Sombra da Andorinha
Rente à varanda, à qual, em brando enlaço,
Olhamos, tanta vez! o mar em frente,
No estranho cosmorama do poente
Ou sonhos de luar, dormente o espaço;
Rente à varanda, ao sol em flexas de aço
E suas pontas de rubim candente,
As andorinhas voam longamente,
Fundindo o ninho e os céus no mesmo abraço.
Suas imagens, projectando ao chão,
Dão-me a perfeita e múltipla expressão
De corpos de ave, sob a luz e brasa.
Ora, êste livro, Amor... Tal qual assim!
"Saudade Nossa", ao revoar em mim,
Apenas é... a sombra da tua asa.
António Corrêa d'Oliveira em Saudade Nossa.
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