mistério, contendo os dois volumes já publicados e um terceiro que, até agora, se encontrava inédito, cumprem-se também os 97 anos do seu nascimento. Desse modo, hoje, para relembrar o aniversário de António Quadros, partilhamos um belíssimo texto lavrado pela pena da sua filha, Rita Ferro, publicado a 3 de Abril de 1993, no jornal Semanário, dias depois da sua morte.
«Era um homem bizarro: inquietava-o o enigma do ser, falava de Cristo com admiração, exaltava-se com a Poesia e levava a sério as crianças – tinha o direito de se fascinar mais com ideias do que com automóveis. Vestia-se como os outros para não dar nas vistas, falava em voz baixa numa língua estranha, contrariava os seus instintos até aos limites e aprendeu tudo o que havia a aprender na vida para experimentar sozinho a dor da limitação humana. Ao mesmo tempo que se deixou arrebatar pelas pedras e pelas árvores, teve amigos feios, com caspa nos ombros e gravatas amarrotadas. Era tão crédulo e infantil que comovia: alugava a primeira casa que lhe impingiam, subscrevia revistas para ganhar o relógio digital e passava cheques aos amigos sem qualquer apreensão; no fundo, no fundo, achava o dinheiro um trambolho. Estava-se a borrifar para que os seus livros se não vendessem, porque não tinha pressa. Não precisava de se ter calado para que a sua voz se ouvisse, mas a culpa foi dele: preferiu sussurrar as suas ideias e cantar alto as dos outros. Inflamava-se com Homero e Sófocles, Camões e Shakespeare, Pascoaes e Pessoa, mas não fazia troça dos aspirantes ao Dom - tinha uma bondade disponível para companheiros e discípulos. Não era desconfiado como os aldrabões e apertava a mão aos adversários porque se esquecia das ofensas. Acreditava em coisas estranhas: que os contos de fadas não eram mentira, que havia uma transcendência nos homens e na História, que o seu País era eleito e os seus compatriotas homens de bem. Desgostava-se com a pobreza espiritual desta geração, vestia luto pela Natureza como qualquer de nós, mas tinha uma Fé inquebrantável na fraternidade universal e cósmica. Arranjou tempo para tudo: ajudar desconhecidos, fundar uma escola, jogar à bola com os netos, dissolver as vaidades. Uns, chamavam-lhe sábio, outros, maçador, mas ele não se ralava porque via "para além do Espelho", como só os poetas, os pensadores e talvez as crianças. Devia ser bom, porque foi amado pela mulher durante cinquenta anos. Partiu um dia "num barco em cuja vela branca se via uma cruz vermelha", e o bem mais valioso que deixou à família foi Portugal. No cais, foi enternecedor encontrar todos os seus amigos e todos os seus inimigos de lenço na mão, a acenarem com a mesma saudade e a mesma vergonha. Apesar do nevoeiro, o nevoeiro mítico onde tantos heróis e poetas se perderam, houve pessoas que juram ter visto uma estrela enorme a piscar o olho.»
Nascido a 14 de Julho de 1923, António Quadros completaria hoje 97 anos de vida.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Il Mistero della Saudade

«Non possiamo negare che la Saudade sia un sentimento. Dove ci porta questa misteriosa parola che coinvolge l’ethos del popolo portoghese? Qual è la sua dimensione filosofica, ontologica, esoterica, metafisica, religiosa e mitico-spirituale che ha ispirato i re, gli eroi, i santi, gli scrittori, i poeti e gli artisti? La Saudade come si relaziona con i sentimenti di amore, passione, gloria e all’ardito sentiero spirituale nei confronti della Patria? In questa puntata cercheremo di portare un po' di luce su questo mistero dell'anima del popolo portoghese.»
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O programa Extremo Ocidente, da RBN (Radio Bandiera Nera), apresenta, no próximo Domingo, 14 de Junho, às 12:00, uma emissão subordinada ao tema Il Mistero della Saudade. Em estúdio, com o anfitrião Guido Bruno, estará o investigador José Almeida, vice-director da revista Nova Águia.
O programa poderá ser escutado em www.radiobandieranera.org, ficando, posteriormente, disponível em podcast naquela mesma página. Não percam.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A "Renascença Portuguesa": Pensamento, Memória e Criação

Após largos anos de espera, será finalmente apresentada a obra A "Renascença Portuguesa": Pensamento, Memória e Criação, publicada pela U.Porto Edições. A sessão de lançamento terá lugar no próximo dia 22 de Fevereiro, pelas 18:00, na Biblioteca do Fundo Antigo da Reitoria da Universidade do Porto. Este livro compila os textos apresentados no Colóquio Internacional Pensamento, Memória e Criação no Primeiro Centenário da ‘Renascença Portuguesa’ (1912-2012), realizado entre 29 Novembro e 1 de Dezembro de 2012, nas cidades do Porto e Amarante.  
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

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domingo, 11 de fevereiro de 2018

Tertúlias de Cultura Portuguesa de 2018

As Tertúlias de Cultura Portuguesa estão de regresso à cidade do Porto. No ano em que se celebra o centenário do nascimento de Dalila Pereira da Costa (1918-2012), personagem incontornável da cultura e do pensamento português - autora de obras como O Esoterismo de Fernando Pessoa, A Força do Mundo, A Nau e o Graal, Da Serpente à Imaculada, Introdução à Saudade, Portugal Renascido, Corografia Sagrada, As Margens Sacralizadas do Douro Através dos Vários Cultos, entre outras -, este ciclo de encontros não poderia deixar de lhe ser dedicado.
Organizadas por Joaquim Domingues, José Almeida e Pedro Sinde, através do MIL - Movimento Internacional Lusófono e da revista Nova Águia, as Tertúlias de Cultura Portuguesa têm uma periodicidade mensal, decorrendo entre os meses de Fevereiro e Novembro, no auditório do Palacete Viscondes de Balsemão, no Porto. 
À imagem das edições passadas, estes encontros reunirão alguns dos principais exegetas e pensadores da Cultura Portuguesa. Deste modo, entre a lista dos convidados poderemos encontrar os nomes de Abel de Lacerda Botelho, Alexandre Teixeira Mendes, Brunello Natale De Cusatis, Cynthia Taveira, Elísio Gala, Henrique Manuel Pereira, Joaquim Domingues, José Almeida, José Carlos Seabra Pereira, José Manuel Lello, José Rui Teixeira, José Valle de Figueiredo, Mafalda Ferro, Manuel Rezende, Maria João Pinto, Maria José Leal, Paulo Borges, Paulo Samuel, Pedro Jacob Morais, Pedro Sinde, Pedro Teixeira da Mota, Pinharanda Gomes, Renato Epifânio, Rodrigo Sobral Cunha, Rui Lopo, entre outros.
A primeira sessão terá lugar no próximo dia 17 de Fevereiro, às 14:30, no Palacete dos Viscondes de Balsemão. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Tertúlias de Cultura Portuguesa: sessão em Leça da Palmeira

Organizado pelo MIL - Movimento Internacional Lusófono e a Nova Águia, o ciclo de Tertúlias de Cultura Portuguesa prossegue no próximo Sábado, dia 17 de Junho, pelas 14:30, no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira.
Nesta sessão serão oradores Maria Bochicchio, Professora da Universidade de Coimbra, que falará sobre as Figuras femininas em António Nobre; J. Alberto de Oliveira, poeta e sacerdote da Comunidade Franciscana de Leça da Palmeira, cuja comunicação abordará os Efeitos de Leça da Palmeira em António Nobre; e Duarte Drumond Braga, investigador de pós-doutoramento que dissertará em torno do tema Húmus: Das estéticas finisseculares à sua superação.
Esta sessão será acompanhada por um momento de poesia que ficará a cargo de Maria Luísa Malato, Professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Por último, haverá ainda um pequeno passeio pela Leça da Palmeira de António Nobre.
A participação é livre e aberta a toda a comunidade.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

I Jornadas de Cultura Portuguesa

Criada em 2006, por iniciativa de Arnaldo de Pinho e Sophia de Mello Breyner Andresen, a Cátedra Poesia e Transcendência tem organizado inúmeros encontros, colóquios e conferências, dinamizando o meio académico e cultural português. Afecta ao Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, a Cátedra de Sophia - como também é conhecida -, possui um carácter multidisciplinar, procurando estudar as relações entre a Poesia e o fenómeno da Transcendência, tanto em autores nacionais como estrangeiros.
No próximo Sábado, pelas 10:30, no campus da Foz da Universidade Católica Portuguesa, a Cátedra de Sophia organizará as suas I Jornadas de Cultura Portuguesa. Um evento que se espera poder vir a tomar uma periodicidade anual. Esta primeira edição, dedicada à memória de António Pedro, escritor, encenador e artista plástico falecido em 1966, contará com as participações de Henrique Manuel Pereira, José Rui Teixeira, José Pedro Angélico, Pedro Pereira, Teresa André, Fernando de Castro Branco, Jorge Teixeira da Cunha, entre outros. 
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

(Clicar na imagem para consultar o programa.)

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Olhares Luso-Brasileiros

Tendo recentemente voltado ao nosso país, onde participou em mais um Colóquio Internacional Tobias Barreto, Constança Marcondes César apresentou, em Lisboa e no Porto, o seu livro intitulado Olhares Luso-Brasileiros. Publicado numa parceria editorial entre o MIL e a DG Edições, este volume reúne perto de 50 artigos escritos ao longo das últimas décadas, prestando um valiosíssimo contributo para a sistematização do estudo e hermenêutica do pensamento e da cultura luso-brasileira. 
Partilhamos aqui a recensão de José Almeida a esta obra, publicada na edição de ontem do semanário O Diabo.

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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Entre Portugal e Macau: Congresso Internacional de Filosofia e Literatura

«Os nossos homens ganharam tantas batalhas, souberam vencer com tanta valentia, que o Imperador da China os considerou Senhores daquela terra como justa recompensa.»
Hermengarda Marques Pinto em Macau Terra de Lendas

Ruínas de S. Paulo, em Macau, numa gravura da autoria de Wilhelm Heine (1854).

Classificado como um dos mais belos e pitorescos territórios do antigo Império Português, Macau foi o último bastião de Portugal no continente asiático. Entregue às autoridades chinesas em 1999, aquele pequeníssimo pedaço de terra constituiu um importante ponto de encontro entre o Extremo-Ocidente e o Extremo-Oriente. Por ali passaram missionários, escritores, poetas, pensadores, soldados, diplomatas, políticos e aventureiros, bem como homens simples que também deixaram o seu contributo para a perenidade da nossa memória e presença cultural naquela longínqua zona do globo.
No seguimento de outros congressos realizados no passado, fazendo uma ponte entre Portugal, Cabo Verde e Brasil, o Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal da Universidade do Porto, em parceria com Universidade de Macau, Universidade de S. José, Instituto Politécnico de Macau e Instituto Internacional de Macau, promove agora um encontro ao qual se propõe levar o debate sobre as relações histórico-culturais entre Portugal e Macau.
O Congresso Internacional de Filosofia e Literatura: Entre Portugal e Macau terá lugar em Portugal e Macau, durante o mês de Maio do próximo ano. Até Dezembro encontra-se aberto o período de apresentação de propostas de comunicação para este encontro. Para mais informações, visite-se a página oficial da organização deste encontro em: http://portugalmacau2017.blogspot.pt.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Nova Águia n.º 18

Há poucos dias atrás foi divulgada a capa do 18.º número da revista Nova Águia, correspondente ao 2.º semestre de 2016. 
Este número inclui uma série de textos dedicados a Ariano Suassuana, resultantes das apresentações levadas a cabo num colóquio promovido em sua homenagem pelo Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, em Abril de 2015. Para além das habituais rubricas, destacam-se também dois blocos evocativos. Um dedicado a Vergílio Ferreira, assinalando o centenário do seu nascimento; outro consagrado a Delfim Santos, no cinquentenário da sua morte.
A capa desta edição conta, uma vez mais, com a colaboração da artista brasileira Haylane Rodrigues, autora do desenho de Ariano Suassuna que figura na capa do 18.º número desta publicação.
A apresentação da Nova Águia está agendada para o próximo dia 21 de Outubro, às 18:00, na BNP (Biblioteca Nacional de Portugal), em Lisboa.

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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Assinaturas da revista Nova Águia

Fundada em 2008, a revista Nova Águia tem vindo a revitalizar o espírito da histórica revista A Águia que, em inícios do século XX, marcou de forma indelével o panorama cultural e filosófico português.
Assinar a Nova Águia é estar a participar activamente na publicação da «única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português.» Por esse motivo, a Nova Casa Portuguesa apoia este projecto desde a sua primeira hora, sugerindo aos nossos amigos e habituais visitantes a assinatura desta revista, bem como o apoio incondicional a este importante projecto!
Para mais informações visitem http://novaaguia.blogspot.pt, ou www.zefiro.pt/novaaguia.htm.



(Clicar na imagem para aceder à página de assinaturas da editora Zéfiro.)

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Dicionário Crítico de Filosofia Portuguesa

Recentemente publicado pela Temas e Debates e o Círculo de Leitores, o Dicionário Crítico de Filosofia Portuguesa é já uma das obras mais relevantes no âmbito da Filosofia e da Cultura em Portugal, publicada nos últimos anos. Uma obra de referência que, não obstante algumas gralhas e ausências entre as figuras destacadas, importa saudar e divulgar. Trata-se de um importante contributo para o estudo e divulgação de um dos aspectos a que, habitualmente, menos se atende nas análises à cultura portuguesa. 
A Filosofia Portuguesa, latente no ethos e no espírito do nosso Povo, é algo que nos subjaz de forma implícita, mais do que explícita. Ela constitui um elemento inesgotável do nosso património imaterial, sendo absolutamente definidora do perfil e ser do Homem Português. Consagrando a existência de uma forma de pensamento própria dos portugueses, a existência da Filosofia Portuguesa é recusada por todos aqueles que, contaminados pelo materialismo e as correntes internacionalistas, repudiam a portugalidade, bem como a essência da alma lusíada. 
Deste modo, partilhamos hoje uma recensão da autoria de José Almeida ao Dicionário Crítico de Filosofia Portuguesa, publicada na edição da passada Terça-Feira do semanário O Diabo. Trata-se de uma recensão breve, mas bastante distinta daquela de Paulo Tunhas - universitário detractor da cultura portuguesa -, publicada no Observador.

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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Cinquentenário da morte de Delfim Santos (1966-2016)

«Delfim Santos foi de facto um pensador que deu atenção à tradição filosófica portuguesa, promoveu-a e reconheceu o seu valor intrínseco... Pensador profundo, dialogou com a filosofia do seu tempo dando atenção, simultaneamente, aos autores portugueses e estrangeiros.»
Maria de Lourdes Sirgado Ganho em Dicionário 
Crítico de Filosofia Portuguesa.

Delfim Santos em Berlim (1938).

Passa este ano meio século desde a morte de Delfim Santos. Filósofo, Professor, crítico, homem de cultura integral, deixou-nos um importante legado materializado nas suas obras, artigos e importantes trocas epistolares. Conhecido e aclamado aquém e além-fronteiras, foi um importante vulto da intelectualidade portuguesa do século XX, devendo ser hoje lembrado e celebrado.
Nesse sentido, estão já agendadas algumas iniciativas para o corrente ano, incluindo colóquios, conferências, exposições e várias publicações. Entre estas, destaque para o quarto número da revista Delfim Santos Studies. A programação de todos estes eventos e acontecimentos encontra-se disponível na página Ler Delfim Santos
Nascido no Porto, a 6 de Novembro de 1907, Delfim Santos faleceu em Lisboa, a 25 de Setembro de 1966. Tinha apenas 58 anos. Não obstante a monumentalidade da sua obra, assim como o alcance das suas acções, esperava-se ainda muito daquele que foi um dos mais carismáticos interlocutores e divulgadores do pensamento português junto das elites estrangeiras da sua época. 

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Paisagem Portuguesa

«A paisagem portuguesa parece esperar por nós há muitos séculos», escreveu o poeta presencista Carlos Queiroz (1907-1949) em Paisagem Portuguesa, obra que será amanhã, terça-feira, dia 24, apresentada ao público numa nova edição. E se, como recorda o poeta, «Montesquieu disse que os portugueses descobriram o Mundo mas desconhecem a terra onde nasceram», dar-lhes a conhecer a essência dessa terra foi um desígnio que Carlos Queiroz assumiu como missão. 
A beleza com que ele no-la descreve é sublime: «O perfume balsâmico dos fenos e das resinas dos pinheiros, a própria maresia - que chega a ser sensível em pontos longínquos do litoral - dão à atmosfera da paisagem portuguesa encanto extraordinário, talvez inigualável.» Ou ainda: «Brando e harmonioso, fulgente de Sol e refrescado por suaves brisas, o litoral português possui estâncias para todas as estações do ano, climas para todos os temperamentos, quadros e costumes para todos os gostos e curiosidades.» 
A presente edição está enriquecida com um ensaio do filósofo e escritor Rodrigo Sobral Cunha. A apresentação, marcada para as 18:00 de amanhã no Palácio de Seteais, em Sintra, estará a cargo do cineasta António Pedro Vasconcelos, do filósofo Joaquim Domingues e do próprio Rodrigo Sobral Cunha que, em 2014, organizou o Colóquio Nacional sobre Raul Lino.

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quinta-feira, 24 de março de 2016

Epistolário de António Quadros e António Telmo

O semanário O Diabo publicou, na passada Terça-Feira, uma recensão ao recém-editado Epistolário de António Quadros e António Telmo. Uma obra que reúne um importante acervo documental, constituído pela correspondência trocada por aqueles dois importantes pensadores ao longo de aproximadamente três décadas. Vale a pena ler! 

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sábado, 23 de janeiro de 2016

Junqueiriana - Ciclo de tertúlias sobre Guerra Junqueiro

«Guerra Junqueiro não é apenas poeta, é também pensador, e foi igualmente político e diplomata, homem de ciência, coleccionador de arte e agricultor. Em todas essas dimensões, se bem que em escala diversa, deixou marca. Para o entender, haveria que estabelecer conexões mais vastas que as cingidas ao universo literário.»
Henrique Manuel Pereira em Fragmentos de Unidade Polifónica.

Após ter-se assinalado em 2015 o centenário da exaltação do filósofo português José Pereira de Sampaio (Bruno) através de um ciclo de tertúlias que tiveram lugar no Ateneu Comercial do Porto, o MIL - Movimento Internacional Lusófono e a revista Nova Águia aliam-se, uma vez mais, àquela centenária instituição da cidade Invicta para animar um novo conjunto de encontros dedicados à cultura nacional e ao pensamento português.
Deste modo, obedecendo a uma continuação lógica do ciclo anterior, pretende-se com a Junqueiriana homenagear um outro importante intelectual português: Guerra Junqueiro. Poeta, filósofo, polemista e político, esta incontornável personalidade da cultura portuguesa será o patrono de um novo ciclo de tertúlias a realizar mensalmente no Ateneu Comercial do Porto, entre os meses de Janeiro e Junho do corrente ano. Dinamizados por Joaquim Domingues, Pedro Sinde e José Almeida, estes encontros contarão ainda com as participações de Henrique Manuel Pereira, Ângelo Alves, José Valle de Figueiredo, Júlio Amorim de Carvalho, Renato Epifânio, entre outros. 
A primeira sessão terá lugar já no próximo Sábado, dia 30 de Janeiro, pelas 17:00, sendo uma iniciativa de entrada livre e aberta a toda a comunidade. Para informações revistas e actualizadas visite-se a página junqueiriana.tumblr.com

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Sampaio Bruno na Fundação Eng. António de Almeida

No próximo dia 11 de Dezembro a cidade do Porto assiste a mais uma homenagem feita àquele que foi um dos seus filhos mais ilustres: Sampaio Bruno. Cumprindo-se o primeiro centenário do desaparecimento do filósofo português, a Fundação Eng. António de Almeida associou-se à evocação desta histórica efeméride, acolhendo um encontro organizado por Paulo Samuel e que contará com as intervenções de Manuel Gama, José Esteves Pereira e Francisco Duarte Mangas.
O início dos trabalhos está marcado para as 18:00 e será precedido pela inauguração de uma exposição documental e biblio-iconográfica consagrada à figura de Sampaio Bruno. No final será ainda distribuído o catálogo dessa mesma exposição que, por certo, constituirá uma mais valia para a preservação da memória do nosso filósofo e respectivo legado. 
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

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domingo, 27 de setembro de 2015

O endeusamento da opinião e a entronização das urnas

Em vésperas de mais umas eleições legislativas, os portugueses parecem encontrar-se novamente mergulhados na dúvida e incerteza sobre quem melhor poderá liderar os destinos da Pátria. Presentemente, apenas podemos falar em liderança e jamais em chefia. Há muito destituída de um chefe capaz de zelar e fazer confluir os seus interesses, comuns aos destinos de todos os verdadeiros portugueses, a Pátria encontra-se aprisionada pelo banditismo destruidor e usurpador de uma partidocracia republicana, mais interessada em dividir para reinar, do que em cuidar pelo nosso bem-comum. 
Ostracizados de forma mais ou menos consciente por um regime votado à analfabetização funcional de cada indivíduo, os portugueses são novamente chamados a assinar de cruz. Um gesto de ilusória liberdade e consciente responsabilização por parte de uma máquina opressora que se sabe legitimar. 
Lúcido e incisivo, Álvaro Ribeiro alertou-nos logo em inícios da década de 1980 para o que se estava a passar no Portugal pós-25 de Abril de 1974, sabendo também apontar a raiz do problema, conforme podemos ler neste interessante excerto retirado do 3.º volume da sua obra Memórias de um Letrado:
«Destituídos de verdadeira educação cívica, nem os adolescentes nem os adultos se encontram filosoficamente aptos a votar, a escolher e a decidir sobre cada um dos diferentes e diferenciados problemas de que se ocupam quantos exercem as mais altas funções na administração de República. A instrução recebida, a parcialidade, da ciência ou da técnica, no dizer de Spencer, habilita-os muito mais a negar do que a afirmar, a destruir do que a construir, a actuar em massa do que a reflectir em solidão. A doutrina platónica, vigente na Idade Média, primava em estabelecer que só a educação filosófica poderia garantir ao príncipe o direito de ser corado rei, mas na Idade Moderna a luta contra a monarquia foi tomando aspectos de luta contra a filosofia até culminar no paradoxal endeusamento da opinião e no ritual absurdo de entronização das urnas ou das armas.»
Capa do 3.º volume da obra Memórias de um
Letrado
, do filósofo português Álvaro Ribeiro.