sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Como o Natal nos tece

Natus est nobis Salvador Mundi!

Como o Natal nos tece

Diz-se Natal como poema, 
com versos novos que vão nascendo, 
diz-se como criança
que em nós vai crescendo, 
claridade e saudade, 
esperança de Nova Idade. 
Diz-se Natal como caminho 
por onde vamos, 
como versos que habitamos,
como poema que nos tece.
E se tão claro é o dia
que nos acontece,
é eterno o tempo
que hoje nos aquece.

José Valle de Figueiredo

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Nossa Senhora da Conceição: Padroeira e Rainha de Portugal

«A existência de Portugal é, em si mesma, um milagre, quer na sua fundação por Afonso Henriques, quer no contexto histórico da Península Ibérica ao longo dos séculos. Desde logo, a dedicação do Infante Afonso à Virgem Maria pelo milagre de Nossa Senhora de Cárquere, depois da vitória de Ourique (1139) na qual se levantou a aparição de Jesus Cristo ao rei Fundador. O brasão de Portugal nas suas cinco quinas disso manifesta sinal. Podemos dizer que nesta Terra de Santa Maria, sempre a Virgem foi medianeira excelsa da edificação nacional, da conservação e da recuperação da Independência, enfim, da esperança do Reino dos Céus.»

 Carlos Aurélio em Ó Glória da Nossa Terra

A 8 de Dezembro os portugueses celebram o Dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal. Trata-se de uma data especial que, durante muito tempo, foi também associada às mães portuguesas. Por esse motivo, existem ainda muitas famílias que comemoram o Dia da Mãe nesta data. 
Se a relação do nosso Povo com a Virgem remonta a tempos pré-fundacionais, não podemos esquecer o modo como essa devoção e afinidade se desenvolveram desde os períodos mais remotos da nossa História. Entre nós, a ligação a Nossa Senhora foi sempre tão forte que podemos mesmo afirmar que o dogma da Imaculada Conceição era já dogma entre os portugueses antes que a própria Igreja se posicionasse definitivamente sobre esta matéria.       
A 25 de Março de 1646, D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, com o propósito de agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência. O monarca português foi até a igreja de Nossa Senhora da Conceição, depositando a sua coroa aos pés de Nossa Senhora, aclamando-a padroeira e Rainha de Portugal. Desde então, mais nenhum rei português voltou a usar coroa, reservando esse privilégio apenas para à Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
Em Setembro último, o pintor e pensador Carlos Aurélio publicou através da Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição um livro intitulado Ó Glória da Nossa Terra. Tendo como objectivo criar um pequeno guia para o Santuário de Vila Viçosa, o autor não pôde deixar de fazer alguns apontamentos sobre esta relação sagrada entre Portugal e a Mãe de Deus. Trata-se de um livro não só importante, como fundamental para a compreensão da História Sagrada de Portugal.
Recorda-se que esta obra tem um custo de apenas 10 euros, sendo que a totalidade do dinheiro reverte para a compra de um paramenteiro que se destina a guardar e conservar as roupas da imagem do Santuário de Vila Viçosa. Os interessados poderão encomendar esta obra através do seguinte endereço de correio-electrónico: regiaconfrariansraconceicao@sapo.pt

Capa do livro.

Temos tudo quando temos Portugal!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade

«Como luar de um sol brilhante, a saudade recebe a magia do amor unitivo e transmite-a a seus componentes, que não são passivos, mas rebeldes, porque, desejo e lembrança, de per si, têm sentidos opostos e são origem de divergentes sistemas interpretativos da vida e do conhecimento.»

Afonso Botelho em Saudade, regresso à origem

Durante a próxima semana, entre 16 e 18 de Dezembro, realiza-se o VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade. À semelhança de outros anos, este encontro nasce do trabalho e esforço do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, Universidade do Porto, Universidade de Santiago de Compostela, Centro Português de Vigo, MIL - Movimento Internacional Lusófono e a revista Nova Águia.
Em virtude das condicionantes a que estamos sujeitos este ano, a edição de 2020 deste encontro de cultura e pensamento será realizada através da plataforma Zoom. Para consultarem o programa e obterem mais informações basta visitar a página do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira.
Recordamos que este Colóquio da Saudade homenageará o pensador galego Carlos Baliñas Fernández e evocará o centenário da revista "Nós", fundada por Vicente Risco, autor da "Teoria do Nacionalismo Galego". Não percam.

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Programa do Colóquio

16 de Dezembro

16h30 | Sessão de Abertura  
- António Braz Teixeira (Instituto de Filosofia Luso-Brasileira) 
- Marcelino Agís Villaverde (Universidade de Santiago de Compostela) 
- Maria Celeste Natário (Universidade do Porto) 
- Jorge Teixeira da Cunha (Universidade Católica Portuguesa) 
- Bernardino Crego Cervantes (Centro Português de Vigo) 
- Renato Epifânio (MIL - Movimento Internacional Lusófono & Revista Nova Águia) 

17h15 | Conferência de Abertura  
- António Braz Teixeira | Introdução ao pensamento filosófico de Vicente Risco 

18h00 | Painel I 
- Rocío Carolo | Tres xeracións vencelladas pola saudade 
- Paulo Samuel | “Renascença Portuguesa” e a revista 'Nós'
- Luis Martinez-Risco | Vicente Risco e a xeração 'Nós' 
- Uxío Breogán Diéguez Cequiel | O imaginário colectivo galego e a revista 'Nós': o celtismo e a saudade  
- Renato Epifânio | Nos 100 anos da Teoria do Nacionalismo Galego de Vicente Risco 


17 de Dezembro

14h30 | Painel II 
- António Braz Teixeira | A reflexão sobre a saudade na revista 'Nós' 
- Luís Lóia | 'Nós' e o habitar: Do Marão à Finisterra
- Duarte Braga | A Saudade em Goa 
- José Almeida | O Mistério da Saudade 
- Samuel Dimas | A Metafísica panteísta da Saudade em Daniel Cortezón 

16h15 | Painel III 
- Paula Oleiro | A temática da saudade na lírica portuguesa 
- Joaquim Pinto | A saudade como sentimento de (In)vastidão – uma leitura a partir de Mariana Alcoforado 
- Isabel Ponce de Leão | Ai que saudades de tudo!... (a propósito de Camilo Pessanha) 
- Rui Lopo | “A religião da saudade”: Wenceslau de Morais 
- Manuel Curado | A Saudade da Ventura em João da Rocha (1868-1921)  

18h00 | Painel IV 
- Alexandre Teixeira Mendes | Leonardo Coimbra: da colaboração na 'Nós' à Galiza reencontrada 
- Alipio Santiago | A saudade de Bernardo Soares (F. Pessoa) xulgada dende o criterio ético do xuíz Wilhelm (S. Kierkegaard) 
- Luísa Borges | Do referencial da Saudade no Saudosismo de Mário Beirão 
- Artur Manso | Miguel Torga e a dorida saudade de um Portugal futurante 
- César Tomé | Divagações em torno do ser poético-filosófico saudoso a propósito dos ritmos bergsonianos de António Telmo


18 de Dezembro

14h30 | Painel V 
- Luís G. Soto | A saudade e as sombras 
- José Catanga | A saudade e o rural 
- Miguel Ángel Martínez Quintanar | Saudade e aprendizaxe  
- Maria Celeste Natário | Tantas saudades… 
- Maruxa Baliñas | El Seminario de Estudos Galegos y la conmemoración del Centenario de la muerte de Beethoven 

16h15 | Conferência de Encerramento 
- Marcelino Agís Villaverde | Carlos Baliñas Fernández : a busca dun novo paradigma hermenêutico 

17h00 | Sessão de Encerramento

domingo, 6 de dezembro de 2020

Ó Glória da Nossa Terra

Aproxima-se mais um 8 de Dezembro e Portugal prepara-se para prestar a sua homenagem e devoção à sua Rainha e Padroeira. Afinal, Nossa Senhora da Conceição é, desde o reinado de D. João IV, a legítima Rainha de Portugal. Uma consagração que veio perpetuar, definitivamente, a íntima relação do nosso Povo com a Virgem Maria, Mãe de Deus. 
A edição da passada Sexta-Feira do semanário O Diabo veio relembrar os portugueses disso mesmo, publicando uma interessante recensão de Joaquim Domingues à obra "Ó Glória da Nossa Terra", da autoria do artista e pensador Carlos Aurélio. Vale a pena ler. 

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terça-feira, 24 de novembro de 2020

IV Encontro Nacional de Literaturismo

No próximo dia 27 de Novembro, a partir das 9:30, decorre no Forte de S. João da Baptista da Foz do Douro, no Porto, o IV Encontro Nacional de Literaturismo. Trata-se de mais uma iniciativa idealizada pelo poeta e ensaísta José Valle de Figueiredo que, desde há várias décadas, se tem interessado e debruçado sobre as chamadas geografias literárias, explorando a partir desse conceito uma série de importantes valências do ponto de vista cultural, social, identitário e comunitário. 
Tal como nas edições anteriores, a participação neste encontro promovido pela União de Freguesias de Aldoar, Foz e Nevogilde será livre e aberta a toda a comunidade. Para acompanhar as sessões de trabalho que contarão com as intervenções de nomes como José Augusto Maia Marques, Isabel Ponce de Leão, Sílvia Quinteiro, Francisco Mesquita Guimarães, Helder Pacheco, ou o próprio José Valle de Figueiredo, bastará enviar uma mensagem de correio electrónico para o secretariado do evento, através do endereço geral@uf-aldoarfoznevogilde.pt, pedindo a ligação para a plataforma Zoom. Não percam! 

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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Cruzeiro Seixas: homenagem ao último surrealista português

Perdemos Cruzeiro Seixas. O último sobrevivente do grupo de surrealistas de Lisboa partiu, ontem, a menos de um mês de completar 100 anos. Poeta, pintor, ilustrador e escultor, foi um sempre um artista completo apesar da sua genuína teimosia rejeitando qualquer um desses epítetos.
Para trás fica a sua obra, as viagens pelo mundo português e uma singular visão sobre a nossa natureza. De modo a homenageá-lo, nada melhor do que partilharmos um dos seus poemas mais evocativos dessa sua complexa relação com os mistérios da patriosofia.  

Cruzeiro Seixas (1925-2020).

Trota-se por certo de uma sala de operações 
até ao infinito 
pudicamente flor e crina adolescente 
ou seja simplesmente nuvem com árvores erectas 
mãos com algemas de prata 
lajes tumulares 
que na sua ignorância me recusam. 
Vê-se logo que nada sabem das formas que a noite toma 
descendo e subindo 
nos dois sentidos da luz. 
Na verdade 
quem é que não sente palavras-aranhas na alma? 
Quem é que não usa os recantos das janelas góticas 
para ali esconder o nevoeiro? 
Depois dos arbustos 
os bustos cobertos pela neve do futuro, 
isto no tempo em que as palavras 
ainda pairavam sobre o dilúvio. 
Silenciada a esfera armilar 
é com esferográfica que te envio as cores reinventadas 
prisioneiras entre destroços da mais alta antiguidade 
entre o céu e o inferno visíveis 
atravessados de veias 
e de rios, 
de luzes míticas 
de loucas viagens 
embalsamadas. 

Cruzeiro Seixas

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Uma Sonata de Frei Jacinto do Sacramento

Já há muito estava por publicar neste espaço o seguinte vídeo com uma interpretação anónima de uma das poucas peças de Frei Jacinto do Sacramento que escaparam ao Terramoto de Lisboa. Pouco se sabe sobre a vida deste compositor, exceptuando que terá nascido na capital portuguesa, por volta de 1712, desconhecendo-se por completo o ano da sua morte. Com apenas 16 anos tomou votos, ingressando na Ordem de São Paulo. Estudou música e composição, tornando-se num excelente cravista e organista. 
Não obstante todas as contrariedades e contingências, a sua fama como um dos melhores cantores e compositores portugueses do século XVIII fez caminho até os nossos dias. Do seu legado subsiste um par de toccatas e sonatas para cravo e órgão, como esta que aqui é partilhada. O suficiente, talvez, para podermos formular uma pequena ideia do seu génio, quase perdido nas páginas mais conturbadas da nossa História.


Sonata em Ré Menor de Frei Jacinto do Sacramento.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Reflexão para um 13 de Maio invulgar

Perante a presente contingência e respectivas limitações impostas pela mesma, o 13 de Outubro foi este ano vivido de uma forma mais triste, para não dizer vazia. No entanto, nada que desespere os nossos corações, cheios de Amor, certeza e esperança. Afinal, como um dia alguém disse: «No amargo, por vezes o palato descobre o início do doce.» Assim, marcando este dia e relembrando a importante mensagem que lhe está associada, partilhamos um outro excerto da obra Ó Glória da Nossa Terra, de Carlos Aurélio:
«Vila Viçosa, na sua devoção à Imaculada Conceição no Solar da Padroeira, continua a ser cordão umbilical que une a pátria, guia espiritual dos portugueses, àquela que fizemos nossa Rainha desde 1646. Fátima, na sua mensagem universal, desde a Cova da Iria leva ao cume da união salvífica de Jesus Cristo entre a terra e o céu, através daquela a quem desde o Calvário chamamos Mãe. O trono de Portugal e o altar do mundo têm a mesma Rainha: a Mãe Celeste.»
«E por fim o Meu Imaculado Coração Triunfará.»

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

9 Séculos - Revista da Lusofonia

Em Guimarães, nossa cidade berço, assistiu-se ao nascimento um projecto que visa repensar a nossa cultura e presença no mundo. 9 Séculos é o título de uma nova revista semestral que tem como principal desiderato a celebração da Portugalidade e da Lusofonia. Tendo como seu director Barroso da Fonte, uma ilustre e combativa figura da cultura vimaranense e nacional, este projecto promete afirmar-se no campo da desintoxicação histórica e cultural. 
Pensando Portugal, a Portugalidade e a Lusofonia, esta revista estreou-se no mês passado, num formato de luxo que, certamente, agradará a leitores e coleccionadores. Os conteúdos são vastos e bastante diversificados. Da História à cultura e ao pensamento, esta publicação reserva ainda uma interessante secção de crítica literária e outra de divulgação poética, ou não fosse o seu director o fundador do jornal literário Poetas & Trovadores. 
Para além do já citado Barroso da Fonte, encontram-se entre a lista de colaboradores deste primeiro número da revista 9 Séculos personalidades como Abel de Lacerda Botelho - presidente da Fundação Lusíada -, Paulo Samuel, João Miranda, Milena de Barros, Narciso Machado, Maria da Conceição Falcão Ferreira, Luís Sá Cunha, Armando Palavras, Alberto Ribeiro Soares, entre outros. 
Não deixem de equacionar o apoio a esta nova publicação, tornando-se assinantes. Para o fazer bastará entrar em contacto com a redacção da publicação, através do seguinte endereço de correio electrónico: revista9seculos@gmail.com. Portugal merece.

Capa do primeiro número da revista 9 Séculos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Tal & Qual: Memórias de um Jornalismo

Na sequência do seu saneamento da RTP, em 1980, o jornalista Joaquim Letria, auxiliado por um punhado de amigos, resolveu aproveitar a fama do programa que apresentava, fundando um jornal com o mesmo nome. O nascimento do jornal Tal & Qual revolucionou o jornalismo nacional. Tablóide no seu formato, tinha um estilo britânico trazido por vários colaboradores e directores que exerceram a profissão de jornalista em Inglaterra. O Tal & Qual trouxe a Portugal a melhor investigação jornalística oferecida por uma redacção politicamente heterogénea. Rigor, informação, humor e seriedade foram apenas alguns dos valores que pautaram a lista de princípios editoriais deste periódico, extinto em 2007. 
No próximo dia 24 de Setembro, às 18:00, será apresentado, na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, o livro Tal & Qual: Memórias de um Jornalismo, publicado pela Âncora Editores. Trata-se de uma obra que reúne um ensaio sobre a história deste título, compilando também uma série de testemunhos de antigos directores e colaboradores. A apresentar o livra estará Gonçalo Pereira Rosa e João Paulo Fafe, responsáveis pela obra, bem como o jornalista Carlos Magno e Jorge Morais, ex-director daquele jornal. 
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Salvador Dalí e a "Saudade húmida" de Velásquez

Em 1979 o jornalista Joaquim Letria teve a oportunidade de deslocar-se ao Teatro-Museu Dalí, em Figueres, na província de Girona, para entrevistar Salvador Dalí. Um dos momentos mais interessantes deste encontro acorreu já no final, enquanto o mestre surrealista espanhol se despedia de Joaquim Letria. Saudando o povo português, Dalí evocou as raízes portuguesas de Velásquez, explicando de que forma a pintura daquele artista do século XVII foi influenciada por uma "Saudade húmida" e atlântica, proveniente dessas origens lusas. Um aspecto que, segundo Dalí, conferiu ao realismo que caracteriza a obra de Velásquez uma suavidade etérea sem a qual a pintura espanhola teria secado.
Decididamente, temos tudo quando temos Portugal!

Salvador Dalí fala sobre as raízes portuguesas de Velásquez e da importância da 
Saudade na pintura do mestre do século XVII.

sábado, 22 de agosto de 2020

Nuno Álvares Pereira: Homem, Herói e Santo

Na edição da passada Sexta-Feira do semanário O Diabo, ainda no rescaldo do 635.º aniversário da Batalha de Aljubarrota, celebrado a 14 de Agosto, foi publicado um artigo-recensão de José Almeida sobre o mais recente livro do historiador José de Carvalho. D. Nuno Álvares Pereira: o Homem, o Herói, o Santo, publicado pela Scribe, não só nos relata as diversas facetas do nosso Santo Condestável, como aponta para um itinerário condestabrino, ideal para inspirar e animar os passeios de família. A Nova Casa Portuguesa convida-o a conhecer este livros através deste artigo, evocativo de D. Nuno de Santa Maria, o Galaaz de Portugal.    

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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Aljubarrota

Batalha de Aljubarrota representada numa iluminura do séc. XV.

Aljubarrota

I

Vivo perfil da Pátria, na beleza
Da tua austera e cândida expressão,
Vinca-te um jeito amargo de tristeza,
Perturba-te uma estéril comoção…

D'antes, uma alegria andava presa
Ao resplendor da tua perfeição,
E até na hora longa da incerteza
Tinhas a luz do sonho e da ambição!

Via-te o mundo ― sobr'o mundo inteiro...
E a bruma do horizonte se alongava
A inquieta limpidez do teu olhar.

Perfil d`águia num píncaro altaneiro!
― Um rumor de asas fortes perpassava,
De polo a polo, irmão da voz do Mar…

II

Amanheceu a tua eternidade
Na batalha que a história não olvida ―
― Como do fogo surge a majestade
Dum bronze eterno em que se esculpe a vida!

Lágrimas, sangue, dor, gritos, saudade,
― A terra ainda as relembro, comovida!...
Mas rompia mais clara a claridade
Da tua graça heróica ou insofrida!...

― Viessem horas como aquelas horas
Em que o ingénuo sangue nas auroras
de perdida no sangue das acções!

E em que, no beijo que de ti baixava,
O desejo da Pátria exasperava
O puro ardor de nobres corações…

João de Barros

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Mural de Manuel Lapa restaurado no Tribunal de Torres Novas

Manuel Lapa foi um dos artistas mais conhecidos da chamada segunda geração de artistas modernistas portugueses. Nascido no seio de famílias nobres, não precisou de títulos para se afirmar no seu tempo. Artista e intelectual, destacou-se sobretudo na ilustração e na pintura, tendo-lhe recebido várias encomendadas de parte do Estado Português. Sobretudo murais com motivos históricos e simbólicos, como aquele localizado no Palácio de Justiça de Torres Novas e que está agora em fase de recuperação e restauro. 
O artigo de Cristina Faria Moreira, ilustrado com fotografias de Diogo Ventura, publicado na edição de ontem do Público, dá-nos a conhecer um pouco melhor essa obra, a sua "redescoberta" e os presentes trabalhos de restauro. Vale a pena ler. 

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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Fado: uma retrospectiva histórica

Muito discutirão que o Fado não é fenómeno representativo de todo o Portugal, porém a verdade e o coração dizem-nos precisamente o contrário. Para além de um género musical, o Fado é também comunidade, identidade, cultura, literatura e poesia. É a nossa língua em contacto profundo com as nossas esperanças e desesperanças, com os amores e desamores de indivíduos e comunidades que compõem a realidade material do nosso corpo pátrio. Mas, mais do que tudo isso, o Fado é uma «estranha forma de vida», uma evocação da alma colectiva portuguesa. É um mistério que nos acompanha e para o qual muitos procuraram encontrar respostas. 
Este curto vídeo que hoje aqui apresentamos coloca em retrospectiva os últimos 200 anos do Fado. Um exercício de divulgação e sistematização histórica que, por certo, ajudará muitos a descobrir a História do Fado.

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Nacionalismo e Populismo em Portugal

«...o nacionalismo é a ética para a qual cada nação, enquanto nação, constitui um valor supremo. Volto a expô-lo agora visto que, sem um entendimento mínimo sobre o conceito de nacionalismo, corremos o risco de o aceitar acriticamente nos termos mesmos em que o entendem os seus inimigos.»
Bruno Oliveira Santos em Nova Frente
 
Na próxima Segunda-Feira, 10 de Agosto, às 21:15, o Grupo Viriatos promove uma palestra subordinada ao tema Nacionalismo e Populismo em Portugal. O orador convidado é Bruno Oliveira Santos, autor de obras como Nova Frente e Histórias Secretas da PIDE/DGS. Esta apresentação será feita através da plataforma digital “Zoom”, pelo que os interessados deverão efectuar a sua inscrição prévia. 
Para o fazer, basta escrever para g.viriatos@gmail.com, enviando o nome e endereço de correio electrónico. Posteriormente, durante a tarde de Segunda-Feira, será enviada uma mensagem a todos os inscritos com a ligação através da qual poderão aceder a esta apresentação. 
A inscrição e participação são gratuitas, mas a sessão tem um limite máximo de apenas 100 pessoas. Garanta já o seu lugar e participe.

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segunda-feira, 27 de julho de 2020

A herança de António de Oliveira Salazar

Neste dia, há 50 anos, a alma de António de Oliveira Salazar repatriava-se em Deus. Para trás deixou-nos um impressionante trabalho de restauração nacional, concretizado graças a um esforço assente em três grandes pilares: inteligência, integridade e dedicação. Último chefe providencial da velha Europa, recuperou a respeitabilidade internacional da Nação Portuguesa, recuperou a contas públicas, industrializou o país, desenvolveu a Saúde e a Educação, criou inúmeras infra-estruturas públicas, desenvolveu as várias redes de transportes, possibilitou o regresso da cultura nacional aos lugares cimeiros das elites europeias, entre inúmeros outras concretizações. Figura incontornável e inexcedível da nossa História, legou-nos, para além da sua obra política, um pensamento pleno de actualidade, do qual qualquer governante contemporâneo poderá ainda hoje retirar os melhores exemplos e ensinamentos.     
A edição da passada Sexta-Feira do semanário O Diabo trouxe um excelente artigo de Marcos Pinho de Escobar no qual o investigador analisou, criteriosamente, o legado, material e espiritual, de António de Oliveira Salazar. Um bonita evocação, autêntica, corajosa e descomplexada, capaz de levar a luz da verdade às trevas originárias das mentiras dos delatores hodiernos. 

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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Salazar na Argentina

Entre os vários países em que se verifica um aumento do interesse pelo pensamento e a obra de António de Oliveira Salazar, a Argentina destaca-se entre os primeiros. Esta semana, nas vésperas do 50.º aniversário da morte do arquitecto do Estado Novo, ocorrida a 27 de Julho de 1970, o canal de televisão argentino TVL1 evocou a memória do nosso antigo Presidente do Conselho, dedicando-lhe uma merecida homenagem. 
Juan Manuel Soaje Pinto, apresentador do programa Contracara, entrevistou Marcos Pinho de Escobar, doutor em Ciência Política e autor da obra Perfiles Maurrasianos en Oliveira Salazar. Especialista em pensamento contra-revolucionário e temas tradicionalistas, o investigador português analisou a actualidade da obra, pensamento e exemplo de António de Oliveira Salazar. Um testemunho pleno de rigor e saber, capaz de aportar interessantes subsídios à releitura e reinterpretação desta fantástica personagem da História de Portugal.


Programa de homenagem a António de Oliveira Salazar, nos 50 anos da sua morte.

terça-feira, 14 de julho de 2020

António Quadros faria hoje 97 anos

Conforme várias vezes referido, António Quadros foi, provavelmente, o rosto mais visível da Filosofia Portuguesa. Terá pesado para isso, não a sua ascendência familiar, sendo filho de António Ferro e Fernanda de Castro, mas sim a sua obra e legado, o seu carisma, dom para a comunicação, afável personalidade e extrema generosidade. 
Privou entre os maiores do seu tempo e com eles contribuiu para o aprofundamento e divulgação da  nossa História, Cultura e Filosofia. No campo dos estudos pessoanos foi, juntamente com Dalila Pereira da Costa, o principal hermeneuta do nosso poeta modernista, co-organizando com a autora de O Esoterismo de Fernando Pessoa a monumental edição de Obras Completas de Fernando Pessoa, publicada em três volumes de papel bíblia pela Lello Editores. Era um homem extremamente activo do ponto de vista intelectual, abraçando a sua obra com a maravilhosa predisposição de um missionário. Assumia que escrevia para aprender e que aprendia escrevendo. A sua singularidade tornou-o, à hora da sua morte, num homem insubstituível, amado e, por isso mesmo, saudoso. 
Em 2020, ano em que se publicou a primeira edição integral da sua obra Portugal, Razão e Mistério, contendo os dois volumes já publicados e um terceiro que, até agora, se encontrava inédito, cumprem-se também os 97 anos do seu nascimento. Desse modo, hoje, para relembrar o aniversário de António Quadros, partilhamos um belíssimo texto lavrado pela pena da sua filha, Rita Ferro, publicado a 3 de Abril de 1993, no jornal Semanário, dias depois da sua morte.
«Era um homem bizarro: inquietava-o o enigma do ser, falava de Cristo com admiração, exaltava-se com a Poesia e levava a sério as crianças – tinha o direito de se fascinar mais com ideias do que com automóveis. Vestia-se como os outros para não dar nas vistas, falava em voz baixa numa língua estranha, contrariava os seus instintos até aos limites e aprendeu tudo o que havia a aprender na vida para experimentar sozinho a dor da limitação humana. Ao mesmo tempo que se deixou arrebatar pelas pedras e pelas árvores, teve amigos feios, com caspa nos ombros e gravatas amarrotadas. Era tão crédulo e infantil que comovia: alugava a primeira casa que lhe impingiam, subscrevia revistas para ganhar o relógio digital e passava cheques aos amigos sem qualquer apreensão; no fundo, no fundo, achava o dinheiro um trambolho. Estava-se a borrifar para que os seus livros se não vendessem, porque não tinha pressa. Não precisava de se ter calado para que a sua voz se ouvisse, mas a culpa foi dele: preferiu sussurrar as suas ideias e cantar alto as dos outros. Inflamava-se com Homero e Sófocles, Camões e Shakespeare, Pascoaes e Pessoa, mas não fazia troça dos aspirantes ao Dom - tinha uma bondade disponível para companheiros e discípulos. Não era desconfiado como os aldrabões e apertava a mão aos adversários porque se esquecia das ofensas. Acreditava em coisas estranhas: que os contos de fadas não eram mentira, que havia uma transcendência nos homens e na História, que o seu País era eleito e os seus compatriotas homens de bem. Desgostava-se com a pobreza espiritual desta geração, vestia luto pela Natureza como qualquer de nós, mas tinha uma Fé inquebrantável na fraternidade universal e cósmica. Arranjou tempo para tudo: ajudar desconhecidos, fundar uma escola, jogar à bola com os netos, dissolver as vaidades. Uns, chamavam-lhe sábio, outros, maçador, mas ele não se ralava porque via "para além do Espelho", como só os poetas, os pensadores e talvez as crianças. Devia ser bom, porque foi amado pela mulher durante cinquenta anos. Partiu um dia "num barco em cuja vela branca se via uma cruz vermelha", e o bem mais valioso que deixou à família foi Portugal. No cais, foi enternecedor encontrar todos os seus amigos e todos os seus inimigos de lenço na mão, a acenarem com a mesma saudade e a mesma vergonha. Apesar do nevoeiro, o nevoeiro mítico onde tantos heróis e poetas se perderam, houve pessoas que juram ter visto uma estrela enorme a piscar o olho.»
Nascido a 14 de Julho de 1923, António Quadros completaria hoje 97 anos de vida.

sábado, 13 de junho de 2020

A Guerra da Restauração na blogosfera

Com o regresso à actividade da Nova Casa Portuguesa, não poderíamos deixar de visitar os singulares recantos dos nossos velhos amigos e camaradas da blogosfera. Assim, a primeira dessas visitas não poderia deixar de ser ao mítico Eternas Saudades do Futuro. O seu autor, João Marchante, para além de reconhecido esteta, cultiva uma belíssima prosa, tanto na forma, como no conteúdo. Resiliente e corajoso, ao ponto de manter o seu blogue ininterruptamente activo desde 2007, prossegue com o seu pedagógico labor de divulgação e firmamento da cultura e identidade nacional.
Sempre atendo às movimentações culturais destas trincheiras digitais, publicou há poucos dias uma interessante nota informativa a propósito de um outro fenómeno de longevidade na blogosfera lusa. Referimo-nos ao blogue de História Militar chamado Guerra da Restauração. Um espaço dedicado à divulgação de conteúdos históricos, eventos e publicações consagradas à temática da nossa Guerra Restauração ou da Aclamação,  ocorrida entre 1641 e 1668. Jorge Penim de Freitas, autor desse blogue, é Professor e investigador na área da História Militar, membro do Conselho Científico da Comissão Portuguesa de História Militar e autor de inúmeras obras e artigos relativos ao tema em questão. Por isso, não deixem de conhecer e explorar esta importante fonte de recursos para a compreensão da nossa Guerra da Restauração. 

(Clicar na imagem para aceder ao blogue Guerra da Restauração.)

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Il Mistero della Saudade

«Non possiamo negare che la Saudade sia un sentimento. Dove ci porta questa misteriosa parola che coinvolge l’ethos del popolo portoghese? Qual è la sua dimensione filosofica, ontologica, esoterica, metafisica, religiosa e mitico-spirituale che ha ispirato i re, gli eroi, i santi, gli scrittori, i poeti e gli artisti? La Saudade come si relaziona con i sentimenti di amore, passione, gloria e all’ardito sentiero spirituale nei confronti della Patria? In questa puntata cercheremo di portare un po' di luce su questo mistero dell'anima del popolo portoghese.»
(Clicar na imagem para ampliar.)

O programa Extremo Ocidente, da RBN (Radio Bandiera Nera), apresenta, no próximo Domingo, 14 de Junho, às 12:00, uma emissão subordinada ao tema Il Mistero della Saudade. Em estúdio, com o anfitrião Guido Bruno, estará o investigador José Almeida, vice-director da revista Nova Águia.
O programa poderá ser escutado em www.radiobandieranera.org, ficando, posteriormente, disponível em podcast naquela mesma página. Não percam.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

As Literaturas em Língua Portuguesa

«O português é língua de muitas culturas e muitas literaturas, pelo menos tantas quantos os países que a falam (bem mais do que eles em boa verdade). Se nos ativermos à literatura, a aprendizagem da língua portuguesa tem de andar de par com um olhar sobre os textos e escritores que dela fizeram uso, em África, ou melhor, nas várias Áfricas, por serem plurais os territórios do Português e suas literaturas, no Oriente, particularmente em Macau, em Timor e na Índia, e no Brasil. Em todo o  mundo se aprende português, nos cinco continentes, o interesse de ensinantes e aprendentes recai, em grande medida,sobre todos esses territórios e culturas e não apenas sobre Portugal.»
Carlos Ascenso André no Prefácio à obra As Literaturas
de Língua Portuguesa (Das Origens aos Nossos Dias)
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É de Fernando Pessoa uma famosíssima frase que, não raras vezes, aparece mal contextualizada: «Minha Pátria é a língua portuguesa». De facto, não só a Pátria se reflecte na língua, como no nosso caso também nela se exprime a face mais visível daquele Império que nunca se desfez. Portugal foi berço de nações, mas também de literaturas. É disso que José Carlos Seabra Pereira nos dá conta no seu último livro, intitulado As Literaturas em Língua Portuguesa (Das Origens aos Nossos Dias).
Depois do importante contributo de António José Saraiva e Óscar Lopes para o estudo da História da Literatura Portuguesa, ainda em finais da década de 1950, muito se foi alterando no panorama literário de expressão lusíada. Para além das transformações observadas na esfera político-social do espaço lusófono, em particular com o fim do Império Português, assistiu-se, contrariando o que para muitos seria expectável, a um alargamento da zona de influência da língua portuguesa. Hoje, ela será, seguramente, o nosso maior património no mundo e a pedra de toque para o desenvolvimento de uma geopolítica própria que tarda em aparecer. Este incremento do português deveu-se ao continuado esforço de enraizamento da língua dentro das fronteiras dos territórios que outrora constituíram parte de Portugal, bem como à chamada “diáspora” ou movimentos migratórios que, ao longo dos últimos 45 anos, permitiram a fundação de novas comunidades lusófonas espalhadas um pouco por todo o mundo.
As Literaturas em Língua Portuguesa (Das Origens aos Nossos Dias), obra recém-publicada pela Gradiva, permite-nos levar a cabo uma leitura sistematizada e actualizada de toda a literatura lusófona, penetrando não só na cultura literária portuguesa e brasileira, como naquela das diferentes Áfricas e Ásias de expressão portuguesa, sem esquecer essas outras comunidades que se foram constituindo mais recentemente, dilatando a zona de influência da língua portuguesa. De resto, este completíssimo trabalho de José Carlos Seabra Pereira vai ainda mais longe, conseguindo cobrir mais do que a mera dimensão geográfica do objecto de estudo, sublinhando as diferentes culturas análogas às literaturas de língua portuguesa, analisando, seminalmente, novos contextos, identidades e sensibilidades tratadas de forma literária ao longo dos últimos anos. Contrariando a tradicional tendência destes estudos para o minucioso tratamento de períodos cronologicamente mais longínquos em detrimento de épocas mais hodiernas, este livro dá um claro destaque à produção literária mais recente, desbravando, em muitos casos, caminhos pioneiros que permitem aproximar as novas gerações de leitores de língua portuguesa, sobretudo junto dos que não receberam o português como língua materna.
Contrariamente ao que poderia ser esperado, este livro não nasce de uma compilação de artigos previamente existentes, mas antes de um esforço de dimensões homéricas perpetrado pelo autor que, em boa hora, aceitou o repto que lhe fora lançado pelo Instituto Politécnico de Macau, uma das instituições mais influentes no capítulo da divulgação da língua portuguesa no continente asiático. Ao escopo da rápida divulgação e internacionalização deste trabalho, juntou-se a colaboração institucional do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos sendo que agora, após a publicação da edição portuguesa, urge uma tradução desta obra para outras línguas, em particular, para o inglês.
Este monumental trabalho de José Carlos Seabra Pereira representa muito mais do que um mero livro. Trata-se sobretudo de uma ferramenta, absolutamente, indispensável a todos os que trabalham com a língua portuguesa do ponto de vista literário. Uma obra de rigor que marca uma época e que, por certo, fará escola durante os próximos anos de estudo e investigação da História da Literatura Portuguesa e de Expressão Portuguesa. As Literaturas em Língua Portuguesa (Das Origens aos Nossos Dias) foi, indubitavelmente, publicada para se tornar numa obra de referência, obrigatória em qualquer biblioteca votada a Portugal, à tradição lusíada e à grande herança literária que constitui uma importante parte da nossa universal portugalidade.

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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Extremo Ocidente: a voz e a alma de Portugal na Radio Bandiera Nera

O confinamento a que todos fomos sujeitos na sequência do Covid19 parece ter deixado as nossas vidas em suspenso, levando a que muitos projectos fossem interrompidos, adiados e até abandonados. Outros, porém, encontraram nesta hora o momento de ser retomados, ou de simplesmente saírem da gaveta. Por certo, um dos poucos aspectos positivos de uma crise cujas origens e consequências parecem estar ainda longe de ser conhecidas em toda a sua profundidade e extensão.
Um desses projectos que foram retomados e reactivados nestas últimas semanas foi a Radio Bandiera Nera, mais conhecida pelas siglas RBN. Trata-se de uma de rádio digital, afecta ao movimento italiano CasaPound, mas aberta à Europa das nações e aos seus diversos movimentos nacionalistas e identitários. Uma plataforma revolucionária, contra-corrente, dissidente e anti-sistema que permite a livre circulação de notícias, ideias e cultura. Um espaço não-conforme que dribla a crescente censura e mediocridade cultural que acomete os meios mais tradicionais da comunicação social, controlados pelos poderes dominantes.
Extremo Ocidente é o nome do novo programa de expressão portuguesa na RBN. Substituindo o saudoso Expresso Lusitânia, outrora animado por João Roma, este programa tem a coordenação de Guido Bruno e emite, semanalmente, aos Domingos, entre as 12h e as 13h. Trata-se de um espaço de cultura e actualidade que leva a voz e a alma portuguesa ao coração da revolução europeia. Tendo iniciado a sua actividade no passado 1 de Maio, com um programa dedicado à figura de Homem Cristo-Filho, ‘Extremo Ocidente’ contou já com a participação de João Veríssimo numa emissão subordinada à relação da música com a identidade portuguesa, bem como do investigador Riccardo Marchi (ISCTE-IUL) que tratou de fazer uma síntese da História da Direita Radical em Portugal. O próximo programa será já no próximo Domingo.
Com emissão permanente, 24h por dia, a RBN compromete-se com uma necessária e salutar desintoxicação informativa e cultural. Para escutar esta rádio, inclusive o programa Extremo Ocidente, basta aceder à página www.radiobandieranera.org, ou utilizar aplicações de telemóvel gratuitas, como o “TuneIn Radio”, que possibilitam ouvir a RBN em qualquer lugar.

(Clicar na imagem para aceder à lista dos "podcasts" do programa Extremo Ocidente.)