quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um outro 1.º de Dezembro

«O Porto albergava os mestres desesperançados da República. Necessário se tornava proclamar outra República. O acto dos mestres solicitava a reacção das novas gerações e, com efeito, tudo foi possível, num temporal que é lícito situar entre 1910 e 1930, pois o espírito da "Renascença Portuguesa" sobreviveu, ainda que que alguns autores pretendam situar o termo final em 1915. (...) Profunda e conscientemente nacional, o movimento da "Renascença Portuguesa" teve a dupla expressão poética e filosófica.»
Pinharanda Gomes em  A "Renascença Portuguesa" - Teixeira Rêgo

(Clicar na imagem para ampliar.)

Num 1.º de Dezembro como o deste ano, marcado pela triste notícia de ser a última vez que os portugueses celebram enquanto feriado nacional esta importante data da sua história, convém recordar o tempo em que alguns dos mais importantes intelectuais do nosso século XX se uniram em torno da manutenção e promoção de uma cultura portuguesa, após a implantação da infame e criminosa I República, através da criação da revista A Águia, órgão oficial de expressão do Movimento da Renascença Portuguesa. 
Cientes da importância e peso da data 1.º de Dezembro no imaginário histórico-cultural nacional, sinónimo de Liberdade, Independência, Restauração e Renascença, os criadores do movimento, escolheram esse dia para o fundar, no ano de 1910, decorrido pouquíssimo tempo após a implantação da República. Devemos por isso lembrar essa geração, assim como o móbil da sua actuação, ou seja, a mesma decadência moral e degenerativa da III República imposta após Abril, directamente herdada da I República. Deste modo, tal como em 1910, torna-se hoje urgente e necessária a reemergência de uma ideia ou ideal poético-histórico-filosófico e sociopolítico nacional, capaz de preservar a nossa memória, cultura e tradição, defendendo deste modo o futuro da portugalidade e de todos os que a constituem e abraçam. Lembrar a Renascença Portuguesa é revitalizar o sonho de um melhor Portugal, pleno de esperança, liberto das pseudo-elites estrangeiradas, criminosas, oportunistas e decadentes.
Resta-nos por isso aguardar por uma renovada Renascença Portuguesa.

Sem comentários:

Enviar um comentário