Há uns tempos atrás trocávamos impressões com um amigo desta vossa Nova Casa Portuguesa acerca da importância da literatura de aventura na formação e educação das crianças e jovens, no que concerne à criação de modelos e estruturação de princípios ou qualidades como o respeito pelo próximo, lealdade, bondade, bravura, amizade, espírito de camaradagem, solidariedade, entre outros. Nessa altura, comparamos o interesse das gerações passadas, marcadas pela leitura e descoberta da obra de autores como de Emilio Salgari ou Mark Twain, não negligenciando também os heróis de banda desenhada, fosse ela americana, franco-belga, italiana ou portuguesa, assim como o teor dos programas de animação que tão ansiosamente esperávamos após o final do TV Rural, numa altura em que a televisão realmente prestava um serviço público, contrapondo com as gerações mais recentes, algo avessas à leitura e presas a modelos frívolos, detentores de uma personalidade dúbia, sem qualquer tipo de código de honra e cavalheiresco, com uma ausência de moral e valores duvidosos.
A promoção da leitura, em particular das boas leituras, deve representar uma aposta forte por parte do Estado, procurando desta forma diminuir as assimetrias culturais entre a população portuguesa, contribuindo consequentemente para um maior equilíbrio social e posteriormente económico. O programa Ler + do Plano Nacional de Leitura é neste sentido bastante importante, devendo ser encarado de uma forma séria, pelo que obras como o Código DaVinci deverão ser equacionadas antes de integrarem o leque de leituras aconselhadas.
Conhecemos a dura luta de todos os Educadores face à mobilização dos jovens e adultos para a leitura, assim como estamos cientes do poder da imagem enquanto poderoso elemento subsidiário da narrativa. Neste campo, a banda-desenhada poderá ser uma forte aliada dos que se pautam pelos valores da Cultura e da Educação. Por si só, a banda-desenhada assume-se como uma forma de manifestação artística e cultural, longe dos tempos em que era considerada uma arte menor, destinada exclusivamente ao público juvenil. Depois, temos o seu valor como importante recurso pedagógico, podendo ser, dependendo das obras, aplicadas a praticamente todas as áreas do saber, com particular impacto na área das humanidades.
José Ruy, um dos mais conhecidos e prolíferos criadores portugueses de banda desenhada foi dos que muito nobremente contribuiu para um aumento do interesse, divulgação e aprendizagem das histórias da nossa História, cativando e influenciando ao longo da sua longa e frutífera carreira sucessivas gerações de jovens, despertando-os para a literatura e sensibilidade artística. A sua participação em várias publicações periódicas como o Jornal da BD, Tintin ou Spirou, bem como a sua colaboração como caricaturista e ilustrador em vários jornais, ou a publicação de variadíssimos álbuns, nos quais se destaca a série de As Viagens de Porto Bomvento, Os Lusíadas, A História da Cruz Vermelha, entre tantos outros, preenchem uma das mais importantes páginas da história da banda desenhada em Portugal.
De forma estender a nossa contribuição nas comemorações dos 500 anos da tomada de Goa, aproveitamos para invocar a época dourada da Expansão e Descobrimentos Portugueses através das Aventuras de Porto Bomvento, personagem fictícia, um piloto órfão portuense, criado por José Ruy que escreveu, desenhou e publicou 8 álbuns dessa série: Bomvento e os Homens sem Alma, Bomvento no Castelo da Mina, Bomvento no Cabo da Boa Esperança, Bomvento no Brasil, Bomvento em Terras do Lavrador, Bomvento no Cataio, Bomvento na Austrália e Bomvento Recorda a Infância.
A promoção da leitura, em particular das boas leituras, deve representar uma aposta forte por parte do Estado, procurando desta forma diminuir as assimetrias culturais entre a população portuguesa, contribuindo consequentemente para um maior equilíbrio social e posteriormente económico. O programa Ler + do Plano Nacional de Leitura é neste sentido bastante importante, devendo ser encarado de uma forma séria, pelo que obras como o Código DaVinci deverão ser equacionadas antes de integrarem o leque de leituras aconselhadas.
Conhecemos a dura luta de todos os Educadores face à mobilização dos jovens e adultos para a leitura, assim como estamos cientes do poder da imagem enquanto poderoso elemento subsidiário da narrativa. Neste campo, a banda-desenhada poderá ser uma forte aliada dos que se pautam pelos valores da Cultura e da Educação. Por si só, a banda-desenhada assume-se como uma forma de manifestação artística e cultural, longe dos tempos em que era considerada uma arte menor, destinada exclusivamente ao público juvenil. Depois, temos o seu valor como importante recurso pedagógico, podendo ser, dependendo das obras, aplicadas a praticamente todas as áreas do saber, com particular impacto na área das humanidades.
José Ruy, um dos mais conhecidos e prolíferos criadores portugueses de banda desenhada foi dos que muito nobremente contribuiu para um aumento do interesse, divulgação e aprendizagem das histórias da nossa História, cativando e influenciando ao longo da sua longa e frutífera carreira sucessivas gerações de jovens, despertando-os para a literatura e sensibilidade artística. A sua participação em várias publicações periódicas como o Jornal da BD, Tintin ou Spirou, bem como a sua colaboração como caricaturista e ilustrador em vários jornais, ou a publicação de variadíssimos álbuns, nos quais se destaca a série de As Viagens de Porto Bomvento, Os Lusíadas, A História da Cruz Vermelha, entre tantos outros, preenchem uma das mais importantes páginas da história da banda desenhada em Portugal.
De forma estender a nossa contribuição nas comemorações dos 500 anos da tomada de Goa, aproveitamos para invocar a época dourada da Expansão e Descobrimentos Portugueses através das Aventuras de Porto Bomvento, personagem fictícia, um piloto órfão portuense, criado por José Ruy que escreveu, desenhou e publicou 8 álbuns dessa série: Bomvento e os Homens sem Alma, Bomvento no Castelo da Mina, Bomvento no Cabo da Boa Esperança, Bomvento no Brasil, Bomvento em Terras do Lavrador, Bomvento no Cataio, Bomvento na Austrália e Bomvento Recorda a Infância.
«A demolição de um velho prédio na zona histórica da Baixa lisboeta, há muito tempo devoluto e ameaçando ruir a qualquer momento, permitiu trazer à luz do dia um documento inédito: o diário de um marinheiro português que participou em diversas viagens dos Descobrimentos nos séculos XV e XVI. (...)
Uma fonte ligada à Torre do Tombo revelou que o protagonista se chamava Porto Bomvento, possivelmente um simples marinheiro ao serviço da Armada Real Portuguesa cujo nome não estava até agora referenciado em nenhum outro documento histórico conhecido.
Uma coincidência perturbadora está a intrigar os estudiosos: Bomvento é o nome de um (sic) personagem de banda desenhada, criado pelo desenhador e argumentista José Ruy, herói de um ciclo de aventuras em vários álbuns, publicadas nos anos 80 e 90 pelas Edições ASA. O artista manifestou a sua "enorme surpresa" com esta "singularidade". Porto Bomvento, acrescentou, "foi um (sic) personagem que surgiu um dia na minha cabeça" e não se inspirou em "nenhuma figura encontrada em documentos da época".»
Carlos Pessoa no prefácio de As Viagens de Porto Bomvento de José Ruy.
(Clicar na capa para ampliar.) |
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Compiladas e reeditadas pelas Edições ASA em dois volumes de quatro histórias cada, As Viagens de Porto Bomvento podem ser adquiridas através do site da editora pela módica quantia de 3€ por tomo. Ideal para um público dos 8 aos 88 anos, esta é uma das nossas sugestões para o próximo Natal.
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