«...tem, assim, uma qualificação histórica e cultural; é um veículo de transformação social, um empreendimento filosófico, elemento central e ritualístico, é uma orientação epistemológica alternativa no mundo da música contemporânea globalizada. A verdade do momento, onde o improviso apresenta, como a sucessiva pincelada na tela do pintor, a definição da sua identidade musical, apresenta o indivíduo/músico como membro da colectividade; o Telectu Collective, estabelece um laço na cadeia da tradição instrumental acústica e é participante e/ou manipulador da invenção tecnológica electroacústica. Três vídeos de luminescências levemente coloridas em três cores diferentes, cria um cenário avançado multimédia. Reformula o lema "A arte é vida, a vida é arte".»
Jorge Lima Barreto acerca do projecto Telectu Collective.
Colagem a partir de capas de alguns livros da autoria de Jorge Lima Barreto. |
O legado deixado por Jorge Lima Barreto extravasa largamente o seu carácter material. A influência do músico e musicólogo foi extremamente significativa na cultura nacional, tendo moldado ao longo de várias décadas a personalidade intelectual e acuidade estética de um significativo número de artistas, estudiosos, ou meros apaixonados pelas inúmeras actividades criativas.
Juntamente com Vítor Rua, fundou em 1982 o duo Telectu, um do principais nomes dentro do panorama musical erudito e vanguardista nacional, uma autêntica Instituição dentro da música portuguesa. Juntos percorreram Portugal, os continentes europeu, asiático e americano, contactando e colaborando com inúmeros músicos, oriundos das mais diferentes proveniências e dos mais diversificados quadrantes musicais, tornando-se numa referência da música aquém e além fronteiras.
Coroado enquanto músico, foi por muitos considerado o maior musicólogo português de todos os tempos. Falecido em Julho de 2012, Jorge Lima Barreto deixou, como é normal na vida dos grandes génios, uma série de projectos por realizar, entre os quais o célebre Telectu Collective, onde ambicionava projectar-se artisticamente de uma forma plural e multidisciplinar, através da colaboração simultânea com artistas destacados das mais variadas áreas.
Em jeito de homenagem, Vítor Rua levará a cabo este sonho de Jorge Lima Barreto já no próximo dia 11 de Maio, pelas 23:50, no MusicBox, em Lisboa. Este é um espectáculo a não perder!
23:50 - Vídeo NOISE.
24:00 - ENTRADA – Souflée de Mental Noise, servido akusmaticamente por Ilsa D´Orzac, acompanhado de sons metalizadas a laChris Cutler e regado com mel de guitarra de Vítor Rua.
00:10 - VídeoGardenXXI + MAINFESTO XXI – Lido por Al Mendes com Vídeo-Concert do Jorge Lima Barreto e regado com cordas por Vítor Rua & servido em pratos por Chris Cutler.
00:20 -
COUVERT – Sons eletrónicos por DWART, marinados em baixo por Alex Cortêz, com pancadinhas suaves de Chris Cutler e a guitarra apimentada de Vítor Rua.
00:25 -
APETIZER – Strawb Rock au vapeur com voz de Bernardo Devlin.
00:35 -
VEG DISH – Duo fresquinho com Zul Telecu (Jonas Runa & Vítor Rua).
00:45 -
CONSOMÉ – Performance apimentada por Carlos Zíngaro e João e Ana Galante.
00:55 -
PRATO I – Bateria cortada às fatias com facas por Luís San Payo & Iana Reis.
01:00 -
PRATO II – Contrabaixo salteado com cordas electrizantes, pratos refrescantes com peles ricas em proteínas, mais piano preparado com amor e voz sexy angelical por Hernâni Faustino & Manuel Guimarães & Vítor Rua & Luís San Payo & Pedro Alçada & Cláudia Efe.
01:10 -
VEG Vídeo – InfoArte de Cecília Melo e Castro.
01:05 -
FAST FOOD – Brain Waves com óculos de luz no forno por Karlheinz Andrade & Gonçalo Falcão no esparghete electrónico.
01:10 - Saxopera por Henrique Portovedo servido com vídeo & suporte digital.
01:15 -
GREAT FOOD – Performance universalmente excitante pelo maior performer vivo do planeta Terra servida com as mãos por Manoel Barbosa. Com molho de D.W.Art & Vítor Rua, salpicados de percussão de Chris Cutler.
01:25 -
DESSERT – Vean Vídeo – Vídeo-letter de António Barros.
01:30 - Finale – Tutti-Frutti.
Minimal I, música de Telectu composta em 1990 durante a fase minimal
repetitiva daquele colectivo.
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