quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

“E assim, Acontece”

Foi com um profundo pesar e tristeza que recebemos, durante a passada madrugada, a notícia da morte do veterano jornalista Carlos Pinto Coelho.
Ligado durante aproximadamente 26 anos à RTP, a sua actividade jornalística começara no Diário de Notícias nos idos anos de 1968, quando era ainda apenas um simples estagiário. Tornou-se um dos fundadores do Jornal Novo, tendo sido também redactor da Agência de Notícias portuguesa ANI e director executivo da revista Mais. No mundo da rádio representou , enquanto locutor, emissoras como a TSF, Rádio Comercial, Antena1 e Teledifusão de Macau. Contudo, foi na televisão que se notabilizou, tornando-se chefe de redacção do Informação/2, da RTP2, director de Cooperação e Relações Internacionais, director-adjunto de Informação e director de programas da RTP durante 4 anos.
Na sua qualidade de profissional da comunicação e informação, Carlos Pinto Coelho gozou sempre de uma certa polivalência jornalistica, não obstante o facto de se ter destacado nos domínios da divulgação cultural, salientando-se o saudoso programa Acontece, do qual foi apresentador ao longo de 9 anos. Chegando a ser o mais antigo jornal cultural da Europa, até ao seu desaparecimento da grelha televisiva após diferendo com o ex-ministro Morais Sarmento, o Acontece marcou toda uma geração, entre 1994 e 2003, assumindo-se como um verdadeiro serviço público, uma referência no panorama da divulgação cultural.
Autor de vários livros, foi também professor de jornalismo na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Tomar, onde leccionava desde 2003. Amante da comunicação, tratando o jornalismo sempre com a maior nobreza, como de uma forma de arte se tratasse, Carlos Pinto Coelho deixou-nos ontem, aos 66 anos, vítima de complicações cardíacas. Portugal amanheceu hoje mais pobre.

Excerto da última entrevista do jornalista e professor Carlos Pinto Coelho.

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