A Epifania Cristã, mais conhecida por Festa dos Reis, que é hoje em dia celebrada na noite 5 de Janeiro de cada ano, tem um forte enraizamento entre as nossas famílias. Parte constituinte do património cultural português, esta celebração perde-se nos anais da história, podendo buscar-se a sua obscura génese nos trilhos da nossa tradição cristã.
Etimologicamente, a palavra “epifania” provém do grego significando literalmente revelação, aparição, ou ainda fenómeno religioso. Utilizada para definir um momento particularmente importante da vida de uma personalidade, esta expressão é utilizada pelos cristãos, aludindo ao nascimento do Menino Jesus e seu respectivo reconhecimento enquanto filho de Deus por parte dos Reis Magos – Baltazar, Belchior e Gaspar.
Assim, durante Noite de Epifania, ou Noite de Reis, celebra-se a chegada dos três Reis Magos ao estábulo onde o Deus Menino, deitado sobre a manjedoura e aquecido pelos santos bafos dos animais, era já adorado pela sua Sagrada Família e alguns pastores que, avistando a famigerada estrela sobre os céus de Belém, ali acorreram para reverenciar a vinda do Salvador. Segundo as Sagradas Escrituras, cada um dos três Reis Magos transportava uma oferenda para o Menino Jesus – ouro, incenso e mirra – tendo cada um destes bens um simbolismo e significado particular.
Estas e outras cenas bíblicas foram-se transmitindo de geração em geração, ao longo de séculos, perpetuando-se no nosso imaginário graças ao carácter catequético da iconografia religiosa, plasmada nos vários programas artísticos que podemos encontrar durante o estudo dos vários períodos históricos. No caso particular da arte portuguesa, podemos encontrar inúmeros exemplos pictóricos representando a chamada Adoração dos Reis Magos. A escolha deste ano decaiu sobre uma obra do século XIX do nosso pintor Domingos António de Sequeira. Um mestre cuja obra urge hoje recuperar do esquecimento das massas.
Adoração dos Reis Magos a Jesus de Domingos António de Sequeira. |
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