«Quando comecei a fazer cinema não conhecia ninguém das tertúlias literárias. [Mais tarde] o Casais Monteiro, o Leonardo Coimbra, o José Marinho, o Álvaro Ribeiro, o Delfim Santos e outros (...) foram eles que me foram dando indicações sobre livros importantes.»
Manoel de Oliveira em entrevista ao Expresso,
edição de 16 de Outubro de 1993.
Manoel de Oliveira (1908-2015). |
Poucas pessoas terão tido a oportunidade de desfrutar a vida de forma tão plena, fértil e intensa como Manoel de Oliveira. O Mestre que hoje partiu deixou, no mundo dos homens, muito mais do que um mero legado. Personalidade de dimensão homérica, incontornável no contexto cultural mundial, deixou uma marca profunda na História do Cinema Português e mundial.
Nascido na cidade do Porto a 11 de Dezembro de 1908, moldou o mundo à sua maneira por mais de um século. Jamais se deixando impressionar pelos ventos da decadência democrática, fez impor a sua vontade sobre os cânones da cartilha pós-moderna, mantendo-se sempre livre quanto às suas ideias e criatividade. Portugal perdeu não só um dos seus maiores, como também um daqueles portugueses que souberam, ao longo de toda uma vida materializada numa extensa obra, permanecer sempre livres, mantendo-se orientados de forma vertical, de acordo com as suas ideias, os seus valores e génio. Um génio tão marcadamente português.
Muitas vezes celebrado e evocado pela Nova Casa Portuguesa, Manoel de Oliveira permanecerá, eternamente, como uma nossas mais ilustres referências. Até sempre, Mestre.
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