«O conhecimento que hoje possuímos sobre o passado musical em Portugal é-nos transmitido, em grande medida, por um conjunto razoável de fontes de ordem diversa - documentais, literárias, musicais, iconográficas, inventários. Embora as informações fornecidas por muitas dessas fontes históricas nos permitam inferir a existência de uma vida musical profícua em Portugal, essas mesmas informações, nem sempre se vêm reflectidas nas fontes musicais que nos chegaram. De facto, e apesar de muitas não terem resistido às diferentes adversidades históricas, tendo-se por isso perdido irremediavelmente, podemos encontrar hoje em muitos arquivos portugueses um valioso património musical.»
José Abreu em O legado musical português.
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Conforme é sabido, a polifonia portuguesa constitui um dos principais contributos da cultura lusíada à música ocidental. Tendo Portugal sido em tempos um dos principais centros de cultura da Europa, exportando para os quatro cantos do mundo o seu portentoso legado artístico, cabe-nos hoje a nós resgatar essa importante parte da nossa herança histórica, preservando-a, estudando-a e promovendo-a.
Chamando a si parte dessa responsabilidade, a Fundação Cupertino de Miranda organiza, através da Cappella Musical Cupertino de Miranda, de 13 a 17 de Junho e de 21 a 24 de Junho, o II Festival Internacional de Polifonia Portuguesa. De natureza itinerante, tal como na primeira edição, este festival passará por Santo Tirso (Igreja Matriz, Mosteiro de São Bento), Maia (Igreja Mosteiro do Divino Salvador de Moreira), Braga (Sé, Mosteiro de Tibães e Bom Jesus), Amarante (Igreja de S. Gonçalo), Viana do Castelo (Igreja de S. Domingos), Santiago de Compostela (San Martín Pinario), Barcelos (Igreja Beneditina da Nossa Senhora do Terço), Ponte de Lima (Igreja da Ordem Terceira de São Francisco), Vila Nova de Famalição (Igreja de Santa Maria de Landim) e Guimarães (Igreja de Nossa Senhora de Oliveira).
Sob a direcção artística de Luís Toscano a programação deste II Festival Internacional de Polifonia Portuguesa incluirá obras de Pedro do Porto (c.1465-c.1535), Pedro de Cristo (c.1550-1618), Duarte Lobo (c.1565-1646), Pedro de Araújo (c.1615-1695), entre outros reputados compositores.
Paralelamente aos espectáculos musicais, haverá ainda lugar para um seminário associado ao programa do festival, integrado nas comemorações dos 200 anos do Santuário do Bom Jesus de Braga. Intitulado O Barroco e a Polifonia em Portugal, este seminário terá lugar no dia 17 de Junho, pelas 17:00, na Sacristia da Igreja do Bom Jesus de Braga, contando com as ilustres participações dos Professores José Manuel Tedim, José Meco, Fátima Eusébio, Owen Rees e José Abreu.
Todos os espectáculos e actividades deste evento serão de entrada livre e gratuita. Para mais informações visite o sítio oficial deste festival em http://festivalpolifonia.fcm.org.pt.
Requiem Aeternam do compositor Pedro do Porto, interpretado pelo famoso ensemble catalão
Hespèrion XXI, dirigido por Jordi Savall.
Hespèrion XXI, dirigido por Jordi Savall.
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