Quando Fernando Pessoa escreveu no poema Ulysses, da sua obra Mensagem, «O mytho é o nada que é tudo», ele não estaria certamente ciente do quanto essa frase se revelaria autobiográfica. Pessoa, que nos deixou há exactamente 75 anos, mitificou-se, conquistando a imortalidade através da sua obra, do seu carisma, da sua inquietude, da sua nobre simplicidade e da sua heterodoxia tantas vezes paradoxal, aproximando-se desse modo do arquétipo português, chegando quase a fundir-se com o mesmo. Sendo ele próprio o tudo que não era nada, e o nada que era tudo, o poeta, escritor e pensador português encerrou em si mesmo os mistérios de um Portugal que não o soube viver e que o tardou em chorar. A ele, o reino que há de vir.
Fernando Pessoa na 'hora de Baco'. |
a citizen of Lisbon, wrote four highly differentiated
bodies of poetry, one under his own name
(Pessoa, as it happens, means 'person')
and the others under the names
Alberto Caeiro, Ricardo Reis, and Álvaro de Campos.
A quiet, self-effacing man who published little
he enjoyed scant reputation in his lifetime,
but is now widely regarded as
'the greatest Portuguese poet since Camões'.
John Wain em Thinking about Mr Person.
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