domingo, 4 de março de 2012

O dia em que Dalila L. Pereira da Costa completaria o seu 94.º aniversário.

Merecia a imortalidade que certamente conquistou num plano metafísico e espiritual. Quis ironicamente o destino que o seu corpo encontrasse ontem sepultura, a um dia de completar 94 anos de passagem por este mundo. Através da mística conheceu o êxtase e neste encontrou o caminho até à Luz que agora a abraçou eternamente. São por isso suas as palavras neste dia de saudade e nostalgia.
«Pois o que vejo neste instante de passagem, é a presença de dois mundos, separados, irredutíveis (contíguos no espaço e sincrónicos no tempo?): o mundo profano onde estava há pouco e o mundo divino onde penetrei subitamente, e que subitamente me envolveu totalmente. Me envolveu e separou do mundo onde estava no momento imediatamente precedente, e que agora era exterior e distante: invisível e inexistente. Aí onde penetrei, era uma esfera de cristal, onde tudo era luz e silêncio - tudo isso que subitamente veio e me envolveu. Esfera feita duma substância poderosamente dura e frágil. Irradiante e geometricamente definida. Fremente e calma: a verdadeira vida nesse lugar desvendada. Impondo-se por uma potência irresistível, uma autoridade incontestável; mas vulnerável, susceptível de ser posta em fuga à menor falta da minha parte.»
Dalila L. Pereira da Costa em A Força do Mundo

Mistério e Revelação, pintura a óleo sobre tela da
autoria de Margarida Cepêda.

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