Numa sociedade constituída por um crescente número de cépticos, ateus e descrentes em qualquer tipo de misticismo ou manifestação do divino, não deixa de ser curiosa a "folclórica" fobia que muitas pessoas revelam no seu inconsciente colectivo através da valorização absurda de velhas e novas superstições. Tudo isto revela no fundo a necessidade de reencontrar o mito, o sagrado ou o sobrenatural, cuja falta o ser humano não consegue suprir.
Dentro de todas as superstições latentes no mundo moderno, podemos enfatizar a crença na maldição do número 13, suposto portador de má sorte e desfortúnio. Poucas pessoas saberão a origem dessa crença, associada à prisão dos templários em França, na Sexta-Feira de 13 de Outubro de 1307, ou da suposta maldição lançada pelo mestre templário Jacques de Molay, meses mais tarde aquando da sua execução.
Nos dias de hoje, o mundo artístico, em particular no teatro e na dança, determinadas superstições figuram como defeitos profissionais necessários a uma classe profissional. Do habitual «muita merda» ou «parte uma perna», até às histerias ligadas à fobia numerológica do referido número, muitas são as superstições, medos e pequenos rituais praticamente laicos que assombram a vida desses artistas, assim como as muitas outras pessoas. Foi no entanto a pensar nesses artistas e respectivas superstições que nos recordamos do bailado Treze gestos de um corpo, numa mera associação de números, desprovida de qualquer fundo ou significado esotérico ou hermético.
Treze gestos de um corpo é o nome de uma coreografia criada por Olga Roriz, uma das figuras mais proeminentes da dança contemporânea portuguesa, para o saudoso Ballet Gulbenkian, hoje infelizmente extinto. A sua première decorreu na cidade de Lisboa, a 25 de Março de 1987, numa interpretação do Ballet Gulbenkian que haveria de marcar a história da dança contemporânea Portugal. Vinte anos depois, a mesma peça foi novamente levada aos palcos portugueses, a 8 de Março de 2007, desta feita pela CNB (Companhia Nacional de Bailado).
Treze gestos de um corpo é o nome de uma coreografia criada por Olga Roriz, uma das figuras mais proeminentes da dança contemporânea portuguesa, para o saudoso Ballet Gulbenkian, hoje infelizmente extinto. A sua première decorreu na cidade de Lisboa, a 25 de Março de 1987, numa interpretação do Ballet Gulbenkian que haveria de marcar a história da dança contemporânea Portugal. Vinte anos depois, a mesma peça foi novamente levada aos palcos portugueses, a 8 de Março de 2007, desta feita pela CNB (Companhia Nacional de Bailado).
A música desta coreografia foi composta pelo nosso caríssimo António Emiliano, compositor e académico, Professor de Linguística da Universidade Nova de Lisboa, autor de diversos livros contestatários do (des)acordo ortográfico.
De forma a marcar esta Sexta-Feira 13 de pouco ou nenhum azar, partilhamos o seguinte vídeo com alguns excertos de Treze gestos de um corpo.
De forma a marcar esta Sexta-Feira 13 de pouco ou nenhum azar, partilhamos o seguinte vídeo com alguns excertos de Treze gestos de um corpo.
Vídeo de apresentação de Treze gestos de um corpo, da coreografa
Olga Roriz, aquando da sua interpretação pela CNB em 2007.
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