tag:blogger.com,1999:blog-1486008968702826657.post333470510370289316..comments2023-04-05T12:25:24.873+01:00Comments on Nova Casa Portuguesa: Bicentenário de Alexandre Herculano (1810-2010)Nova Casa Portuguesahttp://www.blogger.com/profile/16322924114539585558noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-1486008968702826657.post-2606009623868046172010-11-04T02:02:19.237+00:002010-11-04T02:02:19.237+00:00Estimado G. Couceiro Feio, antes de mais, muito ob...Estimado G. Couceiro Feio, antes de mais, muito obrigado pelo seu sóbrio comentário.<br />Compreendemos as suas palavras e posição face ao trabalho de Herculano. De facto, partilhamos um pouco a sua opinião quanto a algumas das influências menos felizes em que este autor mergulhou, assim como Almeida Garrett. Em ambos os casos, assistimos a uma excessiva preponderância de certas correntes responsáveis pela poluição do escol da intelectualidade portuguesa que, sem se aperceber, começou gradualmente a atentar contra si própria. Não obstante, há que ter em linha de conta a singularidade dos princípios destes dois autores. Se por um lado em determinada altura estes se deixaram iludir pelo vírus jacobino, também deveremos salientar, por exemplo, a defesa que fizeram do clero, com quem nunca tiveram boas relações, aquando da extinção das ordens religiosas e consequente confiscação dos respectivos bens. No caso particular de Alexandre Herculano, é de sublinhar o seu desalento, acompanhado por um sentimento de aproveitamento de que foi vítima, responsável pelo seu afastamento da vida política activa, bem como da sua produção cultural. Aliás, deve-se a esse isolamento, em virtude do desencantamento sofrido com o rumo das políticas que um dia defendeu, o facto de Alexandre Herculano nunca ter terminado a sua História de Portugal. O seu positivismo poderá parecer excessivo no âmbito da Ciências Sociais, mas estamos em crer que o mesmo foi necessário para o desenvolvimento destas em Portugal, sobretudo no que concerne à Historiografia Portuguesa. Não podemos esquecer que Alexandre Herculano foi um homem marcadamente romântico, pelo que nos parece existir na sua obra, uma tentativa notável de contrabalançar o positivismo científico com o romantismo. Isto parece-nos, sem dúvida, um admirável exercício intelectual, tendo em conta os radicalismos jacobinos e a estagnação intelectual que polarizava as elites letradas do Portugal da sua época. Parece-nos assim que o resultado geral do seu contributo intelectual para a Cultura Portuguesa foi claramente mais positivo do que negativo.Nova Casa Portuguesahttps://www.blogger.com/profile/16322924114539585558noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1486008968702826657.post-29114827797257500722010-11-03T17:19:31.308+00:002010-11-03T17:19:31.308+00:00Assinalar o duplo centenário do nascimento de um h...Assinalar o duplo centenário do nascimento de um historiador é um exercício sensato. Pena é, apesar do meritório trabalho de levantamento documental de Herculano, sobretudo orientado para a História Medieval, que esse historiador tenha rapidamente caído no logro na interpretação positivista, tão ao gosto dos pedreiros-livres, que assim branqueiam com especulações fáceis e frass feitas o processo histórico. Mais, Herculano ajudou a inquinar a historiografia portuguesa que ainda hoje se ressente, aos seus níveis mais elementares, de uma visão jacobina, fútil e sem fundamento científico que tem alimentado sucessivas gerações na asneira e no preconceito.<br />Pena não poder estar presente para o dizer de viva voz.<br />Cumprimentos<br />G. Couceiro FeioGonçalo Couceiro Feiohttps://www.blogger.com/profile/05655998711673219820noreply@blogger.com