segunda-feira, 13 de junho de 2011

Santo António de Lisboa

«Nascer pequeno, e morrer grande, é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento, e tantas terras para a sepultura. Para nascer, pouca terra: para morrer, toda a terra: para nascer, Portugal: para morrer, o mundo.»
Padre António Vieira em 1670, no seu Sermão de Santo António.

Representação de Santo António num selo
postal português datado de 1895. 

Santo António nasceu na cidade de Lisboa entre 1191 e 1195, onde recebeu o nome de baptismo Fernando Martins de Bulhões. Aceitando o divino chamamento ingressou na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, em S. Vicente de Fora, onde permaneceu até transferir-se para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Foi nesse importante centro da cultura europeia durante a idade média que o mais conhecido dos santos portugueses se iniciou no estudo do Direito Canónico, Teologia e Filosofia.
A notícia chegada a Portugal relativa ao martírio dos cinco franciscanos decapitados pelos infiéis marroquinos fez despertar o jovem Fernado Bulhões para uma nova missão - a evangelização. Assim, ingressou na Ordem de São Francisco, partindo para França e Itália em pregação, destacando-se pelo seu combate às heresias. O facto de ter nascido em Portugal e morrido em Itália, na cidade de Pádua a 13 de Junho de 1231, faz com que ambos os países o reclamem como seu. Problemática parcialmente resolvida pelo Papado que o declarou uma personalidade universal...
O seu processo de canonização foi o mais rápido de sempre a ser conduzido pela Igreja Católica, tendo a sua veneração rapidamente sido disseminada entre as elites e massa popular, que desde logo lhe atribuiu a fama de santo casamenteiro. Particularmente devota a este santo, a cidade de Lisboa dedica-lhe as famosas celebrações de Santo António, cujas tradicionais marchas populares foram criadas por António Ferro, durante o período do Estado Novo. Comemorado e celebrado no dia da sua morte, 13 de Junho, o Santo António popular desce às ruas da cidade para dançar, beber, comer sardinhas assadas e conviver, esquecendo os seus pesados títulos de exímio teólogo e insigne mestre em matérias de ascética e mística ou de incansável martelo dos hereges.

Documentário sobre a vida e obra de Santo António de Lisboa.

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