segunda-feira, 24 de julho de 2017

Livraria Lello, uma jóia que continua a encantar o mundo!

Fundada em 1906, a Livraria Lello é cada vez mais valorizada enquanto espaço nobre da cidade do Porto. Anualmente visitada por mais de um milhão de pessoas, esta livraria foi durante um século baluarte da alta-cultura portuense e portuguesa, tornando-se numa embaixada da cultura nacional. Associada a inúmeros escritores portugueses e estrangeiros, a Lello não é hoje a livraria de qualidade que foi em tempos. Mais comercial na sua oferta livreira, conserva, apesar de tudo, o espírito e a beleza análoga a uma História e tradição materializada na exuberância do seu corpo físico - o belíssimo edifício das ruas das Carmelitas. Noticiada em todo o mundo como uma das mais belas livrarias do mundo, ontem foi a vez do jornal italiano Il Primato Nazionale publicar uma peça sobre a nobre e singular livraria Lello & Irmão. Este artigo, da autoria de Guido Bruno e José Almeida, pode ser consultado através da seguinte ligação: goo.gl/S6GJax.  

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sábado, 15 de julho de 2017

Meus Olhos Dolorosos

Teixeira de Pascoaes, ilustração de Haylane Rodrigues.

Meus Olhos Dolorosos

A lua sobre um píncaro escalvado,
Teus olhos sob a fronte que os domina;
O sol morrendo, ao longe, aureolado,
Num fundo de pinheiros e neblina;

Um rio manso, lívido, parado
Na concepção da Névoa; cristalina
Veia, onde nunca um raio afogueado
Matou a sede trágica e divina;

Aparições de Deus e da Beleza,
Sb formas de Cousas e Criaturas,
Perseguem os meus olhos que, às escuras,

Choram como as crianças, na Tristeza
Criadora que é a Virgem da Agonia,
A Mãe piedosa e triste da Alegria.

Teixeira de Pascoaes

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Tertúlias de Cultura Portuguesa: sessão em Leça da Palmeira

Organizado pelo MIL - Movimento Internacional Lusófono e a Nova Águia, o ciclo de Tertúlias de Cultura Portuguesa prossegue no próximo Sábado, dia 17 de Junho, pelas 14:30, no Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira.
Nesta sessão serão oradores Maria Bochicchio, Professora da Universidade de Coimbra, que falará sobre as Figuras femininas em António Nobre; J. Alberto de Oliveira, poeta e sacerdote da Comunidade Franciscana de Leça da Palmeira, cuja comunicação abordará os Efeitos de Leça da Palmeira em António Nobre; e Duarte Drumond Braga, investigador de pós-doutoramento que dissertará em torno do tema Húmus: Das estéticas finisseculares à sua superação.
Esta sessão será acompanhada por um momento de poesia que ficará a cargo de Maria Luísa Malato, Professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Por último, haverá ainda um pequeno passeio pela Leça da Palmeira de António Nobre.
A participação é livre e aberta a toda a comunidade.

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domingo, 28 de maio de 2017

28 de Maio: Revolução Espiritual

A Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926 serviu de exemplo para vários líderes políticos mundiais, tendo sido, provavelmente, ao longo do século XX, o episódio da política portuguesa mais estudado e comentado no plano internacional. Foram vários os intelectuais que, de forma atenta e sistemática, estudaram este nosso acontecimento histórico, analisando as suas consequências e implicações na vida política, económica e social de Portugal. Mircea Eliade - notável autor romeno que viveu entre nós durante quase toda a II Guerra Mundial -, foi uma dessas personalidades que se debruçaram sobre o estudo do 28 de Maio. No seu livro Salazar e a Revolução em Portugal, Mircea Eliade defende que o 28 de Maio foi também uma "Revolução Espiritual", escrevendo:
«Era uma altura favorável para uma reintegração da política portuguesa no espírito da sua tradição e da sua história. Claro que para os militantes da extrema-esquerda, era uma altura muito favorável para a integração da política portuguesa num outro ciclo, supra-histórico: e não restam dúvidas de que, se o movimento de 28 de Maio não tivesse acontecido e se Salazar não tivesse existido, Portugal teria conhecido, com uma duração dificilmente previsível, uma revolução comunista. Era a consequência lógica, necessária, da revolução iniciada no século XIX e que se tinha desenrolado numa contínua oposição para as instituições tradicionais. A revolução comunista que sem dúvida se seguiria à anarquia demagógica do regime de António Maria da Silva, não teria sido senão uma forma apocalíptica do processo de europeização a qualquer custo e de deslusitanização de Portugal, ideal com que sonhara a geração de Coimbra e todos os representantes da vida pública dos últimos anos da Monarquia.
Mas como Salazar era católico e nacionalista e como o movimento de 28 de Maio era essencialmente um movimento de resistência nacional, o momento histórico não podia ser utilizado a não ser num sentido de reintegração da política portuguesa na linha da sua tradição. Isso significa, com certeza, não apenas uma oposição clara ao comunismo, mas, sobretudo, uma acção de liquidação gradual, mas eficaz, dos últimos modelos que ainda sobreviviam, fossilizados ou degenerados, do espírito demoliberal.
»
Exemplares da edição italiana e portuguesa da obra
Salazar e a Revolução em Portugal.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Nossa Senhora na Literatura Portuguesa

Portugal foi ao longo da sua História uma Pátria marcada pelo signo de Cristo, tendo sido escolhida desde cedo, por vontade Divina, para tornar-se numa terra dedicada à Nossa Senhora. Ao longo dos séculos a presença da Virgem tem marcado os desígnios e os trilhos espirituais da nossa Pátria e do nosso Povo. Esta importante presença, em tudo definidora da Fé dos portugueses, encontra na religião, mas também na poesia, literatura e tradição popular o seu testemunho vivo.
Assim, aproveitando a comemoração do Centenário das Aparições de Fátima, o ciclo Foz Literária, dedica a sua sessão de amanhã à presença de Nossa Senhora nas letras portuguesas. Contando com a as presenças de José Valle de Figueiredo, Cuca Sarmento, Inês Taveira, Irene Costa Marques, Leonor Trigueiros e Rosa Leal, este encontro está marcado para as 18:30, no Forte S. João da Foz, no Porto. 
 A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.  

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sábado, 20 de maio de 2017

A luta contra o AO90 como desígnio do amor por Portugal

José Pacheco Pereira, junto com Jorge Coelho, voltou à carga contra o AO90. As suas duras críticas contra este desastroso acto da diplomacia nacional que, como sabemos, nasceu de um triste acto administrativo do Estado português, não são de agora. Da óbvia bastardização da língua portuguesa, passando pelo empobrecimento desta numa perspectiva de futuro, Pacheco Pereira referiu numa das últimas edições do programa "Quadratura do Círculo", na SIC Notícias, o perigo da imposição do AO90 nas escolas e a sua directa relação com destruição de um património ligado às raízes latinas da nossa língua. O comentador teve ainda muita razão quando associou o AO90 ao fenómeno de decadência e degenerescência cultural da actual sociedade portuguesa, onde os próprios naturais de Portugal apresentam dificuldades notórias na aprendizagem da sua língua materna. 
O discurso, obviamente, agrada aos defensores da língua portuguesa que, de forma heróica e abnegada, combatem o (des)acordo ortográfico. No entanto, convém recordar que, para além das palavras, nos devem também interessar os actos. Neste capítulo, José Pacheco Pereira portou-se mal ao aceder à publicação de algumas das suas mais recentes obras segundo o malfadado (des)acordo ortográfico.
De resto, este não é um caso único de incoerência. Recordemos, por exemplo, Francisco José Viegas, outro opositor do AO90, que depois de tornar-se Secretário de Estado da Cultura, durante o XIX Governo Constitucional, se remeteu ao silêncio e à inacção quando poderia, efectivamente, ter feito algo para contrariar esta mentira de Estado. 
São estas incongruências e fragilidades de carácter que, infelizmente, definem os homens da nossa época. É por estes motivos que certos combates devem prosseguir norteados pela força das causas que nos movem e não pelas figuras públicas que delas se apossam. Portugal vale bem mais do que a fama e a vaidade dos homens.

Pacheco Pereira e Jorge Coelho criticam de forma dura e 
fundamentada o AO90 e a sua aplicação. 

quarta-feira, 17 de maio de 2017

A BNP acolhe em Dezembro um Colóquio comemorativo dos 500 anos do nascimento de Francisco de Holanda

«Da fonte da pintura e primeira causa será o começo de nossa obra; onde podemos dizer ser Deos pintor evidentissimo, e nas suas obras se conteer todo o exemplo e sustancia de tal arte.»
 Francisco de Holanda em Da Pintura Antiga.

Auto-retrato de Francisco de Holanda retirado
da sua obra De Aetatibus Mundi Imagines.

Comemora-se este ano o quinto centenário do nascimento de Francisco de Holanda, um dos grandes nomes da cultura portuguesa e europeia do século XVI. De modo a celebrar esta efeméride o Instituto de Filosofia Luso-Brasileira organizará, no final deste ano, o Colóquio Obra e Pensamento de Francisco de Holanda. Este encontro terá lugar na Biblioteca Nacional de Portugal, a 7 de Dezembro, sendo que o prazo para a submissão de propostas de comunicação se encontra aberto até o dia 30 de Setembro. 
Para mais informações visite-se a página oficial do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira em http://iflb.webnode.com.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Pequeno breviário de sobrevivência à decadência reinante

Nestes tempos de dissolução e massivo desmembramento, dominados por gente aleivosa e sem carácter, impõe-se a construção e o fortalecimento dos nossos baluartes interiores. Assim, partilhamos 7 conselhos que visam impedir qualquer contributo ao firmamento da mediocridade circundante:

1 - Permanece em harmonia com a natureza e fervoroso na nossa Fé;
2 - Corta com a televisão, os mass media e todas as formas de alienação;
3 - Rejeita a igualdade e a tolerância;
4 - Conquista a liberdade e o respeito;
5 - Reconhece que todos nós temos uma missão de amor e de conquista;
6 - Recorda-te que Portugal já caiu ao nível "mais baixo possível";
7 - Consciencializa-te para a necessidade de uma acção refundacional da Pátria.

Só a acção nos poderá voltar a unir enquanto portugueses! 

terça-feira, 18 de abril de 2017

Alberto Corrêa de Barros: In Memoriam

O semanário O Diabo recordou na edição de hoje o seu antigo colaborador Alberto Corrêa de Barros. Num artigo assinado por José Almeida e Jorge Camanho, somos convidados a revisitar o percurso de um dos mais sólidos bastiões da defesa da nossa doutrina nacionalista. Destaque ainda para a publicação de um poema inédito de José Valle de Figueiredo, dedicado à memória do homenageado.

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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Alberto Corrêa de Barros (1945-2017)

É com profundo pesar que a Nova Casa Portuguesa participa a notícia do falecimento de Alberto Corrêa de Barros. 
Figura singular do nacionalismo português, foi soldado miliciano em Moçambique, onde lutou em missão de soberania na defesa do território nacional, naquela que haveria de ficar conhecida como Guerra do Ultramar. Alberto Corrêa de Barros pertenceu, juntamente, com António José de Brito, Rodrigo Emílio, Goulart Nogueira, entre outros, ao grupo de indefectíveis nacionalistas que sempre se opuseram à chamada “revolução dos cravos”. Homem de vasta cultura e erudição, foi um importante doutrinador junto das hostes nacionalistas, em particular, junto das gerações mais jovens.  
As exéquias fúnebres terão lugar no próximo Domingo, 9 de Abril, às 15h, na igreja paroquial de Vermoim, na Maia. De seguida, o seu corpo será conduzido até ao cemitério de São Martinho de Anta, no concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real, onde será sepultado.
Resta-nos honrar a sua memória com a nossa eterna Saudade! Até sempre, camarada! 

segunda-feira, 13 de março de 2017

António Sardinha e as Aparições de Fátima

António Sardinha, figura seminal do Integralismo Lusitano, foi uma das muitas personalidades da vida política e cultural nacional a sair em defesa das Aparições de Fátima. Em Outubro de 1917, em pleno alvoroço em torno do fenómeno de Fátima, António Sardinha publicou uma interessante reflexão no jornal A Monarquia. Um século depois esse texto ainda se reveste de plena de actualidade, pelo que vale a pena relê-lo, :   
«Não estive em Fátima, mas de longe eu creio na assistência da Virgem à pobre terra de Portugal. Antes que a Igreja o definisse como dogma não fomos nós os primeiros que A adoraram no Mistério da Sua Imaculada Conceição? A minha crença fundamenta-se na voz ponderada da minha consciência. Tão lamentável é a incredibilidade que cega, como a dúvida que escandaliza! O visível não é mais que a expressão bem limitada do invisível. Para além do mundo imediato dos sentidos um mundo há - mais amplo e mais insondável, que a inteligência mal adivinha e de que só a Fé nos entrega o segredo. Como o epitáfio do médico de Pádua, a ciência, de senhora tornada escrava, ensina-nos apenas a não ignorar a nossa ignorância. Por isso, pois que para edificação dos incrédulos e lição dos precavidos a humildade do espírito é o caminho aberto para Deus, repitamos com o velho Renan, ajoelhado nos degraus da Acrópole, que "raison et bons sens ne suffisent pas!".»
Milhares de pessoas acorreram a Fátima para assistir às
Aparições de 13 de Outubro de 1917.