segunda-feira, 4 de julho de 2011

Espólio de Delfim Santos doado à BNP

«Ao longo da sua carreira Delfim Santos participou e proferiu conferências em diversos congressos nacionais e estrangeiros e colaborou em numerosas publicações periódicas, entre as quais a revista A Águia, de que chegou a ser director, Revista de Portugal, Presença, Revista do Porto, Inquérito, Diário Popular, Revista da Faculdade de Letras, Litoral, O Mundo Literário, Escola Portuguesa, Revista Brasileira de Filosofia, Arquivos da Universidade de Lisboa ou Diário do Norte. Algumas dessas colaborações foram editadas em separatas. Publicou ainda, por exemplo, Linha Geral da Nova Universidade de Coimbra (1934), Situação Valorativa do Positivismo (1938), Da Filosofia (1939), Conhecimento e Realidade (1940), Notes pour une Étude sur Descartes (1944), Fundamentação Existencial da Pedagogia (1946), Meditação sobre a Cultura (1946), A Criança e a Escola (1959), tendo prefaciado e preparado introduções e versões de obras de autores como Friedrich Nietzsche, Régis Jolivet, Hermann Hesse e Karl Jaspers.»
Excerto do comunicado da doação publicado pela Biblioteca Nacional de Portugal.

Delfim Santos em meados de 1953.

É com bastante regozijo que anunciamos, novamente neste espaço e em tão curto espaço tempo, mais uma importante doação feita à Biblioteca Nacional de Portugal (BNP). Desta feita trata-se da doação do espólio do filósofo Delfim Santos, iminente pensador e pedagogo, figura incontornável da cultura portuguesa do séc. XX.
Nascido na cidade do Porto em 1907, onde viria a frequentar a Faculdade de Letras, sendo aluno de mestres como Leonardo Coimbra, Aarão de Lacerda, Teixeira Rego, Newton de Macedo ou Luís Cardim, Delfim Santos acabaria por concluir a sua licenciatura em 1931, tendo partilhado o seu percurso com outros importantes nomes associados à cultura portuguesa, nomeadamente, Agostinho da Silva, Álvaro Ribeiro, Adolfo Casais Monteiro, Sant'Anna Dionísio e José Marinho.
De formação e educação cristã, frequentou, ainda durante os anos do liceu, as actividades culturais e desportivas da Associação Cristã da Mocidade. O seu interesse e dedicação à Educação levaram-no a concluir algumas cadeiras pedagógicas na Universidade de Coimbra, antes de se mudar para a cidade de Lisboa.
Em Outubro de 1935 partiu para Viena de Áustria, onde permaneceu durante dois anos como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura, tendo igualmente conhecido a realidade académica de outras importantes cidades europeias como Berlim, Londres e Cambridge. Familiarizando com a Filosofia das Ciências e a Metafísica do Conhecimento, Delfim Santos cedo se começou a destacar nos domínios da Filosofia, tendo acabado por tornar-se Professor Catedrático em Lisboa, no ano de 1950, após uma curta passagem pelos EUA.
O seu espólio de inestimável valor, até agora à guarda da sua família, foi gentilmente doado por esta à BNP, integrando o seu Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea, o que permitirá aos investigadores estudarem sobre fontes primárias o percurso e pensamento de Delfim Santos.
Este trata-se de mais um gesto patriótico de desinteressada filantropia que certamente potencializará a salvaguarda, estudo e promoção da Cultura Portuguesa.

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