segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Retrospectiva da Arte Portuguesa do século XX (1910-1960)

«Na segunda década do nosso século, a arte portuguesa entrou subitamente em consonância com os movimentos de vanguarda europeus. A Exposição Livre (1911), os salões humoristas (desde 1912), a presença dos Delaunay em Portugal (1915-1917), as revistas Orpheu (1915) e Portugal Futurista (1917), a vinda dos bailados de Diaghilev (1917) e a experiência dos bailados portugueses (1918) são alguns dos acontecimentos que marcaram a acção dos modernistas num ambiente cultural dominado pelo gosto naturalista. De toda essa época ficaria apenas uma lenda, se não fosse a existência da obra de Amadeo de Souza-Cardoso, apresentada em 1916 no Porto e em Lisboa. Almada Negreiros, Eduardo Viana e Santa-Rita foram os seus companheiros. Impressionismo, futurismo, cubismo, orfismo, abstraccionismo, "purismo", expressionismo e proto-dadaísmo constituíram os diversos aspectos das obras realizadas.»
Rui Mario Gonçalves em História de Arte em Portugal - Pioneiros da Modernidade.

Continua patente no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC), até ao próximo dia 5 de Outubro, a exposição temporária Arte Portuguesa do Século XX (1910-1960). Com uma curadoria de Adelaide Ginga, esta exposição faz uma retrospectiva histórica da criação artística em Portugal durante os primeiros sessenta anos do séc. XX, dividindo-se em cinco núcleos distintos: Frentes de vanguarda: de Paris a Lisboa; Almada Negreiros: dinâmica e volumetria; Neo-Realismo: lirismo e crítica; Surrealismo: poesia, onirismo e acaso; Abstracção: modulação e ritmo.
Com cerca de 100 obras em exposição, entre pinturas, desenhos, esculturas e fotografias, esta mostra conduz-nos desde os primeiros anos do séc. XX,  absolutamente indispensáveis a compreensão de todo o percurso da arte contemporânea portuguesa, com todos os seus pontos de ruptura e convergência com a tradição artística nacional, até à década de 1960. Organizada no âmbito das celebrações dos 100 anos do MNAC, esta exposição dá ainda a conhecer a todos os visitantes uma parte do importante acervo que esta instituição encerra, servindo assim para promover também um dos mais interessantes museus da capital portuguesa.
Aproveitamos por isso esta oportunidade para divulgar algumas das obras patentes nesta importante mostra que tão fortemente recomendamos visitar.

Cabeça, pintura da autoria de Amadeo de
Souza-Cardoso (c. 1913-1915).

A Sesta de José de Almada Negreiros (1939).

O Gadanheiro, uma pintura de Júlio Pomar (1945).

Adão e Eva, esculturas em terracota da autoria de Ernesto
Canto da Maia (1929-1939).

Eu, de Fernando Lemos (1949-1952).

Auto-retrato de Mário Eloy (1936).

Linhas incidentes, fotografia da autoria de Fernando
Taborda (1954).

1 comentário:

  1. Fui ver a exposição e é boa. Só não é melhor pela dimensão e pelos clichés políticos do costume. Escrevi um texto sobre isso no jornal.

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