quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Marcelino da Mata: Presente!

Faleceu na passada madrugada o Tenente-Coronel Marcelino da Mata (1940-2021). Herói da Guerra do Ultramar, foi operacional em milhares de missões, inclusive da famosa Operação "Mar Verde", tornando-se numa lenda dentro das Forças Armadas, em particular entre as tropas especiais a operar na Guiné Portuguesa. A sua lealdade, coragem e valor demostrados em combate fizeram dele o mais condecorado militar português de sempre. 
Indefectível defensor do Império Português, pôde chamar sempre a sua honra de fidelidade. Fidelidade a uma nação que nem sempre o soube merecer e estimar. A Nova Casa Portuguesa presta e prestará sempre a homenagem a Marcelino da Mata, bem como a outros portugueses que, ontem, como hoje, representam a excelência e nobreza de um modelo arquetípico a seguir. 
Há sua família, amigos e camaradas de sempre, apresentamos as mais profundas condolências, sabendo de antemão que nem a morte mata os heróis.
Marcelino da Mata: Presente!

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Inês de Castro, 666 anos de Saudade!

Inês de Castro, mulher proibida, rainha cadáver, encarnação do primeiro mito da Saudade, a manifestação sublime daquela supervivência do amor que integra as linhas míticas da tradição portuguesa, foi assassinada neste dia, há 666 anos.

Drama de Inês de Castro, pintura de Columbano Bordalo Pinheiro.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

"Saudade" eleita como a palavra do ano em Portugal

Inesperadamente, "Saudade" foi eleita como a palavra do ano pelo habitual inquérito realizado pela Porto Editora. Esta palavra tão portuguesa que encerra em si um mistério tremendo, desafiador da História e do próprio tempo, tem uma origem que remonta à génese da nossa língua. Intraduzível noutros idiomas, destaca-se como um elemento definidor do ethos nacional. Por isso mesmo, continua a intrigar pensadores nacionais e estrangeiros que se debruçam sobre o estudo das suas diferentes manifestações, vivências, planos e significações. 
A Nova Casa Portuguesa congratula esta escolha que revela o facto de Portugal estar a querer voltar-se para a busca de si.
Conforme tivemos oportunidade de anunciar, em 2020 realizou-se o VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade que congregou durante três dias inúmeros participantes, tendo ainda havido, em Julho, uma edição do programa Extremo Ocidente, da Radio Bandiera Nera, dedicada a esse tema. Em jeito de celebração, pensando naqueles que ainda não tiveram oportunidade de ouvir esse episódio em que José Almeida fez uma breve exposição sobre a Saudade, aproveitamos para deixar-vos a ligação para o respectivo podcast.    
Temos tudo quando temos Portugal!

Clicar na imagem para aceder ao podcast.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Como o Natal nos tece

Natus est nobis Salvador Mundi!

Como o Natal nos tece

Diz-se Natal como poema, 
com versos novos que vão nascendo, 
diz-se como criança
que em nós vai crescendo, 
claridade e saudade, 
esperança de Nova Idade. 
Diz-se Natal como caminho 
por onde vamos, 
como versos que habitamos,
como poema que nos tece.
E se tão claro é o dia
que nos acontece,
é eterno o tempo
que hoje nos aquece.

José Valle de Figueiredo

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Nossa Senhora da Conceição: Padroeira e Rainha de Portugal

«A existência de Portugal é, em si mesma, um milagre, quer na sua fundação por Afonso Henriques, quer no contexto histórico da Península Ibérica ao longo dos séculos. Desde logo, a dedicação do Infante Afonso à Virgem Maria pelo milagre de Nossa Senhora de Cárquere, depois da vitória de Ourique (1139) na qual se levantou a aparição de Jesus Cristo ao rei Fundador. O brasão de Portugal nas suas cinco quinas disso manifesta sinal. Podemos dizer que nesta Terra de Santa Maria, sempre a Virgem foi medianeira excelsa da edificação nacional, da conservação e da recuperação da Independência, enfim, da esperança do Reino dos Céus.»

 Carlos Aurélio em Ó Glória da Nossa Terra

A 8 de Dezembro os portugueses celebram o Dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal. Trata-se de uma data especial que, durante muito tempo, foi também associada às mães portuguesas. Por esse motivo, existem ainda muitas famílias que comemoram o Dia da Mãe nesta data. 
Se a relação do nosso Povo com a Virgem remonta a tempos pré-fundacionais, não podemos esquecer o modo como essa devoção e afinidade se desenvolveram desde os períodos mais remotos da nossa História. Entre nós, a ligação a Nossa Senhora foi sempre tão forte que podemos mesmo afirmar que o dogma da Imaculada Conceição era já dogma entre os portugueses antes que a própria Igreja se posicionasse definitivamente sobre esta matéria.       
A 25 de Março de 1646, D. João IV organizou uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, com o propósito de agradecer a Nossa Senhora a Restauração da Independência. O monarca português foi até a igreja de Nossa Senhora da Conceição, depositando a sua coroa aos pés de Nossa Senhora, aclamando-a padroeira e Rainha de Portugal. Desde então, mais nenhum rei português voltou a usar coroa, reservando esse privilégio apenas para à Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
Em Setembro último, o pintor e pensador Carlos Aurélio publicou através da Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição um livro intitulado Ó Glória da Nossa Terra. Tendo como objectivo criar um pequeno guia para o Santuário de Vila Viçosa, o autor não pôde deixar de fazer alguns apontamentos sobre esta relação sagrada entre Portugal e a Mãe de Deus. Trata-se de um livro não só importante, como fundamental para a compreensão da História Sagrada de Portugal.
Recorda-se que esta obra tem um custo de apenas 10 euros, sendo que a totalidade do dinheiro reverte para a compra de um paramenteiro que se destina a guardar e conservar as roupas da imagem do Santuário de Vila Viçosa. Os interessados poderão encomendar esta obra através do seguinte endereço de correio-electrónico: regiaconfrariansraconceicao@sapo.pt

Capa do livro.

Temos tudo quando temos Portugal!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade

«Como luar de um sol brilhante, a saudade recebe a magia do amor unitivo e transmite-a a seus componentes, que não são passivos, mas rebeldes, porque, desejo e lembrança, de per si, têm sentidos opostos e são origem de divergentes sistemas interpretativos da vida e do conhecimento.»

Afonso Botelho em Saudade, regresso à origem

Durante a próxima semana, entre 16 e 18 de Dezembro, realiza-se o VII Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade. À semelhança de outros anos, este encontro nasce do trabalho e esforço do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, Universidade do Porto, Universidade de Santiago de Compostela, Centro Português de Vigo, MIL - Movimento Internacional Lusófono e a revista Nova Águia.
Em virtude das condicionantes a que estamos sujeitos este ano, a edição de 2020 deste encontro de cultura e pensamento será realizada através da plataforma Zoom. Para consultarem o programa e obterem mais informações basta visitar a página do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira.
Recordamos que este Colóquio da Saudade homenageará o pensador galego Carlos Baliñas Fernández e evocará o centenário da revista "Nós", fundada por Vicente Risco, autor da "Teoria do Nacionalismo Galego". Não percam.

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Programa do Colóquio

16 de Dezembro

16h30 | Sessão de Abertura  
- António Braz Teixeira (Instituto de Filosofia Luso-Brasileira) 
- Marcelino Agís Villaverde (Universidade de Santiago de Compostela) 
- Maria Celeste Natário (Universidade do Porto) 
- Jorge Teixeira da Cunha (Universidade Católica Portuguesa) 
- Bernardino Crego Cervantes (Centro Português de Vigo) 
- Renato Epifânio (MIL - Movimento Internacional Lusófono & Revista Nova Águia) 

17h15 | Conferência de Abertura  
- António Braz Teixeira | Introdução ao pensamento filosófico de Vicente Risco 

18h00 | Painel I 
- Rocío Carolo | Tres xeracións vencelladas pola saudade 
- Paulo Samuel | “Renascença Portuguesa” e a revista 'Nós'
- Luis Martinez-Risco | Vicente Risco e a xeração 'Nós' 
- Uxío Breogán Diéguez Cequiel | O imaginário colectivo galego e a revista 'Nós': o celtismo e a saudade  
- Renato Epifânio | Nos 100 anos da Teoria do Nacionalismo Galego de Vicente Risco 


17 de Dezembro

14h30 | Painel II 
- António Braz Teixeira | A reflexão sobre a saudade na revista 'Nós' 
- Luís Lóia | 'Nós' e o habitar: Do Marão à Finisterra
- Duarte Braga | A Saudade em Goa 
- José Almeida | O Mistério da Saudade 
- Samuel Dimas | A Metafísica panteísta da Saudade em Daniel Cortezón 

16h15 | Painel III 
- Paula Oleiro | A temática da saudade na lírica portuguesa 
- Joaquim Pinto | A saudade como sentimento de (In)vastidão – uma leitura a partir de Mariana Alcoforado 
- Isabel Ponce de Leão | Ai que saudades de tudo!... (a propósito de Camilo Pessanha) 
- Rui Lopo | “A religião da saudade”: Wenceslau de Morais 
- Manuel Curado | A Saudade da Ventura em João da Rocha (1868-1921)  

18h00 | Painel IV 
- Alexandre Teixeira Mendes | Leonardo Coimbra: da colaboração na 'Nós' à Galiza reencontrada 
- Alipio Santiago | A saudade de Bernardo Soares (F. Pessoa) xulgada dende o criterio ético do xuíz Wilhelm (S. Kierkegaard) 
- Luísa Borges | Do referencial da Saudade no Saudosismo de Mário Beirão 
- Artur Manso | Miguel Torga e a dorida saudade de um Portugal futurante 
- César Tomé | Divagações em torno do ser poético-filosófico saudoso a propósito dos ritmos bergsonianos de António Telmo


18 de Dezembro

14h30 | Painel V 
- Luís G. Soto | A saudade e as sombras 
- José Catanga | A saudade e o rural 
- Miguel Ángel Martínez Quintanar | Saudade e aprendizaxe  
- Maria Celeste Natário | Tantas saudades… 
- Maruxa Baliñas | El Seminario de Estudos Galegos y la conmemoración del Centenario de la muerte de Beethoven 

16h15 | Conferência de Encerramento 
- Marcelino Agís Villaverde | Carlos Baliñas Fernández : a busca dun novo paradigma hermenêutico 

17h00 | Sessão de Encerramento